quinta-feira, 18 de junho de 2015

Direção do IBGE impede participação de servidores temporários em congresso da categoria

Direção do IBGE impede participação de servidores temporários em congresso da categoria

Às vésperas do XI Congresso da Associação dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística (AssIBGE), sindicato nacional dos servidores do IBGE, a direção executiva do instituto cometeu um novo ataque à livre organização.
Os servidores temporários eleitos delegados para o congresso não tiveram liberação de ponto para participarem do evento, abono garantido aos delegados que são servidores efetivos. Ao se manifestar a respeito, a direção do instituto afirmou que “a administração do IBGE não vislumbra razões de interesse público, ao autorizar o afastamento dos trabalhadores temporários, considerando a natureza transitória dos seus contratos de trabalho”.
Não bastasse a discriminação flagrante da direção do IBGE no tratamento de seus servidores, não foi garantida a autorização para os temporários compensarem suas faltas no trabalho devido à participação no congresso. Com isso, pior que desconto no salário, o próprio emprego do servidor temporário estaria em risco, pois seu contrato é renovado mensalmente de acordo com as necessidades de trabalho, disponibilidade de recursos orçamentários da instituição e de acordo com a nota da avaliação de desempenho, que leva em consideração, dentre outros critérios, a assiduidade do trabalhador. Se for mal avaliado em tal conceito, sua nota final poderia baixar a ponto de ser desligado do instituto.
Toda essa intimidação é uma clara tentativa de impedir que a parcela mais precarizada do IBGE se organize e lute mais incisivamente por direitos. Os temporários do IBGE correspondem a quase metade do total de servidores desta instituição.
O Congresso da AssIBGE, a ser realizado entre os dias 15 e 19 de junho, em Paty dos Alferes, no Rio do Janeiro, já começa com um grande papel a cumprir: denunciar que a direção do IBGE continua a perseguição aos que se mobilizam e lutam por direitos, e que ela é mais dura aos trabalhadores em condições contratuais mais frágeis, como as dos temporários. Na greve realizada em 2014, a direção do IBGE não teve dúvidas em demitir 169 trabalhadores temporários grevistas. Diante da crescente precarização do trabalho no IBGE e aos tantos ataques ao direito de organização, combatividade deve dar o tom na atuação da nova gestão da AssIBGE, para travar as lutas necessárias em defesa da instituição e em defesa dos trabalhadores.
Trabalhadores do IBGE em São Paulo
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A Verdade
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