Escândalo de corrupção sacode a Promotoria Geral da Venezuela

Ortega, destituída há poucos dias de seu alto cargo pela Assembleia Nacional Constituinte (ANC), se converteu no estopim incendiário utilizado pela ultra-direita venezuelana para gerar um cenário de caos e instabilidade, que provocou a morte de mais de 100 pessoas como consequência da violência de rua.
Mas se não foram suficientes os argumentos para retirá-la de sua posição dentro do poder jurídico, agora um novo escândalo aponta à ex-fiscal geral, envolvida junto a seu esposo, o deputado Germán Ferrer.
Aparecem também envolvidos outros funcionários públicos da promotoria, em uma rede de extorsão que retirou do país mais de seis milhões de dólares, depositados em bancos das Bahamas, segundo denunciam as autoridades venezuelanas.
Ontem, as novas autoridades do Ministério Público apresentaram à imprensa seis documentos originais que evidenciam as ações criminosas dos acusados, que poderão ser julgados por delitos de corrupção, extorsão, associação para delinquir e legitimação de capitais.
O novo fiscal geral venezuelano, Tareck Willam Saab, enfatizou que estão acusados também os promotores Pedro Lupera e Luis Sánchez, e Gioconda González, antiga chefa de despacho de Ortega no Ministério Público, entre outros servidores.
Saab explicou que a origem destes fundos ilícitos provém da utilização indevida de uma investigação de delitos de corrupção na faixa petrolífera do Orinoco, o que terminou em extorsão a empresários vinculados a essa região petrolífera.
Segundo as investigações realizadas até o momento, a ex-fiscal geral Ortega 'montou uma estrutura para a chantagem, onde passavam valores de até 100 mil dólares por casos menores (com entrega de bens como casas e veículos), indícios que permitiram supor uma escalada à abertura de contas milionárias, detalhou Saab.
Por sua vez, o primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, explicou na última quarta-feira que essa rede foi ativada depois do Governo ter ordenado a investigação de empresas do setor petroleiro.
A partir desse momento - comentou Cabello - os promotores designados para esta tarefa ligaram para os empresários para 'cobrar-lhes pedágio como uma máfia'.
O líder socialista explicou que uma primeira conta foi aberta pelo promotor auxiliar Luis Sánchez, em 5 de abril de 2016, com um valor de 669 mil dólares, e no dia seguinte se realizou a abertura de uma segunda conta por parte de Pedro Lopera (promotor principal) e Germán Ferrer, por um milhão de dólares.
No terceiro dia - agregou Cabello - Ferrer e Sánchez abriram uma terceira conta pelo mesmo valor (um milhão de dólares), o que também foi feito pelo advogado defensor da ex-fiscal, José Rafael Parra, atualmente preso, quem abriu uma quarta conta por $1.050.000 dólares.
O mesmo fez Gioconda García, acompanhada de Parra, quem abriu uma quinta conta bancária no valor de um $1.669.321 dólares, segundo a mesma fonte.
Cabello explicou que essa 'Gioconda García' é a mesma Gioconda González - ex-diretora do Despacho de Ortega, cuja identidade se manteve oculta mediante o uso de duplo passaporte.
'Depois Lopera voltou a abrir outra conta por $1.730.000 dólares', afirmou o líder bolivariano em referência à existência de uma sexta conta bancária para a transferência dos fundos procedentes da extorsão.
Explicou também que o Centro de Investigação contra o Crime das Américas iniciou em março uma investigação baseada em denúncias sobre uma suposta rede de extorsão e corrupção que operava na Promotoria Geral da República, enquanto investigava casos das companhias PDVSA (Petróleos de Venezuela) e da brasileira Odebrecht.
Ontem foi apresentada gravação de uma chamada telefônica na qual está implicado Rudy Jesús Pérez, promotor alocado ao estado Sucre, quem pedia dinheiro aos acusados em troca de acordos judiciais, ação qualificada nas leis venezuelanas como delito.
No material de áudio, o advogado Jairo Acosta mantém uma conversa telefônica com Pérez para acordar o valor a ser cobrado de um cidadão que investigado por roubo registrado em uma prefeitura da entidade.
Em outro telefonema, Pérez diz um advogado que através de uma soma de dinheiro deixaria em liberdade o investigado.
O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela declarou atos de detenção contra vários dos acusados nesses fatos de corrupção e extorsão, enquanto continuam as investigações.
oda/mfm/cc/gdc
Mas se não foram suficientes os argumentos para retirá-la de sua posição dentro do poder jurídico, agora um novo escândalo aponta à ex-fiscal geral, envolvida junto a seu esposo, o deputado Germán Ferrer.
Aparecem também envolvidos outros funcionários públicos da promotoria, em uma rede de extorsão que retirou do país mais de seis milhões de dólares, depositados em bancos das Bahamas, segundo denunciam as autoridades venezuelanas.
Ontem, as novas autoridades do Ministério Público apresentaram à imprensa seis documentos originais que evidenciam as ações criminosas dos acusados, que poderão ser julgados por delitos de corrupção, extorsão, associação para delinquir e legitimação de capitais.
O novo fiscal geral venezuelano, Tareck Willam Saab, enfatizou que estão acusados também os promotores Pedro Lupera e Luis Sánchez, e Gioconda González, antiga chefa de despacho de Ortega no Ministério Público, entre outros servidores.
Saab explicou que a origem destes fundos ilícitos provém da utilização indevida de uma investigação de delitos de corrupção na faixa petrolífera do Orinoco, o que terminou em extorsão a empresários vinculados a essa região petrolífera.
Segundo as investigações realizadas até o momento, a ex-fiscal geral Ortega 'montou uma estrutura para a chantagem, onde passavam valores de até 100 mil dólares por casos menores (com entrega de bens como casas e veículos), indícios que permitiram supor uma escalada à abertura de contas milionárias, detalhou Saab.
Por sua vez, o primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, explicou na última quarta-feira que essa rede foi ativada depois do Governo ter ordenado a investigação de empresas do setor petroleiro.
A partir desse momento - comentou Cabello - os promotores designados para esta tarefa ligaram para os empresários para 'cobrar-lhes pedágio como uma máfia'.
O líder socialista explicou que uma primeira conta foi aberta pelo promotor auxiliar Luis Sánchez, em 5 de abril de 2016, com um valor de 669 mil dólares, e no dia seguinte se realizou a abertura de uma segunda conta por parte de Pedro Lopera (promotor principal) e Germán Ferrer, por um milhão de dólares.
No terceiro dia - agregou Cabello - Ferrer e Sánchez abriram uma terceira conta pelo mesmo valor (um milhão de dólares), o que também foi feito pelo advogado defensor da ex-fiscal, José Rafael Parra, atualmente preso, quem abriu uma quarta conta por $1.050.000 dólares.
O mesmo fez Gioconda García, acompanhada de Parra, quem abriu uma quinta conta bancária no valor de um $1.669.321 dólares, segundo a mesma fonte.
Cabello explicou que essa 'Gioconda García' é a mesma Gioconda González - ex-diretora do Despacho de Ortega, cuja identidade se manteve oculta mediante o uso de duplo passaporte.
'Depois Lopera voltou a abrir outra conta por $1.730.000 dólares', afirmou o líder bolivariano em referência à existência de uma sexta conta bancária para a transferência dos fundos procedentes da extorsão.
Explicou também que o Centro de Investigação contra o Crime das Américas iniciou em março uma investigação baseada em denúncias sobre uma suposta rede de extorsão e corrupção que operava na Promotoria Geral da República, enquanto investigava casos das companhias PDVSA (Petróleos de Venezuela) e da brasileira Odebrecht.
Ontem foi apresentada gravação de uma chamada telefônica na qual está implicado Rudy Jesús Pérez, promotor alocado ao estado Sucre, quem pedia dinheiro aos acusados em troca de acordos judiciais, ação qualificada nas leis venezuelanas como delito.
No material de áudio, o advogado Jairo Acosta mantém uma conversa telefônica com Pérez para acordar o valor a ser cobrado de um cidadão que investigado por roubo registrado em uma prefeitura da entidade.
Em outro telefonema, Pérez diz um advogado que através de uma soma de dinheiro deixaria em liberdade o investigado.
O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela declarou atos de detenção contra vários dos acusados nesses fatos de corrupção e extorsão, enquanto continuam as investigações.
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