As vítimas morreram em desabamentos ou de ataques do coração. Bachelet viajou ao norte para acompanhar trabalhos
Após uma noite de apreensão, o Chile suspendeu o alerta de tsunami gerado após o forte terremoto que atingiu o país, informou nesta quarta-feira (02/04) o ministro do Interior do Chile, Rodrigo Penailillo. O total de mortos também subiu para seis, acrescentou ele. Segundo as autoridades, as vítimas morreram em desabamentos ou de ataques do coração.
Efe
"O país pôde lidar bem com as primeiras horas de emergência", disse a presidente, que pediu calma aos habitantes das regiões atingidas
O tremor de 8,2 magnitude ocorreu às 20h46 horário local (20h46 em Brasília) desta terça (01/04), durou dois minutos e foi sentido em outros países, como Peru e Bolívia. O sismo sacudiu prédios na capital boliviana, La Paz - a mais de 470 km de Iquique, um das cidades mais atingidas no norte do Chile. Segundo autoridades, centenas foram evacuadas. Também há relatos de feridos.
Ao menos 20 réplicas foram registradas após o terremoto. Segundo a página do Centro Nacional Sismológico da Universidade do Chile, a maioria das réplicas teve magnitudes superiores a cinco o que mantém em alerta os habitantes das cidades de Iquique, Antofagasta, Arica, Calama e muitas outras. Em uma das enseadas de Iquique, pelo menos 140 embarcações pequenas foram destruídas pelas ondas, que chegaram a atingir um dos terminais de ônibus.
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Bachelet
Mais cedo, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, decretou estado de emergência em três regiões do norte do país. A presidente, que irá hoje até a região para ver de perto a dimensão da catástrofe e supervisionar as medidas adotadas, assinou um decreto de estado de exceção constitucional que, entre outras medidas, coloca as forças de segurança e da ordem sob o controle dos comandantes militares.
Segundo a lei chilena, o estado de catástrofe é adotado pelo chefe do Estado em situações de calamidade pública e contempla a possibilidade de limitar certas garantias constitucionais, como o direito de reunião e de livre trânsito, além do confisco de bens. Em fevereiro de 2010, após um forte terremoto, a oposição criticou Bachelet por assinar o decreto dois dias depois da catástrofe, quando já tinham ocorrido graves problemas. Desta vez, a medida foi adotada cinco horas depois do terremoto.
Em aparição pública, no Palácio de la Moneda, a sede do governo, Bachelet ressaltou que a evacuação de todo o litoral, ordenada pelas autoridades devido ao risco de tsunami, aconteceu de forma ordenada. Além disso, anunciou que o vice-ministro do Interior, Mahmoud Aleuy, se deslocou para o norte do país para coordenar os trabalhos de ajuda acompanhado de dois generais da Força Aérea que assumirão o comando da ordem pública na região "para evitar saques e situações de desordem".
Bachelet agradeceu os telefonemas dos presidentes do Peru, Ollanta Humala, e da Argentina, Cristina Kirchner, assim como do embaixador do Brasil "para oferecer toda a ajuda que fosse necessária". "O país pôde lidar bem com estas primeiras horas de emergência", afirmou a presidente, que pediu calma aos habitantes das regiões atingidas e que "sigam as orientações das autoridades".
"Tomamos as medidas necessárias para proteger as vidas e os bens das pessoas. O governo vai continuar trabalhando para lidar com essa situação de emergência e proteger nossos concidadãos", garantiu Bachelet, que suspendeu as atividades oficiais previstas para esta quarta-feira.
Danos estruturais
Empresas de transporte de passageiros interromperam seus serviços nos trajetos do litoral chileno e as aulas desta quarta-feira estão suspensas nas escolas da região de Arica e Parinacota, a mais atingida pelo tremor.
Efe
Grupo evacua zona de Antofagasta, uma das localidades mais atingidas pelo terremoto no norte do Chile
Além disso, as centrais elétricas de Tarapacá, Mejillones e Antofagast não estão em operação, e pelo menos metade das residências da cidade de Arica, na fronteira com o Peru, estão sem energia. As autoridades também informaram que efetivos militares estão trabalhando em conjunto com as forças policiais na vigilância das cidades de Arica e Iquique, para garantir a ordem pública e evitar saques.
O último grande terremoto seguido de tsunami no Chile aconteceu no dia 27 de fevereiro de 2010, de magnitude 8,8 na região central e sul do país, deixando 526 mortos, 800 mil desabrigados e mais de US$ 30 bilhões em prejuízos.
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