terça-feira, 19 de novembro de 2019

Bispo de Campos: "estamos assistindo à desconstrução da Constituição"

Bispo de Campos: "estamos assistindo à desconstrução da Constituição"
15/11/2019|11h32
Dom Roberto critica privatizações, diz que política tem se tornado balcão de negócios e que poder do povo tem diminuído
Assessoria de Comunicação CNBB
O Bispo da Diocese de Campos, Dom Roberto Ferreria Paz, foi mais uma vez firme em suas análises da conjuntura política brasileira e deixou claro seu compromisso popular, em consonância com os desejos do Papa Francismo de uma igreja mais fiel aos pobres.
Após afirmar ainda neste ano que a proposta de reforma da previdência apresentada pelo governo Bolsonaro não era cristã e penalizava os mais pobres, o bispo declarou nesta quarta (14) que "assistimos à privatização da política, à desconstrução da constituição cidadã e a redução do debate público."
A declaração se deu por ocasião do feriado de Proclamação da República deste dia 15 de novembro, onde o bispo, que é membro da Comissão Episcopal para o Acordo Brasil - Santa Sé, analisou as contradições do conceito de república no Brasil atual.
Dom Roberto lembrou que o conceito de "República" tem origem no latim "res-publica" e significa "coisa pública". Para ele, o Brasil tem perdido esta noção e colocado os interesses privados acima do bem comum. Os ataques à constituição, segundo o prelado, tem afetado especialmente os direitos sociais, as garantias processuais (menção à prisão em 2ª instância) e o bom relacionamento entre os poderes.
Para o autor deste blog, ao afirmar a defesa da República neste dia 15, Dom Roberto dá um recado direto à alas da igreja católica que parecem estar presas na idade média (especialmente em Campos) e que mantém relações umbilicais com figuras que vão desde a autoproclamados "príncipes" no Brasil e ao próprio nefasto presidente Bolsonaro.
Ainda segundo o bispo, a economia tem pautado a política e a transformado em um "balcão de negócios", reduzindo os mecanismos de participação popular. Dom Roberto vê como grave a perda do debate público e, para ele, "sem um estado presente, que garanta os direitos sociais, nós estamos cada vez mais retrocedendo às velhas oligarquias."
Por Gilberto Azeredo Gomes, às 11:33.
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