quinta-feira, 4 de junho de 2015

Ex-ministro de Direitos Humanos do Brasil pede que Caetano e Gil cancelem shows em Israel

Ex-ministro de Direitos Humanos do Brasil pede que Caetano e Gil cancelem shows em Israel


Paulo Sérgio Pinheiro compara apartheid sul-africano à atual situação de discriminação e racismo a que palestinos são submetidos por governo israelense
O ex-ministro de Direitos Humanos do Brasil Paulo Sérgio Pinheiro aderiu o movimento BDS (campanha global de boicote, desinvestimento e sanções a Israel) ao enviar uma carta na terça-feira (02/06) aos músicos Gilberto Gil e Caetano Veloso para pedir que eles cancelem o show previsto para 28 de julho em Tel Aviv.
Pinheiro também foi relator da ONU e é membro da CNV
Pinheiro também foi relator da ONU e é membro da CNV

“Pelo exemplo, pelo reconhecimento que vocês têm no Brasil e em todo o mundo, pela influência que vocês exercem junto a milhões de jovens, pela autoridade moral de resistentes à ditadura militar e de lutadores contra a censura, ouso pedir a vocês que não se apresentem em Israel”, escreveu Pinheiro na carta a que Opera Munditeve acesso [leia abaixo o documento na íntegra].

No documento, o ex-ministro — que também é membro da CNV (Comissão Nacional da Verdade) e ex-relator da ONU (Organização das Nações Unidas) — relembra canções de Gil como “Canção pela libertação da África do Sul”, sobre o apartheid na nação e compara esse sistema político à atual situação de aprofundamento de discriminação e de racismo a que árabes israelenses e palestinos são submetidos em territórios palestinos e em Israel.

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Em carta, Roger Waters pede que Caetano e Gil cancelem shows em Israel



Além de lamentar a atual condição da Faixa de Gaza, que classifica como “prisão a céu aberto”, Pinheiro recorda a “violência, intimidação e assédio” por parte de colonos israelenses na Cisjordânia ocupada, uma expansão que qualifica como “ilegal” e que “merece atenção”.

"O pedido de boicote cultural feito pelos palestinos é ecoado pela sociedade civil internacional. Grandes nomes fazem coro a esse pedido e não seria diferente aqui no Brasil. Paulo Sérgio, com toda sua experiência e compromisso com Direitos Humanos — enquanto ministro, relator da ONU e membro da Comissão da Verdade — não surpreende",  afirmou a Opera Mundi Pedro Charbel, Coordenador Latino-americano do Comitê Nacional Palestino de BDS.

"O apoio do ex-ministro Paulo Sérgio ao boicote cultural materializa a coerência que esperamos de todas e todos aqueles com consciência e compromisso com a justiça, igualdade e liberdade", acrescentou Charbel, que coordena campanhas como o movimento chamado "Tropicália não combina com apartheid", que já coletou mais e 10 mil assinaturas pelo cancelamento dos concertos.

A carta foi lançado poucos dias após um apelo semelhante realizado pelo compositor britânico e ex-Pink Floyd Roger Waters. Leia-a aqui na íntegra:
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