Descoberto possível gémeo de VÉNUS em redor de estrela ANÃ
terça-feira, abril 11, 2017
Impressão de artista de um análogo de Vénus em torno de uma anã M.Crédito: Danielle Futselaar
Usando o Telescópio Espacial Kepler da NASA, os astrónomos descobriram um planeta a 219 anos-luz de distância que parece ser um parente próximo de Vénus. Este mundo recém-descoberto é apenas ligeiramente maior do que a Terra e orbita uma estrela de temperatura baixa chamada Kepler-1649 com um-quinto do diâmetro do nosso Sol. O planeta abraça firmemente a sua estrela-mãe, completando uma órbita a cada 9 dias.
Esta órbita íntima faz com que o fluxo de luz estelar que alcança o planeta seja 2,3 vezes maior do que o fluxo solar na Terra. Em comparação, o fluxo solar de Vénus é 1,9 vezes do que o valor terrestre. A descoberta fornecerá mais informações sobre a natureza de exoplanetas em redor de anãs M, de longe o tipo mais comum de estrelas no Universo. Enquanto essas estrelas são mais vermelhas e mais ténues do que o Sol, as recentes descobertas exoplanetárias revelaram casos em que mundos tipo-Terra orbitam anãs M em órbitas que os colocam na zona habitável da estrela. Mas esses mundos podem, inevitavelmente, não ser semelhantes à Terra, que tem um clima salubre. Podem ser análogos a Vénus, com atmosferas espessas e temperaturas escaldantes.
Segundo a cientista Isabel Angelo, do Instituto SETI, o estudo de planetas parecidos com Kepler-1649b, análogo de Vénus, é "cada vez mais importante para entender os limites das zonas habitáveis das anãs M. Existem vários fatores, como a variabilidade estelar e os efeitos de maré, que tornam esses planetas diferentes de planetas do tamanho da Terra em redor de estrelas parecidas com o Sol. Diz-se que Vénus é um planeta irmão da Terra, mas, em muitos aspetos, não é um irmão próximo. Apesar de ter o mesmo tamanho que a Terra, e de estar apenas 40% mais próximo do Sol, a sua atmosfera e temperatura são extremamente diferentes.
Elisa Quintana, do Instituto SETI e do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, membro da equipa que descobriu Kepler-1649b, realça que "muitas pessoas estão focadas na descoberta de outras Terras. Mas os análogos de Vénus são igualmente importantes. Uma vez que estão prestes a sair novos telescópios, que nos permitirão estudar atmosferas, o foco tanto em análogos da Terra como em análogos de vénus poderá ajudar-nos a decifrar porque é que, no nosso Sistema Solar, um permite com que a vida se desenvolva e o outro não, apesar de terem massas parecidas, densidades comparáveis, etc."
Fonte: Astronomia OnLine
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