Rio teve nove pontos de tortura na ditadura militar
Seis na capital e três em São
Gonçalo, Petrópolis e Barra Mansa. No DOI-Codi I, na Tijuca, a
presidenta Dilma Rousseff ficou presa
Henrique Moraes
Rio - O Rio de Janeiro teve nove pontos de
tortura no período da ditadura militar. Seis na capital e três nos
municípios de São Gonçalo,Petrópolis e Barra Mansa. No Destacamento de
Operações de Informações do I Exército (DOI-Codi I), a presidenta Dilma
Rousseff chegou a ficar presa. O DOI funcionava no Quartel do 1º
Batalhão da Polícia do Exército, na Rua Barão de Mesquita, 425, na
Tijuca.
Entre 1970 e 1971, o prédio passou por reformas
para se adaptar à estrutura do destacamento, com salas de
interrogatório para diferentes tipos de tortura. Entre 1962 e 1985,
funcionou o Departamento de Ordem Política e Social do Rio de Janeiro
(Dops-RJ), edifício localizado na esquina da Rua da Relação com Rua dos
Inválidos, no Centro. Foi um dos principais órgãos de perseguição
política, tortura, morte e desaparecimento de pessoas durante a
ditadura, tornando-se um dos símbolos dos anos de chumbo na cidade do
Rio.
Rio teve nove pontos de tortura durante a ditadura militar
Foto: Arte O Dia
Localizado entre Deodoro e Realengo,
bairros da Zona Oeste, o 1º Batalhão de PE da Vila Militar foi utilizado
como centro de encarceramento e tortura, especialmente entre os anos de
1969 e 1970. No Hospital Central do Exército (HCE), na Rua São
Francisco Manoel, 126, no bairro de Benfica, também consta informações
de pessoas torturadas.
Na base de fuzileiros navais da Ilha das
Flores, na Avenida Paiva, s/n, no bairro de Neves, em São Gonçalo, cerca
de 200 pessoas estiveram presas de 1969 e 1971.
A Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador,
foi sede do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (CISA). O
período de 1970 a 1979 foi considerado o mais crítico de graves
violações de direitos humanos.
A Casa da Morte, em Petrópolis, funcionou de
1971 a 1974, e foi considerada um dos mais violentos centros
clandestinos utilizados pelo regime militar. Nela, pelo menos 13 pessoas
foram mortas. As informações mais importantes a seu respeito têm origem
no depoimento de sua única sobrevivente, Inês Etienne Romeu, e são
complementadas e corroboradas por documentos produzidos pelo próprio
Estado. Já o 1º Batalhão de Infantaria Blindada (BIB) situava-se na Rua
Prefeito João Chiesse Filho, em Barra Mansa, no Sul Fluminense. Ficava
na área onde atualmente se encontra o Parque da Cidade, e as instalações
do antigo prédio do BIB abrigam um circo, o comando da Guarda Municipal
e a Secretaria de Desenvolvimento Rural da cidade. O 1º BIB foi um
centro ativo de tortura e detenção entre 1964 e 1973. A Casa de São
Conrado, na Zona Sul do Rio, era ligada ao Cenimar (Centro de
Informações da Marinha), onde morreu Eduardo Collen Leite, o Bacuri, da
Ação Libertadora Nacional (ALN) em 1970.
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