- Categoria: Grover Furr
- Publicado em Segunda, 15 Julho 2013 11:01
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A biografia de Bukharin por Stephen Cohen: Um estudo sobre a falsidade das "revelações" da era de Khrushchev [1]
Grover Furr e Vladimir L. Bobrov
Em 1929, Jules Humbert-Droz era membro
do Partido Comunista da Suíça e representante da Internacional
Comunista. Ele também era um grande amigo e aliado político de Nikolai
Bukharin, um dos mais proeminentes líderes bolcheviques. Até então,
Bukharin tornara-se um adversário político de Josef Stalin, de que fora
aliado, recentemente.
Humbert-Droz reuniu-se e falou com
Bukharin pela última vez no começo de 1929. O comunista suíço estava
partindo para uma conferência de partidos comunistas latino-americanos.
Em suas memórias, publicadas na Suíça, em 1971, Humbert-Droz recordou o
incidente da seguinte forma:
"Antes de partir eu
fui a ver pela ultima vez Bukharin, sem saber se iria vê-lo na minha
volta. Tivemos uma conversa longa e franca. Ele me colocou a par dos
contatos feitos por seu grupo com a fração de Zinoviev-Kamenev para
coordenar a luta contra o poder de Stalin. Eu não o escondi que nao
concordava com este vinculo entre as oposições. "A luta contra Stalin
não é um programa político. Lutamos justamente contra o programa dos
trotskistas sobre questões-chave, o perigo dos kulaks na Rússia, a luta
contra o frente única com os social-democratas, os problemas da China, a
míope perspectiva revolucionária, etc. O dia após a vitória comum
contra Stalin, as questões políticas nos dividira. Este bloco é um bloco
sem princípios que entrará em colapso antes de atingir qualquer
resultado."
"Bukharin também me
disse que eles decidiram usar o terror individual com o objetivo de se
livrar de Stalin. Sobre este ponto, eu também expressei as minhas
reservas: a inserção do terror individual nas lutas políticas nascidas
da Revolução Russa corre fortemente o risco de voltar-se contra aqueles
que a usam. Nunca foi uma arma revolucionária. "A minha opinião é que
devemos continuar a luta ideológica e política contra Stalin. Sua linha
levará em um futuro próximo a uma catástrofe que vai abrir os olhos dos
comunistas e dará origem em uma mudança de direção. O fascismo ameaça a
Alemanha e o nosso grupo de charlatães não será capaz de resistir. Antes
do colapso do Partido Comunista da Alemanha e a expansão do fascismo na
Polônia e França, a Internacional deve mudar a politica. Esse momento
será então a nossa hora. É necessário, portanto, manter-se
disciplinados, implementar as decisões sectárias depois de ter lutado, e
ser em oposição contra os erros e as medidas de esquerda, porém
continuar lutando no terreno estritamente político".
"Bukharin,
sem dúvida, tinha percebido que eu não me juntaria cegamente com a sua
fração, cujo único objetivo era livrar-se de Stalin. / 380 / Esta foi a
nossa última reunião. Ficou claro que ele não tinha confiança
na tática que eu sugeri. Também sem duvida ele sabia melhor do que eu
sobre os crimes que Stalin era capaz de fazer. Em suma, aqueles
que, após a morte de Lênin e com base no seu testamento, poderiam
destruir politicamente Stalin, tentavam em em vez disso eliminá-lo
fisicamente, quando este tinha firmemente nas suas mãos firmes o Partido
e o aparelho policial do Estado. "(A ênfase adicionada é nossa). [2]
Humbert-Droz
publicou esta história em 1971, escrito sem qualquer pressão da NKVD.
Ele escreveu e viveu a maior parte da sua vida na sua natal Suíça. Além
disso, ele era amigo de Bukharin e seu aliado político. No momento que
escreveu isso, odiava Stalin, como evidenciado por seu comentário sobre
"os crimes que Stalin era capaz de fazer".
Então não tinha nenhuma razão – que
sabemos – de mentir ou exagerar sobre o que sabia. Além disso,
Humbert-Droz diz que ouviu falar dos planos para assassinar Stalin dos
próprios lábios de Bukharin.
Muitos consideram esta declaração a
evidência mais forte disponível para corroborar que Bukharin era culpado
do que ele foi acusado no terceiro dos processos de Moscou, em 1938. É a
confirmação de que Bukharin não só não se opôs à formação de um bloco
com aqueles que utilizavam o assassinato (a melhor tradução do termo
russo "terror individual"), mas também ele mesmo era a favor do seu uso.
Se ele foi capaz de conspirar para assassinar Stálin já em 1929, era
claramente capaz de tais atos nos anos seguintes .
Para corroborar está afirmação, agora
temos a confissão de Valentin Astrov, um dos estudantes e seguidores de
Bukharin, desde janeiro de 1937, em que Astrov acusa especificamente
Bukharin de planejar o assassinato de Stálin em 1932. Quando foi
confrontado com a acusação de Astrov, Bukharin negou repetidamente. Na
sua primeira confissão, que temos descoberto e publicado neste
jornal[Lógica Cultural] há alguns anos, Bukharin admitiu que fazia parte
de um bloco com os trotskistas e outros que advogavam o terror e também
admitiu que, em sua própria fração, os direitistas, "surgiram grupos
terroristas". Mas mesmo assim Bukharin não admitiu defender o
assassinato de Stalin [3]. Porem, Humbert-Droz afirma que ele tinha
feito.
Enquanto estava na prisão, Bukharin
escreveu uma carta a Stalin em 10 de dezembro de 1937, em que ele se
retratou de todas as confissões que tinha feito anteriormente. Na página
sete da sua "sincera" carta, Bukharin escreveu:
"Eu sei que Nadezhda Sergeyevna Alliluyeva nunca acreditaria que eu planejei nada de ruim contra você ..."
Leia
literalmente, isso deve ser considerado como a verdade, porque Bukharin
não diz que ele não participou nos preparativos para matar Stalin. Ele
apenas diz que a esposa de Stalin (morta em seguida) não acreditaria que
ele era parte dum enredo semelhante! A diferença de significado entre
essas duas afirmações é evidente. Bukharin estava usando "palavras
equivocas" - dizendo uma coisa ("a tua esposa nunca acreditaria que eu
planejaria algo de ruim contra você"), enquanto buscava que stalin
compreendesse uma outra coisa ("Eu nunca planejei nada de ruim contra
você"). Mais uma vez, graças às memorias de Humbert-Droz temos agora
prova substancial de que Bukharin estava mentindo.
O testemunho de Humbert-Droz está
disponível desde 1971. Qualquer erudito com um interesse na verdade
histórica imediatamente reconheceria a importância desta passagem como
uma prova muito forte, não Soviética, não "stalinista", que um dos
principais acusados nos processos de Moscou era em realidade culpado.O
revisor anônimo do livro de Humbert-Droz no Times Literary Supplement
chamou a atenção dos leitores para essa passagem específica em uma
revisão relativamente curta (TLS, 25 de junho de 1971, p. 733).
Robert Conquest não menciona esta
declaração de Humbert-Droz em "O Grande Terror: Uma reavaliação" (1990,
muitas reimpressões), embora numa edição anterior escreveu:
"Em questões políticas, basicamente, a
melhor fonte, embora não infalível, é o rumor de um alto nível político
ou policial." (O Grande Terror, 1968, p. 569).
O testemunho Humbert-Droz tende a
refutar a tese de Conquest em que Stalin construiu uma trama ardilosa
para incriminar Bukharin e todos os acusados nos processos de Moscou.
Talvez seria a razão por a qual Conquest não cita-o, não o faz mesmo em
sua "Edição do Quadragésimo Aniversário", de 2008, 37 anos após que as
memorias de Humbert-Droz apareceram.
O
tema deste estudo, no entanto, é a biografia de Bukharin por Stephen
F.Cohen, de longe, a mais influente e conhecida obra sobre Bukharin em
qualquer idioma. Cohen menciona Humbert-Droz em 12 páginas do seu livro.
Além disso, Cohen cita este livro específico, De Lenin a Stalin, cinco
vezes: nota 16, p. 391 nota, 19, p. 431, nota 109, página 450, nota 137,
p. 451, nota e 170, p. 453. [4]
No entanto, Cohen em nenhuma parte
menciona a revelação mais surpreendente do livro: A afirmação de
Humbert-Droz em que Bukharin tinha admitido em 1929 que ele e a sua
"fração", ou um grupo secreto dentro do Partido, já estava conspirando
para assassinar Stalin. O silêncio notável de Cohen pode servir como um
prólogo para o estudo que se segue.
Nesta analise, argumentamos que o
paradigma dominante da história política da União Soviética na década de
1930, é falso. Os documentos dos arquivos soviéticos, anteriormente
secretos, que foram tornados públicos desde o fim da URSS, fornece
evidências mais que suficientes para refutar a opinião que sobre este
período tem logrado uma aceitação quase universal desde os dias de
Khrushchev. Neste trabalho pomos como teste esta hipótese através de um
exame detalhado de um texto representativo: o décimo capítulo de Stephen
F. Cohen, "Bukharin e a Revolução Bolchevique. Uma Biografia Política
1888-1938 ", de 1973.
Por razoes de brevidade, a este
paradigma histórico ou relato mestre, o chamamos paradigma
"anti-Stalin". Um termo mais constrangedor, porém mais preciso seria o
paradigma "Trotsky-Khrushchev-Guerra Fría-Gorbachev-pós-soviético".
Desde o tempo do seu exílio em janeiro de 1929 até seu assassinato em
agosto de 1940, Leon Trotsky culpou Josef Stalin dos defeitos e crimes
do socialismo soviético. Nikita Khrushchev assumiu este mesmo tema em
1956 e, durante o período de sua liderança na União Soviética, os
ataques contra Stalin se ampliaram enormemente até a retirada de
Khrushchev do seu cargo em outubro de 1964.
A partir de 1987, Mikhail Gorbachev
patrocinou um assalto contra Stalin e aqueles relacionados a ele, que
inclusive superou o período de Khrushchev. A figura de Stalin sofreu uma
"demonização" virtual, enquanto foi dado um tratamento semelhante às
outros bolcheviques da era de Stalin, e ao próprio Khrushchev.
No Ocidente, esse paradigma é, talvez,
mais associado com o livro de Robert Conquest, "O Grande Terror. Os
expurgos de Stalin nos anos trinta", em 1968, e com o livro de Roy
Medvedev, "Que a história julgue: as origens e as consequências do
stalinismo "(1971). As "revelações" da era de Khrushchev formam o núcleo
do que se toma por evidência nas obras de ambos os autores. Nós temos
usado o termo "revelações" entre aspas para sinalizar ao leitor que
essas presumíveis revelações são praticamente todas falsas.
Desde o fim da URSS, em 1991, se
publicaram um grande número de fontes primárias que estavam nos antigos
arquivos soviéticos Foi escrito uma grande série de livros, em um
esforço para desenvolver e ajustar o paradigma anti-Stalin, abrindo
espaço a algumas evidências desses arquivos. Nas últimas quatro décadas,
não se escreveu nenhum trabalho para rivalizar com a posição quase
canônica das obras de Conquest e Medvedev.
Ambos
os livros são demasiado longos, o de Conquest tem quase 700 páginas, o
de Medvedev pouco menos de 900 - para o tratamento detalhado numa unica
analise. Em vez disso, usaremos o décimo capítulo do livro de Cohen como
representativo da interpretação canônica da política da elite soviética
nos anos 1930. Escrevendo alguns anos após de Conquest y Medvedev,
Cohen teve em devida conta os dois e também se baseou em outros
trabalhos que utilizou Conquest – de escritores como Boris Nikolaevsky e
Alexander Orlov.
Devido à sua aproximaçao muito mais
limitada, apenas em Bukharin e não em toda a história política da URSS,
Cohen foi capaz de apresentar um relato acadêmico e documentado do
período 1930-1938 em 45 páginas. Esse capítulo é bastante curto como
para permitir uma análise detalhada da sua prova, no entanto, está bem
documentado -207 notas - para representar o "paradigma anti-Stalin" em
sua totalidade.
A brevidade não é a única ou mesmo a
principal, vantagem que o décimo capítulo de Cohen apresenta à crítica. O
livro de Cohen foi um "clássico" a partir do momento da sua publicação e
permanece até hoje. Originalmente publicado em 1973 por Alfred A.
Knopf, foi reeditado em 1980 pela prestigiosa Oxford University Press e
manteve-se na forma imprensa desde então.
O Livro de Cohen é importante no outro
sentido. Mikhail Gorbachev elegeu-o como o primeiro trabalho da
Sovietologia do Ocidente a ser publicado por uma editorial Soviética
[5]. Gorbachev teria dito à Cohen que ele mesmo fora fortemente
influenciado pelo livro na década de 1980, quando ele leu-o na tradução
russa.
No final de 1987, em parte inspirado por
o livro de Cohen, se realizou em Moscou uma conferência sobre Bukharin.
Não só Cohen foi convidado a falar, também o mesmo Gorbachev realizou
uma conferência de imprensa com Cohen (Junge 159-60). Este evento e a
publicação da tradução em russo por o editorial Progresso, a editorial
do governo, no final de 1988 (Junge 193 n.77), inauguraram o "boom
Bukharin", durante o qual o regime de Gorbachev promoveu o entusiasmo
por Bukharin como o verdadeiro herdeiro do manto de Lenin. [6]
Gorbachev e os seus colaboradores na
direção soviética estavam principalmente interessados em usar o apoio de
Bukharin para mecanismos de mercado na década de 1920, para justificar-
em nome do "leninismo" – o aumento maciço da dependência dos mercados
no final de 1980 [7]. Esse não é o nosso interesse aqui. O décimo
capítulo do livro de Cohen não tem nada a ver com as idéias econômicas
de Bukharin, porém mais precisamente com a vida de Bukharin de 1930 até o
seu julgamento e execução, em março de 1938.
No entanto, estes últimos oito anos da
carreira de Bukharin eram fundamentais para o propósito de Gorbachev
para reabilitar as idéias econômicas de Bukharin para a perestroika de
Gorbachev. Encontrar Bukharin inocente das acusações de que ele foi
condenado em seu julgamento em 1938, era fundamental para estabelecer a
suposta legitimidade leninista das ideias econômicas de Bukharin.
Se si reconhecesse que Bukharin fora
realmente culpado de sò uma das principais acusações de que ele tinha
confessado a sua culpa: conspirar para derrubar o governo soviético e
conspirar com o Estado Maior alemão para abrir a frente para o exército
alemão em caso de guerra - sem mencionar de ser parte de um plano para
assassinar Lenin, em 1918, uma acusação que ele negou, mas para o qual
ele foi condenado [8] -, não poderia ter sido útil para Gorbachev. Além
disso, Bukharin tinha admitido em tribunal que as politicas que ele
representava na década de 1930 eram equivalentes à "restauração do
capitalismo", isso Gorbachev não podia admitir absolutamente - pelo
menos não em 1988.
Se si reconhecesse a culpa de Bukharin,
então se seguiria que o governo soviético - "Stalin", na sinédoque
redutora da linguagem anticomunista, tinha sido justificado na sua
execução. O que é mais, como Bukharin implicou praticamente todos os
outros acusados nos três processos de Moscou e os acusados no julgamento
militar secreto do Marechal Tukhachevsky e outros, admitir a culpa de
Bukharin também traria a justificar a repressão do governo soviético
contra estas figuras. Apresentar as políticas de Stalin como erradas,
imorais e não leninista era essencial para a aceitação da política
econômica de Gorbachev. Assim a inocência de Bukharin era uma pedra
angular da "reabilitação" de seu nome e das políticas econômicas
associados com ele.
Se assumiu e se afirmou, desde o "boom
de Bukharin" no final de 1980, que Bukharin foi forçado a confessar
crimes que não cometeu. Este é o pressuposto fundamental de toda a
discussão convencional sobre a carreira de Bukharin, sobre os processos
de Moscou e, em geral, sobre os soviéticos na década de 1930, assumido
que foi repetido uma e outra vez até que foi apurado. Poucas vozes -
nenhuma em toda a esfera pública e entre os investigadores convencionais
- submeteram este suposto para qualquer questionamento sério.
Como evidenciado pela nossa pesquisa
anterior [9] e a presente analise, não há nenhuma evidência positiva que
Bukharin era inocente. Pelo contrário, todas as evidências que temos é
consistente com o que Bukharin era culpado dos crimes que ele mesmo
confessou.
Um problema para o "boom de Bukharin"
patrocinado por Gorbachev surgiu cedo, embora o que pudemos saber em
2004. A comissão do Comitê Central encarregada de estudar e, em
essência, de encontrar provas que Bukharin fora condenado injustamente
durante o julgamento em 1938, não foi capaz de encontrar estas
evidências em absoluto. Os atos desta comissão, publicadas em 2004,
mostram desânimo dos membros dessa comissão diante dessa falha.
O resultado foi que o decreto
(Postanovlenie) do Plenário do Soviete Supremo, que foi publicado em 4
de fevereiro de 1988 e que afirmou que Bukharin fora forçado a fazer uma
confissão falsa, nunca foi publicado e é mantido em segredo até hoje. O
seu texto, descoberto apenas recentemente, mostra que a peça central da
evidência da inocência de Bukharin citado nele, na verdade é uma
falsificação deliberada [10]. Neste decreto, a declaração-confissão
Frinovsky Mikhail, um documento que fornece forte evidência da culpa de
Bukharin, foi deliberadamente mal interpretado para que pudesse ser
usado como prova de que ele era inocente. [11] De fato, especialistas de
Gorbachev não conseguiram encontrar nenhuma evidência para apoiar a
teoria de que Bukharin era inocente.
Notas
[1] Recentemente uma versão em língua
russa desta analise foi publicada em Grover Furr e Vladimir Bobrov,
1937. Stalina Pravosudie Stalina. Obzhalovaniiu ne podlezhit Moscou:
Iauza-Eksmo, 2010 pp 195-333. Esta analise foi revisado para sua
publicação na Lógica Cultural.
[2] Memórias de Jules Humbert-Droz.
Desde Lenin a Stalin. Dez anos ao serviço da Internacional Comunista de
1921-1931. Neufchatel: O Baconnière, 1971, p. 379-80. O Texto original
em Francês é o seguinte:
Avant de partir,
j'allai voir une dernière fois Boukharine, ne sachant si je le reverrais
á mon retour. Nous eûmes une longue et franche conversation. Il me mit
au courant des contacts pris par son groupe avec la fraction
Zinoviev-Kamenev pour coordonner la lute contre le pouvoir de Staline.
Je ne lui cachai pas que je n'approuvrais pas cette liaison des
oppositions: «La lute contre Staline n'est pas un programme politique.
Nous avons combattu avec raison le programme des troskystes sur des
problems essentiels, le danger des koulaks en Russie, la lute contre le
front unique avec les social-démocrates, les problems chinois, la
perspective révolutionnaire très courte, etc. Au lendemain d'une
victoire commune contre Staline, ces problems politiques nous
diviseront. Ce bloc est un bloc sans principles, qui s'effritera meme
avant d'aboutir.»
Boukharine me dit
aussi qu'ils avaient decide d'utiliser la terreur individuelle pour se
débarrasser de Staline. Sur ce point aussi je fis d'expresses reserves:
l'introduction de la terreur individuelle dans les lutes politiques nées
de la Révolution russe risquait fort de se tourner contre ceux qui
l'emploieraient. Elle n'a jamais été une arme révolutionnaire. «Mon
opinion est que nous devons continuer la lute idéologique et politique
contre Staline. Sa ligne conduira, dans un avenir proche, à une
catastrophe qui ouvrira les yeux des communists et aboutira à un
changement d'orientation. Le fascism menace l'Allemagne et notre parti
de phraseurs sera incapable de lui resister. Devant la debacle du Parti
communiste allemande et l'extension du fascism à la Pologne, à la
France, l'Internationale devra change de politque. Ce moment-là sera
notre heure. Il faut donc rester disciplines, appliquer les decisions
sectaires après les avoir combtatues et s'opposer aux fautes et aux
measures gauchistes, mais continue la lute sur le terrain strictement
politique.»
Boukharine a sans
doute compris que jue ne me liais pas aveglément à sa fraction, don't le
seul programme était de fair disparaître Staline. / 380 / Ce fut notre
dernière entrevue. Manifestement il návait pas confiance dans la
tactique que je proposais. Il savait aussi bien sûr, mieux que moi, de
quells crimes Staline était capable. Bref, ceux qui, après la mort de
Lénine, sur la base de son testament, auraient pu liquider politiquement
Staline, cherchaient à l'élimier physiquement, alors qu'il tenait
fermement en main le parti et l'appareil policier de l'Etat.
[3] Grover Furr e Vladimir Bobrov. "Nikolai Bukharin's First Statement of Confession in the Lubianka". Cultural Logic 2007. En http://clogic.eserver.org/2007/Furr_Bobrov.pdf>..
[4] Humbert-Droz também é citado na "Bibliografia Selecionada" na p. 491.
[5] "Die Bedeutung, die dieser Arbeig
zugemessen wurde, läßt sich daran ablesen, das es das erst Werk eines
westlichen Sowjetologen war, das in der UdSSR erscheinen konnte." Mark
Junge. Bucharins Rehabiliterung. Historisches Gedächtnis in der
Sowjetunion 1953-1991(Berlin: BasisDruck, 1999), pp. 195-96.
[6] "In den Jahren 1988/89 kam es zu einem regelrechten Bucharin-Boom." Junge, p. 192.
[7] "Schließlich bezeichnen die
entsprechenden Autoren Bucharins Ideen übereinstimmend als hochaktuell
für die 'Perestrojka'."de Bukharin." Todos os Autores mencionados aqui
eram partidários da "perestroika". Junge, 206. Para uma observação
semelhante em p. 196.
[8] Bukharin admitiu em várias ocasiões
que ele tinha conspirado com os social-revolucionários para prender
Lenin, Stalin e Yakov Sverdlov, mas negou qualquer plano para matá-los.
Esta questão é discutida mais adiante neste ensaio.
[9] Furr E Bobrov, "Nikolai Bukharin's
First Statement of Confession in the Lubianka." Cultural Logic2007. At .
Este artígo foi publicado pela primeira vez em russo na Revista
Histórica Klio (San Petersburgo) No. 1 (36), 2007, pp. 38-54. Em
furr/research/furrnbobrov_klio0107.pdf>
[10] Nós, Furr e Bobrov, temos preparado
uma edição deste documento e um artigo de acompanhamento, que será
publicado em breve em um livro que será publicado na Rússia.
[11] A declaração-confissão de Frinovsky
foi publicada no início de 2006 e está disponível na Web em . Eu
coloquei uma tradução em Inglês na web, aqui . Ambas as versões, em
russo e Inglês, tem a informação bibliográfica completa da publicação
original. Em relação à declaração de Frinovsky sobre a culpa de
Bucharin, ver p. 40, 42, 47-8, ou simplesmente procura a palavra
"Bukharin" ("Бухарин").
Fonte: Grover Furr & Vladimir L.
Bobrov, Stephen Cohen's Biography of Bukharin: A Study in the Falsehood
of Khrushchev-Era "Revelations", Cultural Logic 2010. Publicado em
http://clogic.eserver.org/2010/furr.pdf
Nota: As imagens que acompanham este
artigo foram realizadas por Bukharin em anos diferentes, e correspondem
respetivamente, de cima para baixo, a: Lenin, Stalin, Trotsky, Zinoviev,
Dzerzhinsky, Kalinin, Ordzhonikidze e Voroshilov
Fonte - Crítica Marxista-Leninista
Traduzido do espanhol para o português pelo camarada Claudio Buttinelli
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