Recentemente,
em função de um artigo publicado na revista “Physical Review Letters”,
houve notícias sobre um novo modelo cosmológico conhecido como
higgsogênese. O termo refere-se à primeira aparição das partículas de
Higgs no início do universo, assim como a bariogênese se refere ao
aparecimento de bárions (prótons e nêutrons) nos primeiros momentos após
o Big Bang. Enquanto a bariogênese é um processo bem compreendido, a
higgsogênese ainda é muito hipotética.
A Higgsogênese
Experimentalmente, nós temos observado o
bóson de Higgs com uma massa cerca de 125 vezes maior do que a do
próton. Atualmente, as evidências apontam para uma única partícula de
Higgs, mas ainda são necessárias mais experiências para definir algumas
de suas propriedades exatas. Isto dá uma excelente abertura a teóricos.
Depois de termos demonstrado a existência da partícula e conhecermos
algumas das suas propriedades básicas, ainda precisamos definir outras,
por isso, os teóricos podem brincar com diferentes alternativas para ver
como elas afetam a cosmologia. Neste artigo em particular, propõe-se
que o Higgs tem uma antipartícula que se chama anti-Higgs. Partículas
comuns como prótons e elétrons têm suas antipartículas (o antipróton e o
pósitron).
Em partículas comuns, a matéria e a
antimatéria aparecem em quantidades iguais. Este é realmente um grande
mistério na cosmologia, porque vivemos em um universo dominado pela
matéria. Não temos certeza de como essa assimetria entre matéria e
antimatéria se apresentava no início do universo. Para resolver este
mistério, os autores propõem uma assimetria entre o Higgs e o
anti-Higgs. Esta quebra de simetria, então, daria lugar à dominância da
matéria em nosso universo atual. Eles também propõem que, conforme o
universo esfriou, as partículas de Higgs poderiam ter decaído em
partículas de matéria escura, dando origem à matéria escura no universo.
Se esta última ideia for verdadeira, então
o Higgs deve se deteriorar de maneira a indicar uma interação da
matéria escura. A teoria é interessante, mas é muito especulativa. Desde
que o bóson de Higgs ganhou o prêmio Nobel no ano passado, vimos uma
enxurrada de artigos na imprensa popular sobre várias teorias
“revolucionárias” que o ligam à cosmologia primitiva. Todas elas ainda
são especulativas e permanecerão assim por um bom tempo. No momento,
temos que explorar um monte de ideias para ver o que funciona e o que
não funciona. Então, apertem seus cintos: os artigos da astrofísica de
Higgs estão chegando.
Fonte: HypeScience.com
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