Nações
Unidas, 5 abr (Prensa Latina) A ONU criticou hoje o governo dos Estados
Unidos por manter o centro de detenção na base de Guantánamo, em
território ocupado de Cuba, apesar de suas reiteradas promessas de
fechar essa instalação.
Além disso, pediu que Washington permitisse a visita de uma comissão do
Conselho de Direitos Humanos da ONU com pleno e livre acesso a essa
prisão e a possibilidade de conversar com os presos em privado.
Ambas questões foram expostas nesta sexta-feira em Genebra pela alta
comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, quem denunciou a
repetitiva prática de prisão indefinida como um fato de detenção
arbitrária.
Segundo Pillay, quase metade das 166 pessoas presas
em Guantánamo foram processadas e indicadas para serem transferidas a
seus países de origem ou a terceiros, mas ainda continuam nessa prisão.
Pillay advertiu sobre os casos de presos submetidos a detenção
indefinida, entre eles alguns com mais de 10 anos nessa instalação.
Essa prática contradiz a famosa postura dos Estados Unidos a favor dos
direitos humanos e enfraquece sua posição em relação a violações desses
direitos em outras partes, agregou, de acordo com uma declaração na sede
da ONU em Nova York.
Também se referiu aos prisioneiros de
Guantánamo que atualmente realizam uma greve de fome como pessoas
vítimas da incerteza e da ansiedade causadas por sua prolongada e
possivelmente indefinida detenção nesse lugar.
A titular de
direitos humanos lembrou das promessas feitas há quatro anos pelo
presidente estadunidense, Barack Obama, a respeito do fechamento dessa
base como uma prioridade de sua administração.
"No entanto, os abusos sistemáticos dos direitos humanos dos indivíduos continuam ano após ano", apontou.
Estados Unidos viola seus próprios compromissos, a lei internacional e
as normas que está obrigado a cumprir, sublinhou Pillay e destaou que
quando outros países rompem essas regulações, Washington faz fortes
críticas.
Indicou que a morte do prisioneiro Adnan Latif em
setembro passado foi a nona registrada em Guantánamo e constituiu um
novo sinal de alarme sobre os problemas do regime de detenção ali
existente.
Nesse sistema, os indivíduos são presos
indefinidamente, sem acusação nem julgamento e é hora de acabar com a
essa situação, insistiu.
Os direitos humanos são universais e de
todas as pessoas, inclusive aquelas suspeitas de cometer os crimes mais
sérios, como os de terrorismo, sentenciou.
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