Cairo,
15 jul (Prensa Latina) A violência contida depois dos acontecimentos
dos últimos dias pode estourar hoje aqui, pois partidários e rivais do
presidente egípcio Mohamed Morsi anunciam manifestações a favor e
contra as autoridades provisórias, respectivamente.
Na península do Sinai, ao amanhecer, três pessoas morreram e 17 ficaram
feridas em um ataque com granadas autopropulsadas contra um ônibus que
transportava trabalhadores de uma fábrica de concreto operada pelo
Exército, segundo fontes oficiais.
O incidente ocorreu perto da
cidade de El Arish, no norte da península nordeste egípcia, onde horas
atrás as Forças Armadas anunciaram ter eliminado os cinco responsáveis
de um ataque feito há alguns dias contra o aeroporto dessa localidade.
Um porta-voz da Irmandade Muçulmana (IM, islamistas) negou
responsabilidade na ação e assegurou que foi "realizada pela Mujabarat
(Serviço de Inteligência, em árabe) para justificar o golpe militar
contra o presidente Mohamed Morsi".
Fontes militares refutaram
que um de seus veículos tenha sido alvo de um atentado dinamiteiro no
Sinai, no qual morreu uma pessoa; o autor da tentativa morreu quando
manipulava o artefato explosivo, disse o informante.
No entanto,
a atenção está centrada hoje nas manifestações de partidários e
adversários do presidente deposto, detido desde 3 de julho e submetido
desde ontem a interrogatório, depois de acusações de espionagem,
incitação à violência e danos à economia durante seus 367 dias de
exercício da presidência.
Porta-vozes da IM disseram que
pretendem realizar passeatas para as sedes do Conselho Nacional de
Segurança e do Quartel Geral da Guarda Republicana, ambos no distrito da
Cidade Nasser, apesar de uma advertência do Comando das Forças Armadas
para que durante seus protestos evitem os edifícios públicos e as
instalações militares.
No sábado, helicópteros do Exército
sobrevoaram os arredores da mesquita Rabaa Al Adawiya, nessa mesma
comunidade, e distribuíram folhetos nos quais garantem que os
manifestantes que desejarem abandonar o local não serão perseguidos.
Por sua vez, as organizações opostas a Morsi convocaram seus seguidores
a reunir-se na Praça Tahrir, no centro desta capital, e em frente ao
palácio presidencial de Ittihadiya, no distrito de Heliópolis, para
contraporem-se aos islamistas.
Ambas as manifestações constituem
uma demonstração de força das partes a poucas horas da chegada aqui do
subsecretário de estado norte-americano William Burns, para se reunir
com as novas autoridades.
pgh/msl/es |
0 comentários:
Postar um comentário