terça-feira, 23 de outubro de 2012

Wall Street exportando oposição para América Latina!!



Oposição venezuelana fundada por ex-universitários da Wall Street

Os EUA preparam "restauração da democracia" com oposição criada na Wall Street

Tony Cartalucci


Global Research, 9 Outubro 2012

Em "Os EUA preparam o derrube da Venezuela," são mostrados documentos sobre política dos EUA e financiamentos do

National Endowment for Democracy (NED) do Departamento de Estado dos EUA como abertamente conspirativos para interferência e manipulação das eleições venezuelanas próximas.

O partido da oposição Primero Justicia (Justiça Primeiro), que inclui o candidato presidencial derrotado Henrique Capriles Radonski, foi co-fundado por Leopoldo Lopez e Julio Borges, os quais, tal como Radonski, foram apoiados durante cerca de uma década pelo Departamento de Estado dos EUA. Primero Justicia e a rede de ONG’s estrangeiras que o apoiam receberam apoio estrangeiro durante pelo menos o mesmo espaço de tempo.


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: Documento do Departamento de Estado dos EUA (arquivado) mostrando o papel de ONG’s financiadas pelo NED no apoio às figuras da oposição venezuelana apoiadas pelos EUA. Os EUA normalmente não listam com transparência quem está incluído no financiamento que a NED concede a grupos oposicionistas na Venezuela, por isso documentos como este fornecem informação rara sobre os nomes e as dinâmicas envolvidas. Conforme se suspeitava, o dinheiro da NED segue para redes que dão apoio ao atual candidato presidencial Henrique Capriles Radonski. Neste documento em particular, descreve-se o caso legal da Súmate financiada pela NED relativamente à sua tentativa de defesa de Radonski. Na altura em que este documento foi escrito, Radonski estava preso aguardando julgamento pela participação no golpe falhado e apoiado pelos EUA contra o presidente Hugo Chávez. O documento pode ainda estar visível no sítio oficial do Departamento de Estado dos EUA aqui.

Todos os três co-fundadores estudaram nos EUA – Radonski frequentou a
New York’s Columbia University, Julio Borges frequentou o Boston College e Oxford, e Leopoldo Lopez frequentou a Harvard Kennedy School of Government (KSG), da qual é considerado antigo aluno (ver também aqui).

A
Harvard Kennedy School, que abriga o conhecido Belfer Center, inclui as seguintes faculdades e antigos colegas de Lopez, co-fundador da atual oposição venezuelana apoiada pelos EUA:

John P. Holdren, Samantha Power, Lawrence Summers e Robert Zoellick (todos da faculdade), assim como Ban Ki-Moon (’84), Paul Volcker (’51), Robert Kagan (’91), Bill O’Reilly (’96), Klaus Schwab (’67) e literalmente centenas de senadores, embaixadores e administradores da atual ordem internacional global da Wall Street e de Londres. A
Harvard’s Kennedy School of Government (KSG) é claramente uma das várias universidades que constituem a base criadora da política globalista internacional orientada pelas corporações financeiras, assim como cultivadora das legiões de administradores que a executam.

Para compreender completamente as implicações da formação de Lopez, ajuda conhecer-se a liderança e os princípios orientadores das missões de Harvard, melhor exemplificados pelo
Belfer Center da KSG, que atualmente concede apoio público a Lopez e ao seu partido de oposição Primero Justicia.

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: John P. Holdren (de barba, à esquerda), defensor da redução da população através de esterilização forçada supervisionada por um "regime planetário", é apenas uma das muitas personalidades "coloridas" que se podem encontrar nos salões da Harvard’s Kennedy School

of Government (KSG) na qual se licenciou o co-fundador do partido venezuelano Primero Justicia, Leopoldo Lopez. Até hoje, a KSG realiza encontros de apoio às tentativas da oposição apoiada pelos EUA para tomar o poder na Venezuela.



O
Belfer Center, assim chamado de acordo com o nome de Robert Belfer da Belco Petroleum Corporation e mais tarde diretor da falida Enron Corporation, descreve-se a si mesmo como o "núcleo de investigação, ensino e formação da Harvard Kennedy School em questões de segurança internacional, ambientais e de recursos, e de política de ciência e tecnologia." Robert Belfer mantém-se ainda como membro do Conselho Internacional.

O diretor da Belfer Graham Allison é um bom exemplo do autoserviço corporatista que dirige a política dos EUA. Foi fundador da Comissão Trilateral, diretor do Conselho de Relações Externas (CFR) e consultor da RAND Corporation, diretor da Getty Oil Company, Natixis, Loomis Sayles, Hansberger, Taubman Centers Inc., e da Belco Oil and Gas, assim como membro de comissões consultivas do Chase Bank, Chemical Bank, Hydro-Quebec e da sinistra International Energy Corporation, tudo isto de acordo com a sua biografia oficial do Belfer Center.

Outra discutível personalidade envolvida como ex-estudante da Belfer é Robert Zoellick, da Goldman Sachs, membro do CFR e antigo presidente do Banco Mundial. Com assento no quadro de diretores está o membro do CFR e antigo consultor do Goldman Sachs, Ashton Carter. Igualmente, o antigo diretor do Citigroup and Raytheon, antigo diretor da Central Intelligence e membro do CFR John Deutch, que requereu um perdão de Clinton para evitar ser pronunciado por quebra de segurança em incompetente desempenho de funções na CIA. Entretanto, Nathaniel Rothschild da Atticus Capital e RIT Capital Partners, Paul Volcker da Reserva Federal e o antigo secretário do DHS (Departamento de Segurança Interna – N:T.) Michael Chertoff são todos consultores do Belfer Center."

Por último, mas não menos importante, temos John P. Holdren, também membro do Conselho de Relações Externas, consultor de ciência tanto do presidente Clinton, como do presidente Obama, e co-autor com Paul Ehrilich do agora famoso "Ecoscience." Quando Holdren não faz publicidade para "Climate Disruption," está sonhando com um governo global totalitário alimentado a malthusianismo e esterilizando à força a população mundial. Alarmou-se erradamente com a superpopulação como fim da humanidade. Proclamou no seu confuso e mal fundamentado livro "The No Growth Society," ("A sociedade sem crescimento" – N.T.) que por volta de 2040 os EUA teriam uma população perigosamente insustentável de 280 milhões a que chamou os "demasiado muitos". A atual população é superior a 300 milhões e, apesar de políticas e políticos irresponsáveis, é ainda sustentável.

Podia-se argumentar que a educação de Lopez pertence ao passado e independente das suas atuais atividades políticas. No entanto, os interesses que guiam a agenda do

Belfer Center

apoiam manifestamente a intenção do seu partido Primero Justicia tomar o poder na Venezuela. Lopez, Radonski e Borges recebem hoje substancial financiamento e apoio através das redes de ONG’s criadas diretamente pelo National Endowment for Democracy do Departamento de Estado dos EUA e são claramente favorecidos pela imprensa ocidental. Além disso, o CFR, a Heritage Foundation e outros grupos dirigidos pelas corporações financeiras vieram todos em apoio de Radonski e do Primero Justicia na sua tentativa de "restauração da democracia" ao estilo americano na Venezuela.

Pense-se o que se pensar sobre o atual presidente venezuelano Hugo Chavez e as suas políticas, ele nacionalizou o petróleo nacional expulsando as empresas multinacionais estrangeiras, diversificou as exportações para reduzir a dependência dos mercados ocidentais (com as exportações para os EUA no mais baixo nível dos últimos 9 anos), e opôs-se abertamente ao neo-imperialismo financeiro global. É um escolho à hegemonia ocidental e constitui um ponto firme de alavanca contra o continuado assalto ocidental ao estado-nação.

E, enquanto muitos críticos afirmam com ligeireza que as políticas do presidente Chavez são um "falhanço", seria bom lembrar como se encontra provado que os EUA aberta ou secretamente estenderam os seus vastos recursos contra o povo da Venezuela ao longo dos anos, para garantirem que qualquer sistema fora da esfera de influência ocidental falha inevitavelmente.

Tradução: Jorge Vasconcelos.
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