segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Sobre a legalização das armas e a violência


Sobre a legalização das armas e a violência

Há um grande debate na sociedade sobre a legalização do uso de armas. Essa discussão ganhou corpo com as posições públicas do deputado federal Jair Bolsonaro, um fascista pré-candidato a presidente, que tem prometido legalizar o porte de armas, caso seja eleito.
Penso que, para não assumir uma postura reacionária ou liberal, mais importante do que limitar a discussão sobrea legalização ou não do porte de armas, é necessário discutir o papel da violência na sociedade de classes e o próprio papel do estado.
Ora, é óbvio que a violência não vai diminuir porque cada cidadão possui uma arma, por outro lado, também é óbvio que a violência continuará intensa tendo o Estado o monopólio da violência.
A violência tem várias expressões numa sociedade de classes, ou seja, numa sociedade capitalista como a nossa. Primeiro, sem o uso da violência as classes dominantes ao longo da história não teriam exercido o seu poder econômico e político. A própria burguesia é a classe dominante mais violenta da história.
Segundo, a violência é extremamente lucrativa na sociedade capitalista, que transforma tudo em mercadoria. Então, legalizando ou não o porte de armas, a burguesia continuará exercendo a violência e estimulando a violência entre os de baixo. Dito de outro modo, enquanto houver sociedade de classes, enquanto houver capitalismo e exploração vai haver violência, com legalização ou sem legalização das armas.
Essa própria realidade só pode ser superada através de uma revolução. Uma revolução que possibilite a paz, ou seja, o fim da sociedade dividida em classes, não é um ato pacífico, é um ato violento dos oprimidos contra os opressores. A burguesia não entregará o poder para os trabalhadores de mão beijada.
É preciso explicar para o povo que a solução da violência não passa pela legalização ou não das armas. Passa por uma revolução e a superação do capitalismo. É preciso explicar para o povo as razões da violência existir e como o Estado, que é o Estado da burguesia, também é produtor de violência.
Mais do que nunca essa tarefa é necessária, a burguesia e seu estado estão desmoralizados e a democracia burguesa está totalmente desacreditada. Fora disso, o que sobra é liberalismo ou conservadorismo reacionário.
Magno Francisco da Silva é militante da UP e Mestre em História Social pela UFAL
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