DIREITOS HUMANOS
15/04/2013 - 18h08 | Dodô Calixto | Redação
"Não comerei até que devolvam minha dignidade", diz preso de Guantánamo
Em fim de semana marcado por violência, polícia entra em confronto com detentos em greve de fome
O fim de semana foi marcado por violência e apreensão frente à greve de fome adotada por um grupo de detentos na prisão norte-americana de Guantánamo, em Cuba.
Os abusos policiais somados às más condições sociais em que vivem os presos resultaram em um confronto no último sábado (15/04). Segundo informações do Pentágono, militares norte-americanos dispararam armas de efeito moral contras os prisioneiros.
O objetivo da ação policial era isolar do convívio comum os que se encontravam em greve de fome, para colocá-los em celas solitárias. A medida, e também a forma agressiva como os militares abordaram os detentos, já fragilizados pela fome, causaram repúdio entre os demais detentos, que partiram para o confronto com os norte-americanos.
A edição desta segunda-feira (15) do jornal The New York Times desta segunda-feira (15/04) publicou um relato dramático de um dos detentos.
Agência Efe
Norte-americanos protestaram em Nova York contra manutenção da prisão de Guantánamo
“Estou em greve de fome desde o dia 10 de fevereiro e perdi cerca de 15 quilos. Não vou comer até que devolvam minha dignidade. Estou em Guantánamo por 11 anos e três meses e nunca fui julgado ou acusado por nenhum crime. Disseram que eu era um guarda de Osama bin Laden. E apenas isso”, afirma um detento de 35 anos que foi preso no Afeganistão por suspeita ligação com os ataques de 11 de setembro.
Segundo informações do jornal espanhol El Mundo, os incidentes aconteceram no pavilhão 6 de Guantánamo, local onde 50 dos 130 presos estão locados. Segundo uma fonte do Pentágono que pediu sigilo, 41 detentos estão em greve de fome e 11 desses tem sido alimentados à força com soros.
Muitos deles não se alimentam há mais de dois meses em protesto contra os abusos praticados pelos militares. A informação partiu de advogados dos prisioneiros, que alertam para a precariedade da saúde deles, classificada de "extremamente grave".
Fonte: Opera Mundi
0 comentários:
Postar um comentário