segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
Esta
imagem muito detalhada mostra o estranho asteróide em forma de amendoim
Itokawa. Esta imagem foi obtida pela sonda japonesa Hayabusa durante a
sua aproximação ao asteróide em 2005.Crédito: JAXA
Com o auxílio do New Technology Telescope (NTT)
do ESO descobriu-se a primeira evidência de que os asteroides têm uma
estrutura interna extremamente variada. Ao fazer medições muito
precisas, astrônomos descobriram que partes diferentes do asteroide
Itokawa têm densidades diferentes. Descobrir o que se encontra no
interior dos asteroides, além de revelar segredos sobre a sua formação,
pode também informar-nos sobre o que acontece quando corpos celestes
colidem no Sistema Solar e dar-nos pistas sobre como se formam os
planetas. Com observações muito precisas obtidas a partir do solo,
Stephen Lowry (Universidade de Kent, RU) e colegas mediram a velocidade à
qual o asteroide próximo da Terra (25143) Itokawa gira e como é que
esta taxa de rotação varia com o tempo, combinando seguidamente estas
observações com trabalho teórico inovador sobre como é que os asteroides
irradiam calor.
Este pequeno asteroide é bastante
intrigante uma vez que apresenta a estranha forma de um amendoim, como
foi revelado pela sonda japonesa Hayabusa em 2005. Para investigar a sua
estrutura interna, a equipe de Lowry utilizou, entre outras, imagens
recolhidas entre 2001 e 2013 pelo NTT, instalado no Observatório de La
Silla, no Chile, para medir a variação do brilho do objeto à medida que
este gira. Além do NTT foram também utilizados nas medidas de brilho os
seguintes telescópios:
Telescópio de 60 polegadas do Observatório Palomar (Califórnia, EUA), Observatório Table Mountain (Califórnia, EUA), Telescópio de 60 polegadas do Observatório Steward (Arizona, EUA), Telescópio Bok de 90 polegadas do Observatório Steward (Arizona, EUA), Telescópio Liverpool de 2 metros (La Palma, Espanha), Telescópio Isaac Newton de 2,5 metros (La Palma, Espanha) e Telescópio Hale de 5 metros do Observatório Palomar (Califórnia, EUA). Estes dados foram depois usados para deduzir o período de rotação do asteroide de modo muito preciso e determinar como é que este período varia com o tempo. Esta informação, quando combinada com a forma do asteroide, permitiu explorar o seu interior revelando pela primeira vez a complexidade que se encontra no seu núcleo. Descobriu-se que a densidade do interior do asteroide varia de 1,75 a 2,85 gramas por centímetro cúbico. As duas densidades referem-se a duas partes distintas do Itokawa.
“Esta é a primeira vez que conseguimos determinar como é o interior de um asteroide”, explica Lowry. “Podemos ver que Itokawa tem uma estrutura extremamente variada; esta descoberta é importante para nossa compreensão dos corpos rochosos do Sistema Solar”. A rotação de um asteroide e de outros pequenos corpos no espaço pode ser afetada pela luz solar. Este fenômeno, conhecido por efeito Yarkovsky-O’Keefe-Radzievskii-Paddack (YORP), ocorre quando a radiação solar absorvida pelo objeto é re-emitida pela sua superfície sob a forma de calor. Quando a forma do asteroide é muito irregular, o calor não é irradiado de modo homogêneo, o que cria no corpo um torque, pequeno mas contínuo, que muda a sua taxa de rotação. Como analogia simples para o efeito YORP, se fizéssemos incidir uma luz intensa numa hélice, esta começaria a girar lentamente devido a um efeito semelhante.
Lowry e colegas foram os primeiros a observar este efeito em ação num pequeno asteroide chamado 2000 PH5, agora conhecido por 54509 YORP. A equipe de Lowry determinou que a taxa à qual o asteroide gira está lentamente acelerarando devido ao efeito YORP. A variação na velocidade de rotação é minúscula, uns meros 0,045 segundos por ano, no entanto este resultado é muito diferente do esperado e apenas pode ser explicado se as duas partes do objeto em forma de amendoim tiverem densidades diferentes. Esta é a primeira vez que os astrônomos encontram evidências para uma estrutura interna dos asteroides extremamente variada.
Até agora, as propriedades do interior dos asteroides apenas podiam ser inferidas através de medições globais aproximadas da densidade. Este resultado levou a muita especulação relativamente à formação de Itokawa. Uma possibilidade é que o asteroide se tenha formado a partir de duas componentes de um asteroide duplo depois de ter havido colisão e fusão dos dois objetos. Lowry acrescenta, “Descobrir que os asteroides não têm interiores homogêneos tem implicações importantes, particularmente para os modelos de formação de asteroides binários. Este resultado poderá igualmente ser aplicado em trabalhos que visam diminuir as colisões de asteroides com a Terra ou em planos para futuras viagens a estes corpos rochosos”.
Esta nova capacidade de sondar o interior
de um asteroide é muito importante e pode ajudar-nos a desvendar muitos
dos segredos destes objetos misteriosos. Este trabalho foi descrito no
artigo científico intitulado “The Internal Structure of Asteroid (25143)
Itokawa as Revealed by Detection of YORP Spin-up”, de Lowry et al., que será publicado na revista especializada Astronomy & Astrophysics. Telescópio de 60 polegadas do Observatório Palomar (Califórnia, EUA), Observatório Table Mountain (Califórnia, EUA), Telescópio de 60 polegadas do Observatório Steward (Arizona, EUA), Telescópio Bok de 90 polegadas do Observatório Steward (Arizona, EUA), Telescópio Liverpool de 2 metros (La Palma, Espanha), Telescópio Isaac Newton de 2,5 metros (La Palma, Espanha) e Telescópio Hale de 5 metros do Observatório Palomar (Califórnia, EUA). Estes dados foram depois usados para deduzir o período de rotação do asteroide de modo muito preciso e determinar como é que este período varia com o tempo. Esta informação, quando combinada com a forma do asteroide, permitiu explorar o seu interior revelando pela primeira vez a complexidade que se encontra no seu núcleo. Descobriu-se que a densidade do interior do asteroide varia de 1,75 a 2,85 gramas por centímetro cúbico. As duas densidades referem-se a duas partes distintas do Itokawa.
“Esta é a primeira vez que conseguimos determinar como é o interior de um asteroide”, explica Lowry. “Podemos ver que Itokawa tem uma estrutura extremamente variada; esta descoberta é importante para nossa compreensão dos corpos rochosos do Sistema Solar”. A rotação de um asteroide e de outros pequenos corpos no espaço pode ser afetada pela luz solar. Este fenômeno, conhecido por efeito Yarkovsky-O’Keefe-Radzievskii-Paddack (YORP), ocorre quando a radiação solar absorvida pelo objeto é re-emitida pela sua superfície sob a forma de calor. Quando a forma do asteroide é muito irregular, o calor não é irradiado de modo homogêneo, o que cria no corpo um torque, pequeno mas contínuo, que muda a sua taxa de rotação. Como analogia simples para o efeito YORP, se fizéssemos incidir uma luz intensa numa hélice, esta começaria a girar lentamente devido a um efeito semelhante.
Lowry e colegas foram os primeiros a observar este efeito em ação num pequeno asteroide chamado 2000 PH5, agora conhecido por 54509 YORP. A equipe de Lowry determinou que a taxa à qual o asteroide gira está lentamente acelerarando devido ao efeito YORP. A variação na velocidade de rotação é minúscula, uns meros 0,045 segundos por ano, no entanto este resultado é muito diferente do esperado e apenas pode ser explicado se as duas partes do objeto em forma de amendoim tiverem densidades diferentes. Esta é a primeira vez que os astrônomos encontram evidências para uma estrutura interna dos asteroides extremamente variada.
Até agora, as propriedades do interior dos asteroides apenas podiam ser inferidas através de medições globais aproximadas da densidade. Este resultado levou a muita especulação relativamente à formação de Itokawa. Uma possibilidade é que o asteroide se tenha formado a partir de duas componentes de um asteroide duplo depois de ter havido colisão e fusão dos dois objetos. Lowry acrescenta, “Descobrir que os asteroides não têm interiores homogêneos tem implicações importantes, particularmente para os modelos de formação de asteroides binários. Este resultado poderá igualmente ser aplicado em trabalhos que visam diminuir as colisões de asteroides com a Terra ou em planos para futuras viagens a estes corpos rochosos”.
Fonte : Astronomia e Universo
0 comentários:
Postar um comentário