quarta-feira, 6 de maio de 2015

Servidores de Campos protestam contra ataques aos seus direitos

Em protesto, servidores municipais realizam carreata em Campos

Alexandre Bastos 
e Dulcides Netto
Fotos: Valmir Oliveira e Dulcides Netto 
Vestidos de preto, representando luto, com apitos e narizes de palhaço cerca de 150 servidores municipais de Campos seguiram em carreata pelas ruas do município no final da tarde de terça-feira (5), contra o corte de seus direitos trabalhistas. Os servidores organizaram a manifestação após a Câmara de Campos aprovar a implantação do Plano de Cargos e Salários, sob a condição de a Prefeitura não precisar dar o reajuste salarial. O protesto, que teve início na avenida Arthur Bernardes, terminou na Câmara, onde encontraram as portas fechadas. Os vereadores, que em um determinado momento chegaram a ser pressionados e ouviram gritos de “traíras, traíras”, receberam um grupo formado por 10 servidores. Nesta quarta-feira (5), os servidores devem se reunir novamente com os vereadores na Casa de Leis, na Tribuna Livre, e serão ouvidas as reivindicações dos funcionários e deverá ser decidida uma solução para a categoria.
Segundo um dos organizadores da manifestação, o advogado Alexis Sardinha, todos os servidores estão pleiteando Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCC) total, reajuste salarial, o retorno do plano de saúde e do vale-transporte, que estariam suspensos há mais de quatro meses pela Prefeitura, e a destinação do vale-alimentação para todos os servidores, já que o direito ao benefício é limitado ao servidor que recebe até R$ 2.800. “O PCC oferecido para os professores e o que foi aprovado para os servidores é o denominado parcial, que oferece reajuste salarial de apenas 2,5 a cada dois anos. O PCC total oferece reajuste de até 20%”, declarou Sardinha, que é Assessor Técnico da Prefeitura.
Após gritos e palavras de ordem, dez pessoas que estavam na manifestação em frente à Câmara foram chamadas para uma reunião com os vereadores. Durante o encontro, os servidores consternaram as suas reivindicações e os profissionais da educação reclamaram da falta de reajuste anual dos salários condicionada à aprovação do Plano de Cargos e alegaram insatisfação dos professores, diretores e vice-diretores que teriam que se desdobrar para acumular funções, como de porteiros e serventes.
A vereadora Auxiliadora Freitas (PHS) chegou a se aproximar do protesto e dialogou com um servidor. “Eu não votei contra os servidores. Ninguém aqui votou”, argumentou a parlamentar, que ouviu o seguinte: “Não votou contra os servidores? Então por que estamos nessa situação?”. Ao fundo, dezenas de servidores gritavam: “traíra, traíra, traíra”. O presidente da Câmara, vereador Edson Batista (PTB), declarou que prefere ouvir reivindicações de representações sindicais, ressaltando que nesta quarta, às 16h, os Sindicatos Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) e dos Profissionais Servidores Públicos Municipais de Campos (Siprosep) estão escritos para a Tribuna Livre, onde os representantes serão ouvidos e uma solução deverá ser discutida.
Sobre as reivindicações, a Prefeitura emitiu a seguinte nota: “Essas reivindicações e outros benefícios mais relevantes já foram concedidos pela prefeita Rosinha com validade a partir deste mês de maio, que é o período do dissídio coletivo do funcionalismo municipal. Conforme já foi divulgado na imprensa, expediente contendo as conquistas foram encaminhados para cumprimento do rito legal na Câmara, e assim que retornar ao gabinete, a prefeita estará sancionando leis”.
Câmara em dia de “fogo amigo”
A Câmara de Campos, que na última segunda-feira (4) não contou com sessão extraordinária, marcada para votar projeto que dá autonomia financeira a subsecretários e cargos equivalentes, por falta de quórum, o que sinalizaria uma falta de sintonia com o “rolo compressor”, demonstrou na tarde de terça (5) que nem tudo são flores na base governista. Durante a sessão, apenas o vereador Mauro Silva (PT do B) usou a tribuna para defender o governo. Já o vereador Neném (PTB), integrante da bancada governista, criticou um convênio de R$ 5,7 milhões realizado pela Fundação de Esportes.
Se na época das “vacas gordas”, muitos governistas usavam a tribuna para elogiar a prefeita Rosinha Garotinho (PR), agora o clima é diferente. Demonstrando estar insatisfeito com a gestão na Fundação de Esportes, o vereador Neném, da bancada governista, citou um convênio de R$ 5,7 milhões e cobrou explicações. “No rádio o Barbosa Lemos disse que esse convênio tá com cheiro de coisa errada. Temos que apurar, até porque existem informações dando conta de que a entidade tem apenas quatro meses de existência. Por isso seria importante uma audiência pública para debater todos esses pontos”, disse Neném, que ouviu uma promessa do vereador Mauro Silva. “O responsável vai esclarecer e tirar todas as dúvidas. Até porque, a prefeita sempre olhou o Esporte com carinho e atenção”, disse Mauro.
Já o vereador Fred Machado (SD) voltou a cobrar uma posição do governo sobre supostas fraudes no Cheque Cidadão. “Logo no início do meu mandato cobrei uma posição do governo sobre uma suposta fraude no Cartão Cidadão (passagem a R$ 1,00). Até hoje não sabemos o resultado de uma auditoria. E agora, temos essa notícia sobre fraude no Cheque Cidadão. O secretário de Governo chegou a dizer que tinha gente com mais de 10 cartões na mão”, disse Fred. Novamente, Mauro Silva foi o único a defender o governo. Ele garantiu que os culpados serão encaminhados à Justiça.nhã
Fonte: Folha da Manhã
05/05/2015 17:46 - Última atualização: 06/05/2015 10:30
Anterior Proxima Inicio

0 comentários:

Postar um comentário