sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Greve de petroleiros, 100% de adesão

17/10/2013 10h24 - Atualizado em 17/10/2013 15h04

Greve dos petroleiros tem adesão de 100% dos trabalhadores de turno

Informação é da FUP, com base em dados dos sindicatos.
Paralisação teve início na quarta; grevistas se opõem ao leilão de Libra.

Do G1, em São Paulo
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A adesão dos trabalhadores de turno da Petrobras à greve iniciada na noite de quarta-feira (16) chega a 100% nesta quinta, de acordo com informação divulgada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), com base em dados dos sindicatos.
Segundo Francisco José de Oliveira, diretor de Comunicação da FUP, a Petrobras tem trabalhadores de turno atuando em diversas áreas, como refinaria e plataforma, envolvidos no sistema de produção de petróleo, refino e transporte.
Aderiram à paralisação os trabalhadores próprios de áreas operacionais do sistema Petrobras, além dos petroleiros do setor administrativo e trabalhadores terceirizados que atuam nas refinarias, terminais, plataformas, campos de produção e demais unidades operacionais das bases da FUP.
Os profissionais pedem a suspensão do leilão de Libra, o primeiro do pré-sal sob o regime de partilha, marcado para 21 de outubro, segundo a FUP.
A greve, aprovada por tempo indeterminado, quer impedir que os campos sejam gerenciados por empresas privadas.
De acordo com a federação, a operação está sendo mantida nas maioria das regiões do país pelas equipes de contingência da Petrobras, formadas por gerentes, supervisores e outros profissionais "que normalmente não executam as tarefas de rotina das refinarias, plataformas e  terminais, o que coloca em risco a segurança das equipes e das próprias unidades".
Locais afetados
Na Bacia de Campos, a greve teve adesão de pelo menos 39 plataformas, que foram entregues pelos trabalhadores às equipes de contingência que a Petrobras embarcou. O Sindipetro NF tem informações de que 15 unidades foram entregues com a produção de petróleo parada. O sindicato realiza agora pela manhã um trancaço no Terminal de Cabiúnas e na sede da UO-Rio, em Macaé.
Em Duque de Caxias, a adesão à greve é de 100% dos trabalhadores. Ninguém entrou na Reduc, Terminal de Campos Elíseos e na Termorio. Agora pela manhã, o sindicato realiza uma grande mobilização na Rodovia Washignton Luiz, que está fechada no sentido Petrópolis.
Nos campos de produção terrestre da Bahia, os petroleiros anteciparam a paralisação para as 20 horas nas estações de Candeias, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passe, Socorro, Marapé e Dom João.
Estão parados os trabalhadores das refinarias de Duque de Caxias (Reduc/RJ), Manaus (Reman/AM), Paulínia (Replan/SP), Mauá (Recap/SP), Mataripe (Rlam/BA), Gabriel Passos (Regap/MG), Paraná (Repar), Alberto Pasqualine (Refap/RS), Abreu e Lima (PE), além da SIX (unidade de Xisto/PR), da FAFEN (fábrica de fertilizantes/BA), Termorio (Duque de Caxias), usinas de Biodiesel e termoeletricas.
A greve também segue forte nas plataformas da Bacia de Campos e campos terrestres de produção de petróleo na Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte.
Na Transpetro, a greve atinge os terminais de Solimões (AM), Suape (PE), Madre de Deus (BA), Campos Elíseos (Duque de Caxias/RJ), Cabiúnas (Macaé/RJ), Guararema (SP), São Caetano (SP), Barueri (SP), Brasília, São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Guaramirim (SC), Biguaçu (SC), Paranaguá (PR), Osório (RS), Canoas (RS) e Rio Grande (RS).
Ao longo desta quinta-feira, vários atos e manifestações contra o leilão de Libra serão realizados nas unidades da Petrobrás e nas principais capitais do país, com participação dos movimentos sociais e centrais sindicais.
O leilão
O leilão de Libra é o primeiro que vai conceder áreas para exploração de petróleo e gás natural na região do pré-sal sob o regime de partilha de produção. A expectativa é que a produção seja de 1 milhão de barris por dia da área de Libra, a maior reserva de petróleo já descoberta no país.
Pelas regras da partilha, vencerá o leilão o consórcio que apresentar a maior parcela do óleo de Libra destinada à União. A Petrobras será a operadora única e sócia de todos os campos, com no mínimo 30% de participação.
No aniversário de 60 anos da Petrobras, no dia 03 de outubro, a categoria parou por 24 horas, em protesto contra o leilão.
Entre as reivindicações está também a retirada da tramitação do projeto de lei que regulamenta atividades terceirizadas e a campanha salarial.
Petrobras
O G1 entrou em contato com a Petrobras, que se posicionou em relação à greve perto das 15h desta quinta-feira. A estatal disse que foi informada de que a greve tem como principais motivadores o leilão de Libra e o Projeto de Lei 4.330, "sobre os quais não cabe posicionamento da Petrobras".
"A companhia tem como prática nesse tipo de mobilização tomar todas as medidas necessárias para garantir suas operações, de modo a não haver qualquer prejuízo às atividades da empresa e ao abastecimento do mercado, sendo mantidas as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações da companhia", informou a Petrobras.
Sobre as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2013, a Petrobras informa que realizou uma série de reuniões com as entidades sindicais e apresentou sua proposta ao longo das últimas semanas.
Além de uma proposta completa para as cláusulas sociais (relacionadas ao plano de saúde, benefícios educacionais, saúde, segurança, condições de trabalho, etc.) , a empresa propôs um reajuste de 7,68% e uma gratificação equivalente a uma remuneração, entre outros ganhos econômicos. A Petrobras afirma que está aberta ao processo de negociação com as entidades sindicais sobre o acordo coletivo de trabalho deste ano.
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