sábado, 16 de junho de 2018

Conheça a bizarra bactéria que pode estar se proliferando em Marte


Conheça a bizarra bactéria que pode estar se proliferando em Marte

cianobactéria pode viver em Marte
Conhecidas como Cianobactérias, elas transformam luz em energia, e agora os cientistas descobriram algo ainda mais impressionante


Uma equipe internacional de cientistas descobriu que um tipo estranho de bactéria pode transformar luz em alimento, mesmo em ambientes que quase não têm luz.

Segundo os pesquisadores, bactérias semelhantes poderão um dia ajudar os humanos a colonizar Marte, e expandir a busca por vida em outros planetas. A pesquisa e seus resultados foram divulgados na revista Science.



Esses organismos super estranhos são chamados cianobactérias, e eles absorvem a luz do Sol para criar energia, liberando uma grande quantidade de oxigênio nesse processo. Os cientistas já conheciam essa forma de vida há muito tempo, mas acreditava-se que essas bactérias poderiam absorver apenas um comprimento específico de onda.

As cianobactérias são bactérias que têm o poder de fazer fotossíntese, e com isso, liberam oxigênio. Elas estão por toda parte, mesmo nas profundezas dos oceanos, e registros fósseis de 2,5 bilhões de anos sustentam a ideia de que as cianobactérias foram responsáveis pelo aparecimento do oxigênio na atmosfera da Terra, permitindo o surgimento de animais primitivos da era Proterozóica.

Era Proterozóica - Museu Geológico Valdemar Lefèvre
Ilustração artística da Era Proterozóica.
Créditos: Museu Geológico Valdemar Lefèvre

Por serem encontradas em locais extremos, com diferentes níveis de umidade, profundidade, luz, etc... existe uma chance dessa forma de vida já estar vivendo no Planeta Vermelho, ou então, de se adaptar às suas condições.

O novo estudo revela que pelo menos uma espécie de cianobactéria, chamada Chroococcidiopsis thermalis, pode absorver comprimentos de onda vermelhos (menos energéticos), permitindo que ela prospere mesmo em condições escuras, como as profundezas de fontes termais.




"Este trabalho redefine o limite mínimo luz para permitir a fotossíntese", disse Jennifer Morton, pesquisadora da Universidade Nacional Australiana (ANU) e co-autora do novo trabalho. "Este tipo de fotossíntese pode estar acontecendo em seu jardim, sob uma rocha. Na verdade, até mesmo uma espécie parecida foi encontrada vivendo dentro de rochas no deserto."

Cienobactéria Chroococcidiopsis thermalis é capaz de realizar a fotossíntese mesmo em condições de luz extremamente baixa - T Darienko
Cianobactéria Chroococcidiopsis thermalis é capaz de realizar
a fotossíntese mesmo em condições de luz extremamente baixa.
Créditos: T. Darienko

Espécies de cianobactéria poderiam ser usadas em Marte, por exemplo, já que ela produz oxigênio de forma abundante. "Isso pode soar como ficção científica, mas agências espaciais e empresas privadas em todo o mundo estão ativamente tentando transformar esse sonho em realidade em um futuro não muito distante", disse Elmars Krausz, coautor do estudo e professor emérito da ANU. "A fotossíntese poderia teoricamente ser aproveitada com esses tipos de organismos para criar ar para os humanos respirarem em Marte."




Os pesquisadores originalmente pensavam que um pigmento de clorofila, chamado clorofila f, ajudava a absorver a luz, mas não podia convertê-la em energia. Esta pesquisa mostra que, de fato, o pigmento participa da conversão de energia e permite que o organismo extraia energia de comprimentos de onda maiores do que os já observados.

"A clorofila adaptada para absorver a luz visível é muito importante na fotossíntese para a maioria das plantas, mas nossa pesquisa identifica as chamadas clorofilas 'vermelhas' como componentes críticos na fotossíntese em condições de pouca luz", disse Jennifer Morton.

Além disso, a clorofila f poderia desempenhar um papel fundamental na busca por vida fora da Terra. "A busca pela fluorescência desses pigmentos poderia ajudar a identificar vida extraterrestre", disse Jennifer.




Elmars Krausz acrescenta: "os organismos adaptados à luz baixa, como as cianobactérias que estamos estudando, podem crescer sob as rochas e potencialmente sobreviver às duras condições do Planeta Vermelho".


Imagens: (capa-T. Darienko) / Museu Geológico Valdemar Lefèvre / T. Darienko
15/06/18


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