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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Prefeitura multa Movimento de Luta nos Bairros por lutar contra despejos

 


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A multa foi encaminhada como represaria da Prefeitura de São Bernardo do Campo a manifestação que ocorreu dia 12 de agosto; a manifestação denunciava os despejos e reintegrações de posse durante a pandemia.

Redação São Paulo
Jornal A Verdade

SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP) – A Prefeitura da cidade notificou hoje (05) uma multa de R$1.700,00 ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) por realizar uma manifestação dia 12 de agosto com intuito de denunciar os numerosos despejos e reintegrações de posse durante a pandemia do Covid-19.

A prefeitura alega com a multa que “o movimento trancou a via”, entretanto o registro feito pelo Jornal A Verdade durante a cobertura da manifestação não mostrou nenhuma obstrução completa, pelo contrário: o movimento estava organizado e pacífico.

Além da atual multa, durante a manifestação em agosto, os militantes e representantes do movimento foram agredidos pela guarda-civil.

O movimento continuou denunciando a prefeitura: “hoje, no Dia Internacional da Moradia, uma data importante de mobilizações e lutas por todo país, o MLB foi notificado com uma multa emitida pela Prefeitura de São Bernardo do Campo, entregue ao motorista do carro de som que acompanhou o ato organizado pelo Movimento no último dia 12 de agosto. Um ato democrático e pacifico por parte do movimento que fazia parte da agenda nacional da “Campanha Despejo Zero”.

A multa, emitida pela Prefeitura de Orlando Morando (PSDB), cobra do Movimento um valor de R$1.700,00 alegando trancamento de via, o que não é verdade. Como mostra a própria cobertura do Jornal A Verdade, o ato não bloqueou nenhuma via, estando em caminhada durante todo a sua duração e ocupando somente uma, das três faixas da Avenida, permitindo que os carros transitassem normalmente nas duas demais vias. Na verdade, o que essa multa representa é uma clara perseguição da Prefeitura ao MLB e às famílias que se organizam para lutar pelo direto humano à moradia. Orlando Morando censura o movimento e suas famílias quando, através de uma multa, tenta penalizar as mobilizações populares democráticas e o direito de livre manifestação previsto em lei, demostrando mais uma vez o seu caráter anti-povo.

O MLB não vai aceitar mais essa repressão por parte da Prefeitura de São Bernardo e hoje mesmo entrou com um recurso para suspensão dessa multa absurda, denunciando a postura violenta de Olrando Morando contra as famílias pobres: ‘Manifestar-se é um direito e vamos exigi-lo! Não vão nos calar! Seguimos em luta!’”, finalizou o movimento.

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quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Ato contra os despejos e pela moradia digna em Fortaleza

Ato contra os despejos e pela moradia digna em Fortaleza

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Redação do Ceará
FORTALEZA – Ocorreu no dia 12 de agosto, o ATO NACIONAL CONTRA OS DESPEJOS em várias cidades do país. Na capital cearense a mobilização organizada pelo Movimento de Lutas, nos bairros, vilas e favelas – MLB foi pela manhã na praça do Ferreira e aderiram ao ato, militantes da Unidade Popular – UP; movimento de mulheres Olga Benario; movimento Luta de Classes – MLC ; a União dos Estudantes da Região Metropolitana de Fortaleza – UESM; movimento Universitário Correnteza; da União da Juventude Rebelião – UJR e do Centro de Cultura Popular Manoel Lisboa do Ceará.
Nesse dia de luta as principais reivindicações foram contra as ações de despejo e pelo direito à moradia digna. O ato denunciou a recente tentativa de intimidação por parte de policiais militares na ocupação Carlos Marighella, localizada no bairro Maraponga em Fortaleza, no dia 6 de agosto. Sem nenhuma ordem judicial, homens apaisano, tiveram a cobertura da PM para derrubar os barracos e ameaçar os moradores.
Para Elieuda do Nascimento da Coordenação Nacional e Estadual do MLB, ressalta que, diante da pandemia, o despejo é um ato criminoso. “Despejo é um crime contra a humanidade neste momento onde temos que fazer isolamento social. São 130 mil pessoas em Fortaleza que não tem onde morar e a Polícia Militar do Governador Camilo Santana (PT) derrubam os barracos na Ocupação Carlos Marighella, um absurdo! Quem toma essa decisão política, vai entrar para a história como um genocida.”
Elieuda do Nascimento da Coordenação Nacional e Estadual do MLB
A situação de moradia é uma das principais preocupações do povo brasileiro. O déficit habitacional no Brasil é superior a 7.8 milhões de moradias e mais de 13% da população está desempregada, o que agrava a situação. “Essa situação é muito grave, pois desde do início da quarentena que milhões de pessoas no país sofreram uma brutal redução em suas rendas e passaram a não ter como manter despesas com aluguel e outras contas somente com auxílio emergencial. A moradia se tornou ainda mais essencial para os/as trabalhadores/as, mas, ainda assim, os governantes seguem promovendo despejos no campo e nas cidades de todo o Brasil. Recusam ao povo pobre o direito de um teto para se proteger e garantir o isolamento social para preservar as suas vidas”, afirmou Claudiane Lopes – Jornalista e pré-candidata à vereadora de Fortaleza pela Unidade Popular – UP.
Claudiane Lopes – Jornalista A VERDADE e pré-candidata a vereadora de Fortaleza pela UP.
No centro da cidade vários militantes dos movimentos sociais e populares utilizaram a tribuna livre para denunciar o genocida Bolsonaro que se omitiu na morte de 100 mil pessoas vítimas do novo coronavírus. Muitas pessoas passaram pela praça apoiavam os/as agitadores/as, paravam para escutar às falas, gravar vídeos e muitos gritaram junto com à militância: “Fora Bolsonaro!”.
Catarina Matos do movimento de mulheres Olga Benario.
“Essa situação ficará muito pior, pois com o fim do auxílio emergencial e com a recessão econômica muitas famílias não terão nem casa e nem comida para se sustentar.  É só olhar nas ruas, praças e viadutos, como aumentou o número de famílias inteiras fazendo das vias públicas sua moradia. O capitalismo e os governantes são cruéis para quem é pobre e que por isso, a nossa única alternativa é nos organizarmos e luta contra esse governo fascista de Bolsonaro e esse sistema da morte”, finalizou Paula Colares – Professora e pré-candidata à prefeitura de Fortaleza pela UP.
Paula Colares – Professora e pré-candidata à prefeitura de Fortaleza pela UP.  
A campanha nacional Despejo Zero denúncia que milhões de pessoas no país gastam maior parte de sua renda pagando aluguel e estes números crescem anualmente. Este cenário ficou ainda mais desesperador em tempos de pandemia, com a queda da renda da maioria das famílias, que não se reflete na redução do valor do aluguel, por outro lado, milhões de imóveis estão abandonados nas cidades e não cumprem sua função social. O MLB aproveitou o ato e entregou máscaras para a população fortalezense.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

A luta por moradia: um desafio comum na América Latina




Nos dias 19, 20 e 21 de abril participei do Seminário Latino-Americano Teoría y política sobre Asentamientos Populares para apresentar o trabalho Os conflitos territoriais urbanos e a judicialização da política habitacional: uma reflexão a partir do despejo da Ocupação Lanceiros Negros – Porto Alegre/RS, Brasil.
O seminário foi organizado pelo grupo Info-Habitat da Universidad Nacional de General Sarmiento(UNGS), localizada na região metropolitana de Buenos Aires. A UNGS é uma universidade diferenciada. Localizada na periferia, ela recebe estudantes que, além de pesquisar os problemas sociais decorrentes da desigualdade socioeconômica do capitalismo, vivem essa realidade e têm muito a contribuir com a ciência.
Os três dias de seminário foram valiosíssimos, com a apresentação de diversos trabalhos relacionados aos problemas de moradia enfrentados pelo povo latino-americano, como despejos violentos, falta de acesso à terra e à moradia, discriminação social e racial, criminalização dos movimentos sociais de resistência, tribunais de exceção para pobres, entre outras questões.
No último dia do seminário pude visitar a Villa 20, localizada na Comuna 8 de Buenos Aires, em um bairro chamado Lugano, que logo poderá vir a chamar-se Bairro Papa Francisco. O nome Villa 20é herança da ditadura militar argentina (1966-1973), quando os bairros mais pobres foram numerados, buscando com isso apagar a história de luta e a identidade comunitária. A formação dessa comunidade data de 90 anos atrás e é onde se concentram atualmente altas taxas de violência devido à falta de investimento do poder público nas regiões mais pobres da cidade.
Lá conheci Marcos Antonio Chinchilla, descendente de bolivianos e chilenos, como grande parte da população periférica de Buenos Aires. Marcos mora na Villa 20 e é uma liderança popular que luta por melhores condições de vida para sua comunidade. Ele é membro de um coletivo chamado “Mesa ativa pela reurbanização de Villa 20”, formado pela comunidade há três anos em conjunto com partidos políticos e organizações sociais. Através deste grupo, a comunidade da Villa 20 conseguiu avançar em obras de esgotamento e calçamento de vias, mas ainda há muito para conquistar.
No último dia do seminário, entrevistamos Marcos Chinchilla sobre os desafios dos movimentos de moradia em nossa América.
A Verdade – Quais são os piores problemas relacionados à habitação na Argentina?
Marcos – Creio que estamos vivendo uma época muito cruel em nossa região, mas os problemas de moradia não são novos. São fruto do neoliberalismo, cujas políticas são contra os pobres e a favor de uma minoria que sempre dominou as terras, sempre dominou todos os lugares. Os processos que se iniciaram nos bairros aqui não começaram para cumprir somente uma lei que já existe há 20 anos (lei de reurbanização de villas, nº 148/1998), começaram para fazer uma vila olímpica, para abrir avenidas. Várias villas estão localizadas em áreas caras da cidade. Os ricos que se beneficiam das políticas do governo. Era necessário fazer autopistas? Ou vila olímpica? Pensamos que era mais necessário melhorar a vida de quem mora nas villas. Então, resolvemos atuar mais em nosso bairro.
No Brasil existem muitas pessoas sem-teto. Aqui também?
Na Argentina há muitas pessoas sem-teto também, é só caminhar pelas ruas de Buenos Aires para ver. Isso aumentou. Foi feito um censo, não há muito, pelos movimentos, sobre a quantidade de pessoas sem-teto e o número constatado era muito maior do que os dados apresentados pelo governo. O número de sem-teto aqui está aumentando. E as políticas neoliberais fazem com que esse número aumente, infelizmente. Existem vários movimentos que lutam contra isso. Quem não faz nada para resolver isso é o governo. Vivemos na cidade mais rica da América Latina, um governo dessa cidade com tantos recursos… Esses recursos não são usados para essas questões fundamentais do povo.
Você acha possível que os sem-teto de todos os países da América Latina possam lutar de forma conjunta?
A luta tem que ser conjunta, entre irmãos. Porque a direita se juntou em todos os países da América Latina para acabar com os governos populares. Se juntaram com as mídias também, que ajudaram a desestabilizar esses governos. É muito importante que lutemos em comunhão, fraternalmente. Eles querem nos deixar mais pobres, nos matar de fome. O capitalismo aponta para isso. É necessário que os povos se unam a favor de sua libertação.
Você acredita que no capitalismo conseguiremos acabar com os problemas habitacionais na América Latina e no mundo?
Não. No capitalismo não é possível. Precisamos impor outro sistema, porque o capitalismo já fracassou. A cada dia o capitalismo deixa o dinheiro na mão de menos e menos pessoas. E nós somos a maioria.
Nanashara D. Sanches, Coordenação Nacional do MLB
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