Teerã, 7 abr (Prensa Latina) O chanceler Mohammad Javad Zarif afirmou hoje que o Irã manterá a seriedade nas negociações para um acordo definitivo sobre seu programa nuclear, mas descartou permitir a instalação de câmeras on-line em suas plantas atômicas.
Durante um pronunciamento a portas fechadas no Majlis (parlamento), o Ministro explicou que as inspeções que serão autorizadas às instalações nucleares excluem a colocação de câmeras de supervisão, indicou o deputado Gholamali Jafarzadeh Imenabadi.
Zarif foi ao Congresso junto aos demais membros da equipe negociadora e recebeu o respaldo da maioria dos parlamentares pelo desempenho durante as recentes conversas, em Lausana, com o Grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha).
O ministro de Relações Exteriores justificou a não admissão de câmeras nas plantas citando "amargas experiências passadas" de assassinato de seus cientistas nucleares e disse aos deputados que o povo não tem que preocupar com revelação de documentos classificados.
O Irã não permite nada além dos mecanismos de inspeção aprovados internacionalmente, disse Zarif ao indicar que reiterou às suas contrapartes ocidentais que a não fabricação de bombas atômicas não se deve às pressões e sanções, mas sim a um decreto religioso do líder supremo iraniano.
Revelou que disse aos negociadores do G5+1 que o Irã poderia elaborar bombas atômicas "a qualquer momento que decidisse isso", mas "definitivamente não o fará sob nenhuma situação" por apego ao ordenado pelo líder supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei.
Além disso, participou da audiência parlamentar o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, que também foi fundamental no processo de diálogo com o secretário de Energia norte-americano, Ernest Moniz, para fazer avançar aspectos técnicos.
Segundo Imenabadi, na sessão de discussões no parlamento sem a presença de jornalistas, Salehi comparou as capacidades nucleares da república islâmica com as de países como Japão, Brasil e Argentina e sublinhou que Teerã baseia seu poder atômico totalmente em cientistas locais.
O chanceler enfatizou que o acordo final sobre o impasse nuclear, previsto para que seja assinado antes de 1 de julho deste ano, terá dimensão internacional e vinculante para os signatários, o que dissipa preocupações de possível boicote pela direita republicana dos Estados Unidos.
Se Washington infringir os termos do acordo final, o Irã teria direito a declarar os Estados Unidos violador de um acordo internacional, apontou ao acrescentar que, em tal situação, poderia igualmente violar o acordado.
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