domingo, 5 de janeiro de 2020

Parlamento do Iraque aprova resolução pedindo retirada de tropas dos EUA

Soldado norte-americano perto de um veículo das Forças Armadas dos EUA em Bartella, no Iraque (arquivo)

Parlamento do Iraque aprova resolução pedindo retirada de tropas dos EUA

© REUTERS / Ammar Awad
ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA
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O parlamento iraquiano aprovou hoje uma resolução pedindo ao governo que cancele a assistência militar dada pelos Estados Unidos ao país, o que poderá significar a retirada das tropas norte-americanas do Iraque.
De acordo com a Al-Arabiya, o primeiro-ministro Adil Abdul-Mahdi foi ao parlamento neste domingo para acompanhar a votação, em sessão extraordinária, da resolução pedindo a saída dos militares norte-americanos do país, onde mantêm forte presença, quase constante, desde a invasão aprovada pelo então presidente George W. Bush, em 2003. 
Em discurso na sede do legislativo, segundo a Sky News Arabia, o premiê iraquiano analisou a base legal para a presença de forças americanas no Iraque, dizendo que os Estados Unidos incluíram o país em seu conflito com o Irã.
"O governo se compromete a revogar seu pedido de assistência da coalizão internacional que luta contra o Estado Islâmico [Daesh, grupo terrorista proibido na Rússia e em vários países] devido ao fim das operações militares no Iraque e à conquista da vitória", diz a resolução, citada pela Reuters. "O governo iraquiano deve trabalhar para acabar com a presença de tropas estrangeiras no solo iraquiano e proibi-las de usar suas terras, espaço aéreo ou águas por qualquer motivo." 
​Mais cedo, a coalizão internacional liderada pelos EUA na luta contra o terrorismo no Oriente Médio anunciou a suspensão do treinamento e do apoio às forças iraquianas, em meio a repetidos ataques contra instalações norte-americanas no Iraque. 
A violência no país chegou a um novo patamar neste final de semana, na sequência de um ataque aéreo dos Estados Unidos contra um comboio de autoridades em Bagdá que levou à morte de 11 pessoas, incluindo o importante general Qassem Soleimani, comandante da força de elite Quds, do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã, na sexta-feira passada. 
A ação norte-americana provocou indignação generalizada e aumentou a instabilidade na região, com várias instalações dos EUA sendo alvo de ataques no Iraque no último sábado. Reagindo a esses ataques, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou o seu Twitter para ameaçar o Irã em caso de uma investida mais séria por parte de Teerã contra os EUA.
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