quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Abolida a escravidão, Londres implantou o colonialismo na África


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Havana, (Prensa Latina) Quênia, localizada na África Oriental, estava habitada em princípios de nossa era por tribos de origem hamítico que lutaram longo tempo contra a expansão bantú.
Desde o século IV até o X considera-se que foi um período crucial, pois os bantús ocuparam territórios dos atuais Estados do Quênia, Uganda, Tanzânia e a parte norte de Moçambique.

Em um estudo da época diferencia-se claramente os pastores somalis que não cultivavam cereais e outras tribos que provavelmente podem ser identificadas com os malindi da costa norte do Quênia, ajudada com a introdução de certas frutas da África Sul-Oriental e vinculadas com marinheiros árabes, que estavam criando já um mercado marítimo de escravos negros.

Frente a este aspecto global do comércio no Oceano Índico, o problema do assentamento árabe na África Oriental assume outras proporções.

De acordo com as tradições conservadas na Arábia e na África Oriental, os primeiros colonizadores, no século VIII, foram refugiados da seita xiita (islamitas), provenientes de Omán, na costa arábica do golfo. Supõe-se que foram sunitas (outra seita islâmica), os que fundaram o porto de Kilwa no Quênia.

Em 1494, os portugueses começaram a penetrar na costa já explorada em busca de ouro e especiarias, e introduzir o comércio de escravos. Quatro anos depois, o português Vasco de Gama comandou uma expedição que cercou a costa leste e iniciou a conquista, expulsando os árabes do Quênia.

INGLESES E FRANCESES

Os árabes reconquistaram territórios em 1670, mas os interesses europeus começaram a intervir na região, particularmente os ingleses e franceses.

Inglaterra que tinha abolido seu comércio de escravos em 1834, começou a patrulhar a costa para impedir o tráfico, e ao mesmo tempo estabelecer contatos com os dirigentes árabes para anular a concorrência da França nesses territórios.

Londres conseguiu sua inserção ao obter do imam Sayyid Said a autorização para estes fins. Não obstante, os missionários alemães Johann Krapf e Johannes Rebman foram os primeiros europeus que em 1849 exploraram o interior do país.

Entre as décadas de 1840 e 1870 ampliaram-se as incursões de navegadores com o suposto manto de missões arqueológicas que procuravam o nascimento do rio Nilo, familiarizar-se com a vegetação e a vida selvagem dos bosques.

Após a exploração do lago Vitória os ingleses aumentaram seu interesse na área do Quênia-Uganda, em especial durante o período que ficou conhecido como a partilha da África (1880-1890). Junto com Grã-Bretanha disputavam-se as riquezas do oriente africano França, Alemanha e Portugal.

Na Conferência de Berlim realizada de 1884 a 1885, as potências europeias repartiram a África.

Alemanha e Grã-Bretanha acordaram que toda a terra ao norte do lago Vitória fosse propriedade da Grã-Bretanha e que o território situado ao sul do lago passasse ao domínio germânico.

Em primeiro de julho de 1885, Grã-Bretanha proclamou o chamado Protetorado Britânico da África Oriental (Quênia-Uganda), apesar da resistência das tribos kamba, kikuyo e masai.

Em 1896 começou a ser construida a ferrovia do porto de Mombassa, no Quênia, até Uganda, mas o trabalho foi suspenso temporariamente ante o protesto dos nativos pela mortalidade ocasionada pela desumana exploração a que eram submetidos os trabalhadores.

Então Londres levou para trabalhar mais de 30 mil índios e outros asiáticos de seus territórios sob colonização, a trabalhar na via férrea, que se estendeu desde Mombassa até o lago Vitória e anos depois até Uganda.

Devido às sublevações a colonização não pôde ser concluída até finais da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Para serem dominados, os nativos foram isolados em reservas e privados de suas terras.

Com a ocupação total do território iniciava-se uma etapa de grande sofrimento e exploração para o povo queniano, mas também a realização de colossais esforços e sacrifícios para obter a independência.

Os horrores da colonização, similares em sua brutalidade e humilhação aos da escravidão, foram varridos para sempre no Quênia em 1963, quando Grã-Bretanha se viu obrigada a reconhecer após longos anos de luta política, a independência de sua colônia.

* Colaborador da Prensa Latina

rc/rcw/bj

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