domingo, 2 de novembro de 2014

México: pais de alunos sumidos pedem a Peña Nieto que pare de procurá-los em valas comuns

México: pais de alunos sumidos pedem a Peña Nieto que pare de procurá-los em valas comuns


Porta-voz dos familiares reiterou a presidente que estudantes têm que ser achados vivos; pais chamaram compromissos firmados de “insuficientes”
A reunião de quase cinco horas na noite desta quarta-feira (29/10) entre o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e os pais dos 43 estudantes que desapareceram há mais de um mês em Iguala, no estado de Guerrero, não contribuiu para aumentar a confiança dos familiares no empenho do governo para encontrar os jovens. Apesar do acordo de dez pontos assinado pelo mandatário, a avaliação dos pais é de que os compromissos “não são suficientes”. Eles reiteram que os jovens devem ser encontrados com vida e que se tratou de um crime de Estado, já que as evidências iniciais apontam que o ex-prefeito de Iguala foi o mandante da ação.
Em coletiva de imprensa realizada logo após o encontro, o porta-voz dos pais, Felipe de la Cruz Sandoval, disse que o grupo deixou claro durante a reunião que “não confia” no governo de Peña Nieto e que, se a atual gestão “não se considera competente para dar resultados, que esses venham da Comissão Interamericana de Direitos Humanos”. Além disso, ele afirma ter pedido ao presidente que pare de buscar os estudantes em “valas comuns e depósitos de lixo” - e os traga vivos.
Agência Efe

"Não pedimos favores, exigimos que apareçam", disseram pais e
m coletiva de imprensa 
A demora em oferecer uma resposta considerada satisfatória tem reforçado a percepção de desconfiança, como afirmou Miguel Agustín Pro Juárez, um dos pais. “É incrível que, com todo o poder, Peña Nieto não possa encontrar nossos jovens”, disse.
O líder estudantil David Flores Maldonado ressaltou que foi uma reunião de “promessas". "Queremos nossos companheiros de volta para a escola. As pessoas que os raptaram têm uniforme de uma corporação que depende do governo”, afirmou
Apesar da afirmação de Peña Nieto de que o governo ficará em contato permanente com os pais para que eles acompanhem a evolução das investigações e do processo, os familiares disseram que não vão participar de outra reunião até que sejam apresentados “resultados tangíveis” sobre a localização dos estudantes.

Prefeito mexicano coordenava cartel que atacou estudantes desaparecidos, diz procurador-geral

Governador mexicano renuncia após protestos por desaparecimento de estudantes

Com maior população carcerária proporcional do continente, Uruguai vota sobre redução de maioridade penal

Os jovens desapareceram em 26 de setembro, após uma manifestação estudantil. Eles protestavam contra o favorecimento de escolas urbanas por parte do governo local.
Compromissos
Peña Nieto se comprometeu, diante dos pais, com uma agenda de dez pontos. Entre eles, estão redesenhar a estratégia de busca, de forma a intensificar a localização dos estudantes com vida, e enfatizar um maior deslocamento de forças e recursos para resolver a situação.
Agência Efe

Presidente Peña Nieto deixa sala de reunião
 com pais de estudantes desaparecidos
Outro compromisso foi com a criação de uma comissão mista de acompanhamento para acompanhar o caso e evitar que informações sobre a localização dos jovens cheguem primeiro à imprensa do que aos pais. O governo também se comprometeu a reparar integralmente os danos causados às vítimas e cuidar da saúde dos jovens feridos.
Com relação à reivindicação dos estudantes, Peña Nieto afirmou que as escolas rurais serão redesenhadas, as carências de infraestrutura serão sanadas e garantiu que “as autoridades deixarão de vincular os estudantes com grupos criminosos para poder persegui-los e criminalizá-los”.
Crise
Em meio ao aumento da tensão na região e a convocação de uma série de protestos, greves e ações em todo o país, o prefeito interino de Iguala pediu afastamento, por tempo indefinido, apenas cinco horas após assumir o cargo. Ao justificar a decisão, disse apenas que tinha a intenção de trabalhar “em conjunto”. No entanto, disse, percebeu que algumas pessoas “só buscam interesses pessoais”.
Familiares, estudantes e manifestantes em todo o país aprovaram uma agenda de protestos em torno do desaparecimento dos jovens. Nesta sexta (31/10), será realizada uma mobilização nacional; em 5 de novembro, uma paralisação universitária; para 7 de novembro, está prevista uma caravana à região onde os jovens desapareceram; nos dias 20 e 30 de novembro, serão realizados protestos de estudantes de magistério e, nos dias 12, 13  e 14 de dezembro, será convocada greve geral.
 Opera Mundi
Anterior Proxima Inicio

0 comentários:

Postar um comentário