sábado, 6 de fevereiro de 2016

Decisão da ONU sobre Assange

R. Unido e Suécia devem acatar decisão da ONU ou perderão credibilidade internacional, diz Assange

Ativista afirmou que os dois países sofreriam com 'efeito diplomático' da decisão de comitê, que considerou que Assange se encontra em detenção arbitrária
O ativista australiano Julian Assange, fundador do Wikileaks, afirmou nesta sexta-feira (05/02) que o Reino Unido e a Suécia deverão respeitar a decisão da ONU – que considerou seu confinamento como detenção arbitrária – ou perderão credibilidade na diplomacia global. Assange, que permanece desde junho de 2012 na embaixada do Equador em Londres, fez um pronunciamento à imprensa por meio de uma videoconferência.
EFE

Julian Assange destacou que vitória não se deu apenas pela natureza de sua detenção, mas pelo "trabalho duro" de sua equipe
“Agora é dever da Suécia e do Reino Unido implementar o veredito”, disse ele. “Ontem à noite, a ONU declarou que as decisões do Grupo de Trabalho [sobre Detenções Arbitrárias] são legalmente vinculativas”. Assange pontuou que, segundo a “hierarquia das normas internacionais”, as decisões do grupo da ONU estão acima das legislações nacionais, dos tratados e de acordos bilaterais.
De acordo com Assange, a decisão da ONU terá um “efeito diplomático” e que os dois países perderiam credibilidade caso não a respeitassem. “Os diplomatas sabem, o efeito fará com que seja mais difícil para o Reino Unido e a Suécia serem tratados com seriedade como atores internacionais caso tenham descumprido obrigações internacionais”, disse.

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Assange deve ser libertado imediatamente e indenizado, conclui painel da ONU

O governo britânico, no entanto, rejeitou as conclusões do painel das Nações Unidas. Na manhã desta sexta-feira, o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, declarou que a decisão do Grupo de Trabalho é “ridícula” e que “não muda nada” no caso. A Polícia Metropolitana de Londres declarou que fará “todos os esforços” para prender Assange caso ele saia da embaixada equatoriana.
Em seu pronunciamento, Assange afirmou que a fala do chanceler está “aquém da altura do que um ministro de Relações Exteriores deveria manifestar nessa situação” e disse duvidar que Hammond tenha lido o parecer do comitê.
“Hoje a [minha] detenção sem condenação foi julgada ilegal pelo principal órgão da ONU que trata dos direitos das pessoas detidas”, afirmou Assange, que acrescentou considerar a decisão como uma vitória do “trabalho duro” de sua equipe.
Assange se encontra na embaixada do Equador há três anos e meio, quando o país lhe concedeu asilo em meio a um longo processo no Reino Unido que terminou com a decisão de sua entrega às autoridades da Suécia, onde responde a acusação de estupro. Ele se recusa a se entregar às autoridades suecas por medo de ser extraditado para os Estados Unidos, onde poderia ser indiciado pela publicação pelo WikiLeaks em 2010 de 500 mil documentos secretos sobre o Iraque e o Afeganistão e 250 mil comunicações diplomáticas.
Opera Mundi

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