quarta-feira, 18 de abril de 2012

O fracasso da VI Cimeira das Américas




Nota dos Editores

 

Os Editores
18.Abr.12 :: Editores


A VI Cimeira das Américas, em Cartagena de Índias, Colômbia, foi um fracasso.
Esta conferência intercontinental, ideada pela OEA para servir os interesses dos EUA e do grande capital, começou a perder protagonismo em consequência da persistente recusa à imposição por Washington da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas). Nos últimos anos, o Mercosul e sobretudo a ALBA, a UNASUR e a CELAC (Conferência dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos), organizações de que os EUA não fazem parte, transformaram a chamada Cimeira das Américas num instrumento político sem condições para concretizar os objectivos para os quais foi criado.
Desta vez, em Cartagena de Índias nem sequer houve Declaração Final. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, informou após o encerramento que não houve consenso para a tradicional Declaração. Motivo: a oposição dos EUA a que fosse debatida a exclusão de Cuba da Cimeira e aprovada uma moção de apoio à Argentina na sua luta pela soberania das Malvinas.
Até os grandes media dos EUA reconheceram que a reunião foi no fundamental uma caixa de ressonância de discursos sobre temas irrelevantes.
As delegações da Venezuela e da Bolívia esclareceram aliás que esta será a última Cimeira em que participarão se persistir o veto dos EUA e do Canadá à presença de Cuba. O Equador e a Nicarágua, pelo mesmo motivo, não compareceram em Cartagena.
À margem da Conferência, o presidente Barack Obama e o seu colega Juan Manuel Santos tornaram publica a entrada em vigor do tratado bilateral que liga a Colômbia aos EUA numa zona de livre comércio. Na prática, o país, onde já existem sete bases militares norte-americanas, é reduzido à condição de semi-colónia, privada de soberania real.
O presidente Obama aproveitou a oportunidade para elogiar o regime da Colômbia – cujo governo desenvolve uma política neofascista de terrorismo de Estado – como exemplo de autêntica democracia, sublinhando que é hoje um aliado preferencial dos EUA na América Latina.
Coincidindo com a VI Cimeira das Américas, o governo de direita do Chile anunciou que os EUA vão instalar no sul do país uma base militar, congratulando-se com a iniciativa.
A atitude de Washington na VI Cimeira projectou, uma vez mais, a imagem da agressividade do imperialismo norte-americano, bem como da sua incapacidade em derrotar os sentimentos de independência e liberdade da generalidade dos povos da América Latina e Caribe.
OS EDITORES DE ODIÁRIO.INFO
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