20 de enero de 2012, 13:04Damasco, 20 jan (Prensa Latina)
Preso pelas autoridades sírias, Mohammad Nadim al-Masadi confessou à televisão nacional como contrabandeou armas, munições e foguetes do Líbano, através da localidade fronteiriça de Arsal, para grupos armados terroristas que operam em Homs.
A televisão síria apresentou-o ontem à noite ao vivo e hoje retransmite parte de suas confissões nas quais admitiu que introduziu no país lança-foguetes RPG, mísseis antitanques, rifles automáticos, metralhadoras, pistolas e munições.
Al-Masadi, um engenheiro agrícola nascido em Homs em 1975, declarou que no início da crise participou dos protestos que começaram de forma pacífica e se tornaram violentos, se transformando em multidões que atiravam pedras e disparavam com escopetas e fuzis AK-47 tanto contra manifestantes como contra as forças de segurança para provocar a reação destas.
Relatou que junto ao comparsa Nidal Haddad, que se ofereceu para financiar as operações iniciais, compraram materiais bélicos em Arsal de um tal Abu Oueid, e por sua vez os revenderam a Ammar Al-Bikaei, líder de um grupo de 400 membros no bairro de Baba Amro, em Homs, e dividiam os ganhos.
O chefe do grupo terrorista disse que lhes compraria todo o armamento que pudessem conseguir, pois estava recebendo o dinheiro do estrangeiro. A este abasteceram com 18 lança-foguetes RPG e as munições, e também forneceram a outro indivíduo que identificou como Abu Asaad, que dirigia outro grupo na região de Al-Beda, também em Homs.
Al-Masadi confessou que também contrabandeou para o país metralhadoras DshK, três pistolas Glock e duas caixas de granadas Energa, que são disparadas de lançadores acoplados a fuzis, como as que foram usadas contra o grupo de jornalistas estrangeiros em Ekrima, matando o repórter francês Gilles Jacquier e outras oito pessoas.
Também trouxeram para o país um moderno fuzil FAL com mira telescópica e dispositivo de visão noturna, três lança-foguetes antitanques do tipo LAW de fabricação sul-coreana. Todos estes armamentos foram repartidos entre Al-Bikai e Abu Asaad.
As granadas Energa de alta potência explosiva são inclusive usadas contra veículos blindados, como tanques e fortificações.
Por outro lado, a agência de notícias Cham Press difundiu aqui que o comandante do Exército libanês, general Jean Qahwaji, afirmou que foram adotadas mais medidas de segurança nesse país ao longo da fronteira com a Síria com o objetivo de prevenir o contrabando de armamentos e indivíduos munidos.
Qahwaji afirmou que as forças libanesas combaterão os efeitos dos acontecimentos que ocorrem na região e lutarão contra toda forma de terrorismo, assim como contra os complôs e constantes violações por parte de Israel da soberania do Líbano.
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