Por Leonardo Laurindo – Rio de Janeiro
As rígidas medidas tomadas pelo sistema de saúde de Cuba mostram que o novo coronavírus é passível de derrota. Assim que a doença chegou ao território cubano, o Partido Comunista já havia se adiantado com uma série de protocolos para conter a transmissão e seus efeitos nocivos.
O resultado são apenas 84 óbitos. As mortes não são diárias, mas quase que quinzenais. Cuba não conta corpos, mas pessoas, com a certeza de que o Estado fez tudo para salvá-las. O socialismo cubano mostra, mais uma vez, que consegue superar toda dificuldade imposta pelos embargos americanos. Sua superioridade consiste exatamente na correta utilização de recursos e na mobilização do povo para combater a pandemia.
Como exemplo, temos o caso de estudantes de medicina que são direcionados para fazer pesquisas bairro a bairro, à procura de possíveis sintomas que indiquem pessoas infectadas pelo coronavírus, realizando testes massivos na população. É esse o “maravilhoso tesouro” do sistema de saúde cubano: o chamado “atendimento primário”, onde os profissionais de saúde na base das comunidades são “os elos essenciais na cadeia de serviços prestados pelo setor”, que já é bastante calejado em vigilância epidemiológica, assim como já promove campanhas de conscientização e higiene pessoal há décadas, como afirma o jornal Granma.
Francisco Durán, diretor de Epidemiologia do Ministério da Saúde de Cuba, afirmou que a detecção precoce foi fundamental para combater a doença. A partir dos dados coletados, o sistema de saúde conseguia mapear e isolar as últimas pessoas que tiveram contato com algum infectado, reduzindo drasticamente a taxa de transmissão, a ocupação de leitos e, por conseguinte, a taxa de letalidade da Covid-19. Em todos esses, eram realizados testes, ainda que não apresentassem sintomas, e eram tratados como infectados até que o resultado do teste confirmasse o contrário, permanecendo em isolamento. Muitas vezes, essas medidas eram realizadas no mesmo dia da ciência da infecção, como apontou a própria mídia burguesa.
As imagens contrastam bastante com o cenário brasileiro. Enquanto Bolsonaro preenche Ministério da Saúde de militares após demitir médicos, o presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel, incentivava que cerca de 300 médicos se especializassem em epidemiologia no Hospital Geral de Havana.
Em maio, apoiadores do governo Bolsonaro atacavam enfermeiros que se manifestavam em homenagem aos profissionais mortos pela ausência de equipamentos de proteção. Enquanto isso, em Cuba o presidente liderava reuniões de grupos de trabalho para combater a Covid-19, e afirmava que uma das prioridades deveria ser “proteger o pessoal da Saúde”. Até hoje, não constam informações de nenhum médico ou enfermeiro cubano morto em decorrência da doença. “Nós não podemos ter esse exército dizimado”, afirmava Díaz-Canel em uma reunião de um grupo de trabalho sobre o combate à doença que liderava.
Da mesma forma, sendo uma economia que não é comandada pela necessidade do lucro de agentes privados, não houve grandes pressões sociais pelo fim do isolamento. Isolamento, aliás, que foi uma verdadeira quarentena nacional. O Estado se utilizou de suas redes públicas de comunicação para convencer a população da importância de se manter o isolamento social.
Cuba venceu o coronavírus em todo o mundo
Como se não fosse o bastante manter seu próprio povo em segurança, Cuba já enviou médicos e enfermeiros para pelo menos 23 países para ajudar no combate ao coronavírus. Além disso, é exportador de uma série de antivirais que aparentam sucesso no combate ao vírus, embora sua eficácia não seja ainda comprovada.
Devido a seu trabalho inspirador, os médicos, sempre que voltam de suas missões internacionais, são recebidos com aplausos pela população, como verdadeiros heróis nacionais.
A vitória cubana sobre a pandemia mostra mais uma vez que o problema da crise do coronavírus não é causada pela doença, mas pelo capitalismo. Apenas com um sistema que valorize a vida, coloque o ser humano e não os lucros em primeiro lugar é possível vencer esses desafios. Cuba se mostra mais uma vez como o exemplo de que onde o Estado está na mão dos trabalhadores e não da meia dúzia de capitalistas é possível viver dignamente.
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