sábado, 11 de julho de 2015

Trabalhador é tema central no segundo dia de Encontro Mundial dos Movimentos Populares, na Bolívia


Trabalhador é tema central no segundo dia de Encontro Mundial dos Movimentos Populares, na Bolívia

Representantes de mais de 40 debateram formas de reforçar os direitos e as conquistas da classe trabalhadora.
Por Catiana de Medeiros
Da Página do MST

Questões ligadas ao trabalho foram o ponto central dos debates na manhã desta quarta-feira (08), no 2º Encontro Mundial de Movimentos Populares, realizado em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia.

Representantes de mais de 40 debateram formas de reforçar os direitos e as conquistas da classe trabalhadora. 

Um dos principais pontos destacados foi a contrariedade aos projetos de terceirizações no mundo. É consenso dos movimentos que não adianta somente boa vontade de trabalhadores e governantes, é preciso defender os direitos sem menosprezar os avanços e fortalecer o papel das centrais sindicais, ampliando a conscientização popular em relação ao tema.

Líderes da igreja católica e de diversos movimentos sociais participaram das exposições. Entre eles o arcebispo da Academia Pontifícia das Ciências do Vaticano, Marcelo Sánchez Sorondo, que destacou a necessidade de globalizar o direito ao trabalho e condenou o sistema capitalista, uma vez que o mesmo “visa apenas a geração de lucro para os mais ricos e exclui parte da sociedade”.

A dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores e das Trabalhadoras por Direitos (MTD), Eliane Martins de Moura defendeu a ampliação dos movimentos de trabalhadores para o desenvolvimento de um projeto cultural, social, político e econômico, que valorize o coletivo e seja bandeira de luta permanente.

“Temos a obrigação de desenvolver esse projeto para a sociedade e para o mundo, mas para isso precisamos de unidade e solidariedade. É preciso encontrar um ponto de equilíbrio que atenda aos nossos interesses comuns”, destacou a dirigente.

Jairo Nogueira, da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) também defendeu a união dos movimentos populares para fortalecer a luta contra a retirada dos direitos trabalhistas e condenou o projeto de terceirização (PL 4330) que tramita no Congresso Nacional Brasileiro.

O líder guarani Kaiowa Elizeo Lopes denunciou o massacre de índios e a falta de comprometimento dos governos com a demarcação de suas terras. “Queremos que o Papa Francisco interceda por nossa causa junto ao governo Dilma, pois não aguentamos mais derramamento de sangue indígena no nosso Brasil”, disse.

Na parte da tarde, os participantes acompanharam novos debates em torno de trabalho e moradia, e elaboraram um documento de reivindicações, que será entregue para o Papa Francisco nesta quinta-feira (08), quando o pontífice se reúne com as delegações mundiais que participam do encontro.

Na ocasião, o Presidente da Bolívia, Evo Morales, deu a Francisco: um Cristo crucificado em foice e martelo.

O presente é a reprodução de uma escultura do sacerdote espanhol Luis Espinal, que tinha ligação com movimentos sociais bolivianos e foi assassinado por paramilitares em 1980.

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