De Internacional Socialista a internacional putchista– A IS acaba de conceder à Vontade Popular venezuelana o estatuto de membro permanente
por Maurice Lemoine
Para que conste, é de recordar que Maria Corina Machado, fundadora da organização não-governamental "observação eleitoral', Sumate, financiada pela USAID (Agência Internacional dos Estados Unidos para o Desenvolvimento) assinou o decreto do breve ditador Pedro Carmona durante o golpe de Estado contra Chávez, em abril de 2002. Por seu lado Leopoldo López, um dos fundadores em 2000 do muito à direita partido Primero Justicia , concebido também graças aos fundos e conselhos da USAID, foi igualmente dos protagonistas particularmente notados no golpe de estado, antes de ingressar na Vontade Popular , oficialmente criado como partido político em14 de Janeiro de 2011. A extrema violência desencadeada entre Fevereiro e Agosto de 2014 causou a morte de 43 pessoas – opositores, adeptos "chavistas", membros das forças da ordem ou mesmo 'indiferentes' que se encontravam no lugar errado na hora errada – e centenas de feridos. Liderados por um duvidoso cocktail no qual estiveram implicados membros de organizações da extrema-direita, delinquentes de direito comum e paramilitares colombianos, estas acções tiveram como consequência a detenção e prisão de Leopoldo López, aguardando julgamento e a colocação sob investigação de Maria Corina Machado. Historicamente, a Internacional Socialista (IS) está relacionada na Venezuela, com o partido da Ação Democrática. Quando este, em 27 de Fevereiro de 1989, provocou a repressão contra a revolta popular devido à pobreza, o "Caracazo", que provocou entre 347 mortos, números oficiais e três mil vítimas – avaliação geralmente aceite – a IS pudicamente olhou para o lado. Quando a AD tomou parte activa na tentativa de derrubar de Chávez, em Abril de 2002, a IS, tal como o senhor George W Bush, apoiou-a. Se se fizesse de advogado do diabo, pelo menos poder-se-ia argumentar que estas aberrações foram feitas "em nome de uma velha amizade". Mas o argumento não tem fundamento. Virando as costas à esquerda latino-americana que, de todas as tendências, da Argentina ao Brasil, do Equador à Bolívia, do Uruguai à Nicarágua, denunciaram a tentativa de desestabilizar a Venezuela "Bolivariana", a Internacional Socialista sob a presidência do grego George Papandreu, prosseguiu a sua deriva antidemocrática e de ódio, acabando de conceder àVontade Popular venezuelana, em 14 de Dezembro, o estatuto de membro permanente. Posteriormente, trabalhou como analista, assistente e assessor econômico na coordenação e planificação da PDVSA (Petróleos de Venezuela), de 1996 a 1999. Uma acusação de mau uso de recursos públicos na petrolífera e, depois, como presidente da municipalidade de Chacao, fez com que o político fosse inabilitado politicamente em 2008 pela justiça do país. "Figura divisora da oposição, arrogante, vingativo e sedento de poder". As palavras usadas para classificar o opositor venezuelano Leopoldo López não vieram de membros do actual governo chavista, mas sim de um conselheiro político da Embaixada dos EUA. No documento, datado de novembro de 2009 e vazado pelo Wikileaks , Robin D. Meyer fala da desunião da direita venezuelana e sublinha as complicações provocadas por López com um intertítulo: "O problema Leopoldo". Ver também: O original encontra-se em www.legrandsoir.info/... Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ . |
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