terça-feira, 27 de setembro de 2016

Paul Craig Roberts / A guerra na Síria e o ISIS-Daesh Quem hesita está perdido e a Rússia hesitou

A guerra na Síria e o ISIS-Daesh
Quem hesita está perdido e a Rússia hesitou


por Paul Craig Roberts
O governo russo enganou-se a si próprio com a sua crença fantástica de que Moscovo e Washington têm uma causa comum no combate ao ISIS. O governo russo avançou mesmo a pretensão de que os vários grupos ISIS a operarem sob vários nomes eram "rebeldes moderados" que poderiam ser separados dos extremistas, ao mesmo tempo que concordava diversas vezes com o cessar-fogo quando estava à beira da vitória de modo a que Washington pudesse reabastecer o ISIS e preparar-se para introduzir forças dos EUA e da NATO no conflito. O governo russo aparentemente também pensou que devido ao golpe contra Erdogan, o qual se dizia implicar Washington, a Turquia estava em vias de cessar o apoio ao ISIS e cooperar com a Rússia.

Infelizmente, os russos desejavam tão fervorosamente um acordo com Washington, ou talvez eu devesse dizer febrilmente, que se enganaram a si próprios. Se a informação de Finian Cunningham for correcta, Washington aproveitou-se da insistência da Rússia no sentido de, juntamente com a Turquia, se juntar ao ataque ao ISIS pela invasão do Norte da Síria sob o pretexto do "combate ao ISIS".

A Síria foi agora segmentada e os pretensos ou falsos "rebeldes moderados" podem ser fortalecidos dentro das áreas ocupadas pelos EUA/Turquia e a guerra contra a Síria continuará em andamento enquanto Washington quiser. Os media prostituídos (presstitutes) do ocidente informarão que as forças turco-americanas a ocuparem áreas da Síria não são invasores mas estão, sim, a atacar o ISIS.

Com os EUA, turcos e, sem dúvida, dentro em breve outras tropas da NATO a operarem dentro da Síria, os neoconservadores terão oportunidades para provocarem um conflito com a Rússia diante do que esta terá de recuar ou replicar com força. No caso de uma vitória presidencial de Trump, os neocons querem assegurar que este fique embrulhado numa guerra que impedirá uma acomodação com a Rússia.

Não está claro que o esforço do secretário de Estado Kerry para conseguir um cessar-fogo sírio foi sincero e ele foi desautorizado (sandbagged) pelo Pentágono e pela CIA. Pouco importa se Kerry foi sincero. Ele obviamente é incapaz de resistir aos neocons, pois o Departamento de Estado está sob a influência de Victoria Nuland e outros belicistas.

Obama é igualmente fraco, razão pela qual foi escolhido pela oligarquia como presidente. Uma pessoa sem experiência e conhecimento é uma ferramenta excelente para a oligarquia. Americanos negros e liberais brancos acreditaram realmente que um candidato sem experiência e sem uma organização própria poderia fazer diferença. Aparentemente, a credulidade da maioria dos americanos é infinita. Esta característica americana da credulidade é a razão pela qual um punhado de neoconservadores pode tão facilmente conduzir os carneiros a guerras sem fim.

Os americanos idiotas têm estado em guerra há 15 anos mas os atrasados mentais não têm qualquer ideia do que foi alcançado. Os loucos estão inconscientes de que os EUA nas suas longas décadas de acumulação de fraquezas agora enfrentam duas importantes potências nucleares: a Rússia e a China.

Os americanos têm sido instruídos pelos presstitutos ao serviço do complexo militar/segurança de que a guerra nuclear não é tão diferente da guerra comum. Vejam Hiroshima e Nagasaki, dois alvos de bombas atómicas americanas. Hoje, sete décadas depois, as cidades estão florescentes, assim qual é o problema com armas nucleares?

As bombas atómicas que Washington lançou sobre estes centros civis indefesos quando o governo japonês tentava render-se eram meras armas de brinquedo em comparação com as armas termo-nucleares de hoje. Um SS-18 russo liquida três quartos do estado de Nova York durante milhares de anos. Cinco ou seis destes "Satans", como são conhecidos pelos militares estado-unidenses, e a Costa Leste dos Estados Unidos desaparece.

A Rússia tinha nas mãos uma vitória para a Síria e para a democracia, mas faltou a Putin a firmeza decisiva de um Napoleão ou de um Staline e deixou a sua vitória fugir-lhe devido a falsas esperanças de que poderia confiar em Washington. Agora uma vitória russa/síria exigiria conduzir os turcos e os americanos para fora da Síria.

Se a Rússia atacasse dura e rapidamente poderia ter êxito utilizando a mentira de Washington e afirmando pensar que as forças estado-unidenses e turcas eram do ISIS, assim como Washington o fez quando intencionalmente atacou uma posição conhecida do Exército Sírio.

Se a Rússia realmente aniquilasse as forças turca e estado-unidense, o que a Rússia poderia ter feito facilmente, a NATO entraria em colapso porque nenhum país europeu quer ser destruído na III Guerra Mundial. Mas a Rússia não provocarão o colapso da NATO por acção decisiva. Os russos não combaterão até que a guerra seja absolutamente e totalmente imposta sobre eles. Nessa altura pagarão um enorme preço pela sua indecisão baseada na crença louca de que a Rússia tem interesses comuns com Washington. O único interesse comum que a Rússia exige que esta se renda. Se a Rússia se render, ela pode alcançar a aceitação de Washington e dos agentes de Washington. Os atlantistas integracionistas russos poderão dominar a Rússia para Washington. 
24/Setembro/2016

Ver também:
  • US-Turkey Lurch to World War in Syria , Finian Cunningham
  • U.S. Coalition Intelligence "Operations Room" Inside Syria, Destroyed by Russian Missile Attack: Thirty Israeli, American, British, Turkish, Saudi, Qatari Intelligence Officials Killed , Michel Chossudovsky, 22/Set
  • All Out Fight for Aleppo Begins: Major Offensive by Syrian SAA Forces. “US Directly Assisting the Terrorist Units” , Joaquin Flores, 25/Set
  • Lavrov Makes History: “Ceasefires” were Bogus. Accuses Washington of Flagrant Violations and Support of ISIS-Al Qaeda , Joaquin Flores, 24/Set
  • Expect the Worst in US’ War against Russia , Leonid Reshetnikov, 25/Set
  • No more unilateral concessions in Syria , RT, 25/Set
  • Rusia ante la ONU: "Devolver la paz a Siria se ha convertido en una tarea casi imposible", RT, 25/Set 

    O original encontra-se em www.globalresearch.ca/... 


    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
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