quinta-feira, 3 de abril de 2014
Enviar
homens a Marte pode expor esses astronautas a riscos de saúde que
superam os limites hoje fixados pela Agência Espacial Americana (Nasa,
na sigla em inglês) - revela o informe elaborado por um comitê
independente de especialistas, nesta quarta-feira. "Provavelmente, esse
tipo de missão exporia a tripulação a níveis de riscos conhecidos que
vão além dos permitidos pelos critérios atuais em matéria de saúde,
assim como a uma série de riscos ainda mal definidos, incertos e até
imprevisíveis", ressalta o informe do Institute of Medicine (IOM). Por
esse motivo, qualquer missão de longo prazo ou para o espaço distante
exigirá, nas próximas décadas, certo exame ético, ressalta o documento.
Hoje, os astronautas são enviados ao
espaço em órbita terrestre baixa, onde podem permanecer entre três e
seis meses a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em
inglês). Já uma expedição a Marte pode levar até 18 meses. A
Nasa anunciou que pretende enviar pessoas ao Planeta Vermelho até 2030 e
está trabalhando na construção de um lançador e de um foguete espacial
com esse propósito. Os riscos para a saúde de missões curtas ao espaço
podem incluir náuseas, um estado de fraqueza generalizado e alterações
da visão, enquanto as missões prolongadas podem até incluir o surgimento
de câncer induzido por rádio, ou a perda de massa óssea. Dados
esses riscos incertos e não totalmente conhecidos, a Nasa pediu ao IOM
que implementasse um marco ético para guiar as decisões futuras nos voos
espaciais tripulados. Os membros do comitê de especialistas rejeitaram
estabelecer uma série de critérios de saúde específica para as missões a
Marte.
Em seu lugar, o grupo concluiu que a única opção seria conceder exceções aos critérios de saúde atuais. O
IOM advertiu que a Nasa deve, apesar de tudo e em todos os casos,
determinar se essas exceções são eticamente aceitáveis. "Qualquer
exceção deveria ser rara e ocorrer apenas em circunstâncias
particulares", destaca o IOM, citando, por exemplo, a necessidade de que
os astronautas possam decidir eles mesmos se participam (ou não) e a
necessidade de se escolher missões benéficas para a sociedade em geral. O
comitê recomenda ainda à Nasa que contrate um seguro de vida para seus
astronautas.
Fonte: Terra
0 comentários:
Postar um comentário