quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Rio teve nove pontos de tortura na ditadura militar

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Rio teve nove pontos de tortura na ditadura militar

Seis na capital e três em São Gonçalo, Petrópolis e Barra Mansa. No DOI-Codi I, na Tijuca, a presidenta Dilma Rousseff ficou presa

Henrique Moraes
Rio - O Rio de Janeiro teve nove pontos de tortura no período da ditadura militar. Seis na capital e três nos municípios de São Gonçalo,Petrópolis e Barra Mansa. No Destacamento de Operações de Informações do I Exército (DOI-Codi I), a presidenta Dilma Rousseff chegou a ficar presa. O DOI funcionava no Quartel do 1º Batalhão da Polícia do Exército, na Rua Barão de Mesquita, 425, na Tijuca.

Entre 1970 e 1971, o prédio passou por reformas para se adaptar à estrutura do destacamento, com salas de interrogatório para diferentes tipos de tortura. Entre 1962 e 1985, funcionou o Departamento de Ordem Política e Social do Rio de Janeiro (Dops-RJ), edifício localizado na esquina da Rua da Relação com Rua dos Inválidos, no Centro. Foi um dos principais órgãos de perseguição política, tortura, morte e desaparecimento de pessoas durante a ditadura, tornando-se um dos símbolos dos anos de chumbo na cidade do Rio.
Rio teve nove pontos de tortura durante a ditadura militar
Foto:  Arte O Dia
Localizado entre Deodoro e Realengo, bairros da Zona Oeste, o 1º Batalhão de PE da Vila Militar foi utilizado como centro de encarceramento e tortura, especialmente entre os anos de 1969 e 1970. No Hospital Central do Exército (HCE), na Rua São Francisco Manoel, 126, no bairro de Benfica, também consta informações de pessoas torturadas.
Na base de fuzileiros navais da Ilha das Flores, na Avenida Paiva, s/n, no bairro de Neves, em São Gonçalo, cerca de 200 pessoas estiveram presas de 1969 e 1971.

A Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador, foi sede do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA). O período de 1970 a 1979 foi considerado o mais crítico de graves violações de direitos humanos.

A Casa da Morte, em Petrópolis, funcionou de 1971 a 1974, e foi considerada um dos mais violentos centros clandestinos utilizados pelo regime militar. Nela, pelo menos 13 pessoas foram mortas. As informações mais importantes a seu respeito têm origem no depoimento de sua única sobrevivente, Inês Etienne Romeu, e são complementadas e corroboradas por documentos produzidos pelo próprio Estado. Já o 1º Batalhão de Infantaria Blindada (BIB) situava-se na Rua Prefeito João Chiesse Filho, em Barra Mansa, no Sul Fluminense. Ficava na área onde atualmente se encontra o Parque da Cidade, e as instalações do antigo prédio do BIB abrigam um circo, o comando da Guarda Municipal e a Secretaria de Desenvolvimento Rural da cidade. O 1º BIB foi um centro ativo de tortura e detenção entre 1964 e 1973. A Casa de São Conrado, na Zona Sul do Rio, era ligada ao Cenimar (Centro de Informações da Marinha), onde morreu Eduardo Collen Leite, o Bacuri, da Ação Libertadora Nacional (ALN) em 1970.
 
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