quarta-feira, 1 de julho de 2015

Entreguismo : Modelo de exploração do pré-sal continua em discussão no Senado

Modelo de exploração do pré-sal continua em discussão no Senado


Proposta de José Serra  (PSDB-SP) que pretende revogar a obrigatoriedade da Petrobrás na exploração de partilha gerou críticas. Senadores defendem comissão para estudar o tema.
01/07/2015

Brasil de Fato
Da Redação em São Paulo (SP)

Senadores pedem maior debate sobre projeto de Serra | Foto: J. Rudy/Ag. Senado
Uma audiência no Senado debateu o projeto de lei que propõe a revogação da obrigatoriedade da Petrobrás na exploração da produção de petróleo nas reservas do pré-sal nesta terça-feira (30).
O Projeto de lei (PL) 131/2015, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), foi apresentado em caráter de urgência. Após a fala de especialistas, a votação não foi concluída, devendo ser retomada nesta quarta-feira (01).
Contrários à propostas, senadores criticaram a falta de um debate mais aprofundado sobre o tema. “Esse projeto não tramitou nas comissões. Presidente [Renan Calheiros], peço que construamos um acordo para que se crie uma comissão para debater a fundo esse tema. Nós não podemos modificar essa legislação dessa forma, com esse açodamento”, argumentou Lindbergh Farias (PT-RJ).
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) também questionou o caráter de urgência. “O petróleo derrubou o [Muammar] Al-Gaddafi na Líbia, provoca guerras no mundo, e o glorioso Senado da República quer discutir e decidir o futuro da utilização do petróleo no Brasil em uma tarde, em parte da manhã e em parte da tarde. Isso é absolutamente inusitado e, a meu ver, degradante”.
Petróleo para quem?
Para o professor Ildo Sauer, um dos convidados para falar na audiência do Senado, a PL não representa os interesses da sociedade. “Saí de lá pessimista. O Senado não se deu conta de sua responsabilidade. Parecia que estávamos dentro de um balcão de negócios”.
Em sua fala, Sauer apontou que o custo para a Petrobrás explorar o pré sal é de 9 dólares o barril; enquanto isso, empresas estrangeiras gastariam 15 dólares. Por isso, ele não defende nem o modelo de partilha nem o de concessão, e sim que a Petrobrás seja a contratada direta para explorar as reservas.
“Ainda não sabemos a quantidade de petróleo que há no pré-sal, e estamos discutindo modelos. Precisamos saber o quanto temos, de quanto precisamos para abastecer o país e saber o quanto vamos exportar para fazer caixa. A Petrobrás tem tecnologia suficiente para retirar o petróleo no ritmo necessário. Do jeito que estão fazendo agora, só querem acelerar as extrações para as transacionais”.
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