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Greve geral contra as reformas de Temer toma o País
Paralisação convocada por centrais sindicais busca chamar a atenção para a mudanças na legislação trabalhista e na Previdência
PM invade Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região
Alguns jovens manifestavam apoio à greve geral no fim tarde desta sexta-feira, 28 de abril, em frente ao Sindicatos dos Bancários, no centro de São Paulo, quando foram abordados por policiais militares. Refugiaram-se dentro do prédio. Os policiais invadiram a sede do sindicato e submeteram dirigentes e manifestantes a revista. Confira, abaixo, cenas registradas em uma câmera de celular do momento em que os soldados entram no local:
"Greve dá segurança a deputados dissidentes para se opor às reformas”
O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), comemorou a “grande adesão” registrada na greve geral desta sexta-feira, 28, em todo o País. Para o parlamentar, as paralisações dos trabalhadores refletem a falta de apoio da população em relação às reformas impostas pelo governo Michel Temer no Congresso. Zarattini acredita que a repercussão dará segurança para os deputados dissidentes da base aliada se posicionarem contra a reforma da Previdência, nas próximas semanas.
“Nós temos tido 180 votos nas votações: 100 da oposição e em torno de 80 dos dissidentes do governo, nem sempre os mesmos. Estamos com nível de dissidência bastante elevado. E vamos elevar mais. Acreditamos que uns 30 ou 40 deputados se juntem a nós contra a reforma da Previdência. Eu acho que essa manifestação dá segurança aos deputados dissidentes se oporem a essas mentiras”. Por Renan Truffi, de Brasília.
Cenas da marcha em Porto Alegre
Milhares de manifestantes protestam pelas ruas de Porto Alegre em ato convocado pelas centrais sindicais nesta sexta-feira, 28 de abril. O jornal Sul 21 registrou, em vídeo, o momento em que a marcha passou pelo túnel da Conceição, no centro da capital gaúcha. Confira as imagens:
Bombas e repressão no Rio
No final da tarde desta sexta-feira, o centro do Rio de Janeiro é o palco mais tenso das manifestações contra as reformas trabalhista e da Previdência. Nas imediações da Assembleia Legislativa (Alerj), policiais militares jogam bombas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes.
De acordo com relato da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), na Cinelândia as bombas são jogadas "de forma indiscriminada", inclusive contra idosos e parlamentares.
Também houve repressão nos arredores da rodoviária Novo Rio.
Jandira Feghali relata violência da Polícia Militar no Rio
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse, por meio do Twitter, que a Polícia Militar do Rio de Janeiro está agindo com truculência contra manifestantes e grevistas, incluindo idosos.
Arquitetos: "Reação orgânica aos retrocessos"
Nove departamentos do Instituto de Arquitetos do Brasil assinaram uma nota conjunta em apoio à greve geral. “A paralisação em curso é reação orgânica aos retrocessos impostos pela avalanche de pautas conservadoras, envernizadas e perfumadas com o nome de ‘reformas’, que expõem o desequilíbrio descomunal entre as correlações de forças sociais potencializado na ruptura do processo democrático ocorrida em 2016”.
Leia a íntegra abaixo:
Cidades mais humanas e mais justas dependem da efetivação dos direitos sociais previstos na Constituição Brasileira, por isso o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) - representado pelos departamentos de São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais - apoia a paralisação desta sexta, dia 28 de abril de 2017, e se une aos demais movimentos e organizações da sociedade civil pela defesa desses princípios democráticos.
Cidades mais humanas e mais justas dependem da efetivação dos direitos sociais previstos na Constituição Brasileira, por isso o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) - representado pelos departamentos de São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais - apoia a paralisação desta sexta, dia 28 de abril de 2017, e se une aos demais movimentos e organizações da sociedade civil pela defesa desses princípios democráticos.
A defesa do direito à cidade tem na livre manifestação da sociedade civil, ocupando o espaço público para a luta por seus direitos, o momento mais simbólico de sua representatividade. Tal defesa forjou a espinha dorsal da atuação do IAB ao longo de sua história.
A paralisação em curso é reação orgânica aos retrocessos impostos pela avalanche de pautas conservadoras, envernizadas e perfumadas com o nome de “reformas”, que expõem o desequilíbrio descomunal entre as correlações de forças sociais potencializado na ruptura do processo democrático ocorrida em 2016. A Greve é um direito fundamental assegurado pela Constituição Federal, bem como por Tratados Internacionais de Direitos Humanos ratificados pelo Brasil, “competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender” (art. 9º da CF/88);
As ditas “reformas”, operadas por quem não tem a legitimidade do voto popular, fazem com que os interesses financeiros de uma parcela mínima da população sejam atendidos em detrimento dos direitos sociais e garantias fundamentais daqueles que dependem (imensa maioria) da proteção social que apenas um Estado pode oferecer.
Diante disso, os Departamentos do IAB, reiteram o compromisso da Instituição com a defesa dos Direitos Sociais e com a construção de uma sociedade livre, justa, solidária e menos desigual.
Ivan Valente: "A greve foi um sucesso"
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) gravou um vídeo no qual afirma que o governo Michel Temer sabe que "a greve foi um sucesso".
"Há mais de 35 anos não existe uma paralisação desse porte no Brasil, e nós vamos dar uma demonstração de que o povo não tolera, não suporta mais o governo Temer e as exigências que ele faz para retirar direitos e agradar o mercado financeiro no nosso País", disse Valente.
Brasília: protesto na Esplanada dos Ministérios
Em Brasília, os manifestantes contrários às reformas trabalhista e previdenciária concentram-se na Esplanada dos Ministérios.
O aparato de segurança foi reforçado no local, com o fechamento do acesso para carros e revista de pedestres pela polícia.
Comércio fecha as portas em São Paulo
Diversas lojas localizadas na região central de São Paulo não abriram as portas nesta sexta-feira 28, dia de greve geral.
Manifestantes protestam na Av.Paulista
Manifestantes ocupam três faixas da Av. Paulista, em frente ao vão do MASP, contra as reformas propostas por Michel Temer. O protesto é puxado pela central sindical Conlutas. Em São Paulo, está previsto um ato às 17h no Largo da Batata, na região oeste da capital. A expectativa é que esta manifestação siga para a casa de Temer, localizada no bairro Alto de Pinheiros.
SP: 62 mil bancários aderem à greve, calcula sindicato
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região acaba de divulgar um balanço da adesão da categoria à greve geral. Estima-se que mais de 62 mil trabalhadores paralisaram as atividades nesta sexta-feira 28.
“Foi uma resposta ao ilegítimo governo Temer A greve, ao contrário do que a grande imprensa divulga, não foi um ato isolado, e sim uma resposta da população aos ataques aos direitos sociais e trabalhistas, tão duramente conquistados.O Brasil precisa de desenvolvimento econômico para gerar emprego e não a sua precarização”, disse Juvandia Moreira, presidenta do sindicato.
PM reprime bloqueios em São Paulo
A Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água para dispersar bloqueios em diversas ruas de São Paulo.
A repressão foi observada no centro (foto) e também na região da ponte Eusébio Matoso, como mostra o vídeo divulgado pela própria PM, por meio do Twitter.
"A sociedade apoia a greve geral", diz Vagner Freitas, da CUT
Em entrevista à CartaCapital, o sindicalista analisa o resultado e as consequências da paralisação de hoje, afirma que os trabalhadores irão ocupar a Avenida Paulista no 1º de Maio, queira ou não o prefeito João Doria, anuncia novos protestos contra as reformas e apela aos congressistas: “não se apoiem na canoa furada do governo Temer”
SP: Professores da rede privada também aderem à greve geral
Professores de pelo menos 227 escolas particulares da capital paulista e da Grande São Paulo aderiram à greve geral desta sexta-feira e paralisaram completamente suas atividades segundo dados do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), que congrega dos profissionais das instituições privadas de ensino.
Entre os professores que irão aderir a paralisação estão membros de colégios tradicionais da cidade, como Equipe, Escola da Vila, Oswald de Andrade, Rainha da Paz, Poliedro, Rio Branco, Santa Cruz, Politeia e Santa Marcelina. A partir das 15h, os professores se reúnem em um ato na Praça dos Arcos, na zona oeste da cidade, e saem em marcha até a manifestação convocada por movimento sociais no Largo da Batata, às 17h.
Dilma manifesta apoio à greve geral
A ex-presidenta Dilma Rousseff usou o Twitter para manifestar sua solidariedade aos grevistas na tarde desta sexta-feira.
Bresser-Pereira: "Esta é uma greve para construir o Brasil"
O lançamento do manifesto do Projeto Brasil Nação, coordenado pelo economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, se transformou também em um ato de apoio à greve geral desta sexta-feira 28. "Esta é uma greve para construir o Brasil", disse na Faculdade de Direito da USP.
O manifesto condena os ataques a direitos e conquistas sociais em curso no País e propõe cinco medidas para a retomada do desenvolvimento com justiça social.
Delegado ameaça indiciar militantes do MTST por organização criminosa. São os "presos políticos da greve", diz Boulos
Seis militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) que participavam do bloqueio da Radial Leste, na capital paulista, foram presos na manhã desta sexta-feira 28. Os detidos acabaram conduzidos à 65ª Delegacia de Polícia, em Itaquera.
Por suposta agressão a policiais militares, segundo relato das forças públicas, três dos militantes correm o risco de serem indiciados pelo delegado Marcos Luís Gomes por “organização criminosa”, tipificação que obrigaria a imediata transferência dos acusados para um presídio.
Não há precedentes no Estado de São Paulo do enquadramento de militantes sociais como participantes de “organização criminosa”. Essa tipificação foi usada contra integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Goiás e no Paraná.
Segundo Guilherme Boulos, coordenador do MTST, trata-se de uma interpretação absurda da lei. “São os primeiros presos políticos da greve”, afirma. Parlamentares, advogados e lideranças sociais dirigiram-se à delegacia para tentar impedir o indiciamento.
Os três integrantes do MTST acusados de participar de uma “organização criminosa” chamam-se Luciano Antônio Firmino, Ricardo Rodrigues dos Santos e Juracy Alves dos Santos.
São Paulo: MPT apura denúncia contra subprefeito de Pinheiros
O Ministério Público do Trabalho (MPT) em São Paulo recebeu na noite de quinta-feira 27 uma denúncia contra a Subprefeitura de Pinheiros, que foi acusada de coagir funcionários da limpeza a dormir no local de trabalho para não correr o risco de faltas e atrasos em função da paralisação dos transportes públicos.
A notícia foi distribuída para a procuradora do trabalho Luiza Yukiko Kinoshita Amaral, que iniciou uma apuração preliminar dos fatos relatados ao MPT às 22h32 de ontem. Segundo o denunciante, que solicitou sigilo de sua identidade, “o abuso é tamanho que a irregularidade é divulgada pela própria subprefeitura, por tratar-se de um exemplo de gente que trabalha”.
Em vídeo, o secretário Paulo Mathias afirmou que a decisão dos funcionários foi "espontânea".
São Paulo: Para Doria, grevistas são vagabundos e preguiçosos
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou de “vagabundos”, “preguiçosos” e “pelegos” os trabalhadores que aderiram à greve geral desta sexta-feira, em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência.
Em entrevista à Rádio Jovem Pan, o prefeito afirmou que vai cobrar multas dos sindicatos de motoristas de ônibus que resolveram cruzar os braços e cortar o ponto dos servidores municipais que faltaram ao serviço.
"Volto a dizer a esses grevistas, que quiseram inclusive bloquear meu acesso, que acordem mais cedo. Vagabundos! Porque o prefeito acorda cedo. Da próxima vez acordem mais cedo se quiserem bloquear o acesso do prefeito ao seu espaço de trabalho".
Durante a semana, o prefeito chegou a anunciar uma parceria com a Uber e com a 99taxi, que levariam os servidores municipais ao trabalho. Por meio das redes sociais, usuários dos aplicativos propuseram um boicote às empresas, e o acordo acabou não avançando.
Em Brasília, segurança reforçada no Congresso
O prédio do Congresso Nacional tem a segurança reforçada nesta sexta-feira 28 de greve geral. As visitas guiadas às dependências da Câmara e do Senado, que já estão suspensas há uma semana, continuam proibidas por prazo indeterminado. Desde a 0h o acesso de carro à Esplanada dos Ministérios foi fechado. Servidores e demais funcionários só conseguiram chegar aos seus locais de trabalho a pé ou por vias auxiliares. Além do gramado em frente ao Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério das Relações Exteriores foram cercados por grades e alguns ministérios estão com parte das fachadas coberta por tapumes.
Com informações da Agência Brasil
Vagner Freitas, da CUT, responde a Serraglio: "Baderneiro é você"
Porta-voz do governo, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, classificou a greve desta 28 de abril como “baderna geral”. Segundo o ministro, de “15 a 20 pessoas” tentaram parar o Brasil. Em entrevista ao canal de vídeo de CartaCapital que irá ao ar em breve, Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores, rebateu Serraglio.
"Esse é o Osmarzinho da Carne. Ele deve estar com os neurônios atrapalhados com a quantidade de carne podre que vem comendo”, afirmou o sindicalista em referência ao envolvimento do ministro no escândalo investigado pela Operação Carne Fraca. Em seguida, de maneira firme, Freitas dirigiu-se ao peemedebista: “Baderneiro é você, Serraglio. Quem deveria estar na cadeia é você”.
Governo fala em "baderna generalizada"
O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, fez um duro ataque à greve geral convocada nesta sexta-feira 28. Segundo ele, não é um movimento legítimo. “Não temos greve, o que temos é uma baderna generalizada. Não é uma greve nacional, porque o comércio funciona, as indústrias funcionam, os trabalhadores estão indo aos seus locais de trabalho”, disse em entrevista à Jovem Pan.
“Estamos testemunhando piquetes, bloqueios, mas a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal e polícias estaduais estão sendo muito eficientes”, disse. “Quando você cria dificuldades para pessoas se dirigirem aos trabalhos, que deliberação sobre greve é essa? É greve das centrais, não dos operários”, disse o ministro.
Serraglio teve seu nome envolvido na Operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal contra irregularidades em frigoríficos. A PF desbaratou um esquema de corrupção e informações disponíveis na investigação mostraram que Serraglio, enquanto deputado federal, protegia o líder da quadrilha e também ao menos um frigorífico.
Brasil: Transporte para em pelo menos 18 capitais
Motoristas e cobradores de ônibus, metroviários e ferroviários pararam suas atividades na capital paulista em adesão a adesão à greve geral desta sexta-feira 28. Além da capital, pelo menos 17 cidades da região metropolitana de São Paulo e toda a Baixada Santista também estão com os ônibus paralisados, incluindo o sistema intermunicipal, executado pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU). Apenas a linha amarela do metrô, operado pela empresa privada ViaQuatro, opera normalmente.
Motoristas e cobradores de ônibus também cruzam os braços por 24 horas nas cidades do Rio de Janeiro, Brasília, Vitória, São Luís, Cuiabá, Campo Grande, Teresina, Natal, Recife, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Rio Branco, Maceió, Manaus e Macapá.
Após greve, redação de CartaCapital volta ao trabalho
Após a paralisação de 12 horas nesta sexta-feira 28, em solidariedade à greve geral convocada pelas centrais sindicais, a redação de CartaCapital volta ao trabalho para a cobertura da paralisação.
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