sábado, 25 de agosto de 2018

Equador:Depois do apito de Washington

Depois do apito de Washington

Virando à direita na América Latina: governo equatoriano anuncia saída da federação progressista ALBA

De Volker Hermsdorf
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Comandos recebidos: o secretário de Estado dos EUA, Michael Pence, e o presidente equatoriano, Lenin Moreno, em 28 de junho, em Quito
O Equador quer deixar a aliança latino-americana de esquerda ALBA. O ministro das Relações Exteriores, José Valencia, justificou a decisão na quinta-feira (horário local) em uma coletiva de imprensa em Quito, entre outras coisas, sobre a "crise humanitária na Venezuela". A saída do governo do presidente Lênin Moreno, no cargo desde maio de 2017, visa pressionar Caracas, informou o diário equatoriano El Telégrafo na sexta-feira. Ao mesmo tempo, o país está demonstrando sua "independência" na política regional, disse o ministro das Relações Exteriores.
O Valencia acusou o governo venezuelano de recusar uma "solução democrática através de um diálogo nacional sem precondições". Na dicção da oposição de direita de Washington e Venezuela, Eduardo Jurado, gerente do escritório de Moreno, descreveu a política do governo em Caracas como "irresponsável" no mesmo evento. Como resultado, entre janeiro e junho, cerca de meio milhão de venezuelanos buscaram refúgio no Equador, dos quais 72.000 permaneceram no país.
Com a renúncia da ALBA, o governo de Lenin Moreno apoia a contra-ofensiva do campo de direita na América Latina. A medida, no entanto, como seu raciocínio era esperado, comentou o portal online argentino de esquerda Resumen Latinoamericano . Moreno, que venceu as eleições de 2017 com a promessa de continuar a "revolução civil" lançada por seu antecessor esquerdista Rafael Correa, agora defende abertamente "os interesses de grandes empresas nacionais e corporações transnacionais". Em sua política externa, o governo está seguindo as "instruções do Departamento de Estado dos EUA".
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A "Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América - Acordo de comércio dos povos" (ALBA-TCP) foi criado como uma alternativa ao livre comércio neoliberal planos de Washington na região, em 2004, por iniciativa do então presidente Fidel Castro (Cuba) e Hugo Chávez (Venezuela). De acordo com sua declaração de fundação, a ALBA tem "o objetivo de transformar as sociedades latino-americanas para permitir mais justiça, mais cultura, mais participação e solidariedade".
O Equador finalmente se despediu desses ideais. Já em fevereiro, o empresário e novo ministro do Comércio, Pablo Campana, prometera se juntar à aliança neoliberal do Pacífico, fundada em 2012 como um antípoda da ALBA. Em junho, Moreno recebeu emissários do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que haviam cancelado a cooperação de Correa em 2007. Uma lei econômica também aprovada em junho já contém diretrizes das organizações pioneiras neoliberais.
Para a esquerda na região, a saída do Equador é um duro golpe. A edição online do jornal cubano Granma comentou na sexta-feira que este era "outro elo de uma cadeia de medidas" que tirou sistematicamente o país sul-americano do objetivo de uma estreita cooperação entre os países latino-americanos. Ao interferir abertamente nos assuntos internos da Venezuela, Moreno também está tornando seu país um aliado de agentes vicários de ataques dirigidos por Washington contra o governo eleito em Caracas.
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2 comentários:

  1. "Uma lei econômica também aprovada em junho já contém diretrizes das organizações pioneiras neoliberais." Esta é a conclusão por enquanto....!

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  2. Os pais que deram este nome pra ele -Lenin_ eram notáveis,mas o que aconteceu com o menino?!Se perdeu?!

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