Carla Castro
PORTO ALEGRE (RS) – O Ministério da Saúde conceitua pessoas com deficiência como aquelas que têm impedimento de médio ou longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o que, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. Mais de um bilhão de pessoas no mundo tem algum tipo de deficiência. Quando olhamos para o Brasil, o cenário não é diferente, no país somos mais de 45 milhões. Cerca de 24% da população já declarou ter algum grau de dificuldade em ao menos uma das habilidades.
Os números colocados acima nos fazem refletir. Será que nossas cidades são acessíveis a esse universo de pessoas? Será que nossos governantes planejam políticas públicas para pessoas com deficiência? Os candidatos aos cargos municipais do pleito que está por vir tem projetos que atendam essa demanda? O mercado de trabalho está garantindo o acesso e respeitando Lei de Cotas, de 1991? Neste dia que marca a luta das pessoas com deficiência, 21 de setembro, é preciso avançar nessa pauta. É impossível que uma parcela desta magnitude da população não seja percebida.
Apenas 60% das crianças com deficiência conseguem concluir o ensino primário nos países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento 45% dos meninos e 32% das meninas completam o ensino primário e mais de 50% das pessoas com deficiência não conseguem pagar por serviços de saúde, quando necessário. Entre as pessoas mais pobres do mundo, 20% têm algum tipo de deficiência. Entrando no recorte de sexo, os dados são alarmantes: mulheres e meninas com deficiência são particularmente vulneráveis a abusos, pessoas com deficiência são mais propensas a serem vítimas de violência ou estupro e tem menor probabilidade de obter ajuda da polícia, a proteção jurídica ou cuidados preventivos.
Nós como marxistas e leninistas precisamos em primeiro lugar, trabalhar na conscientização que papel revolucionário de toda a classe trabalhadora e do povo e isso inclui as PCDs, cobrar que sejam fiscalizados e cumpridas as legislações relacionadas aos direitos das PCDs, fomentar a participação das PCDs nos espaços de decisão, no serviço público e no mercado de trabalho por meio de ações afirmativas mais amplas. Combater o capacitismo em todas as esferas, pensar na construção e adaptação das cidades a um desenho universal, cobrar maior agilidade e responsabilidade nas obras públicas de mobilidade urbana em especial em locais com circulação de pessoas e promover o acesso das pessoas com deficiências, em especial a população socialmente mais vulnerável, a eventos culturais, espaços de discussão política e educação pública de todos os níveis.
Em Porto Alegre, temos dois militantes que têm deficiência e estão na linha de frente da construção da Unidade Popular pelo Socialismo. Carla Castro, 38 anos, é jornalista, constrói a comunicação estadual do partido e do Movimento de Mulheres Olga Benario, coordena a comunicação da pré-candidata a vereadora Priscila Voigt, além de compor a coordenação estadual do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e favelas (MLB). Desde julho, vem realizando atividades na comunidade da Portelinha, em Alvorada, região metropolitana de Porto Alegre, organizando famílias na luta pelo saneamento básico.
Também temos o companheiro Rodrigo Fuscaldo, que é secretário geral do diretório municipal da Unidade Popular em Porto Alegre. Formado em Química, ele é Técnico de Laboratório na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua junto ao Movimento Luta de Classes (MLC). Participa ativamente das ações pela valorização dos servidores públicos e pela educação pública de qualidade. Nesse momento pré-eleição, está voltado aos trâmites legais e prestação de contas das campanhas eleitorais de Porto Alegre.
Na sociedade capitalista, a luta contra o capacitismo tem muito a evoluir. Como podemos perceber, nos movimentos o debate que vem sendo feito e é fundamental para o avanço que as pessoas com deficiência estejam inseridas no contexto das lutas sociais. A construção do poder popular será efetiva quando homens, mulheres, indígenas, negros, negras, quilombolas e pessoas com deficiência realmente ocuparem os espaços de decisão. É por isso, que a Unidade Popular pelo Socialismo foi fundada, para representar todos e todas e para termos um país mais justo e igualitário.
jornal A Verdade
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