UJR e o Dia Internacional da Mulher
Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o site da Rebelião publica uma entrevista com cinco companheiras militantes da UJR. Vale a leitura e a reflexão sobre o papel de luta e resistência desenvolvido cotidianamente pelo fim do machismo, e pela emancipação da mulheres.
À todas as mulheres não apenas um dia em sua homenagem, mas toda uma vida de igualdade, oportunidades e felicidade!
REBELIÃO: As mulheres obtiveram nos últimos anos inúmeras conquistas, mas ainda há muito a ser feito. Quais os direitos negados aos jovens hoje no Brasil?
REBELIÃO: Como a violência se expressa com as mulheres jovens? Qual a expressão mais comum dessa violência?
A campanha “Chega de fiu-fiu” é uma das provas de que as mulheres, principalmente as jovens, sofrem assédio todos os dias. Por sua vez, o número de estupros é alarmante e só aumenta, passando dos 50 mil por ano.
As mulheres não estão livres desse tipo de violência em nenhum ambiente: sofrem assédio e estupro no trabalho, nas escolas e universidades, na rua, em festas, nos ônibus, etc.
As mulheres não estão livres desse tipo de violência em nenhum ambiente: sofrem assédio e estupro no trabalho, nas escolas e universidades, na rua, em festas, nos ônibus, etc.
As mulheres jovens, igualmente, sofrem com a violência doméstica, por parte do pai e/ou companheiro; com a violência psicológica, patrimonial, obstétrica, entre outras. E o feminicídio, por conta da alta quantidade de casos, se tornou crime hediondo. A crescente violência contra as mulheres é a prova da perpetuação do machismo, nessa sociedade do capital que desumaniza as pessoas. Basta de violência!!
REBELIÃO: Os meios de comunicação usam a todo momento a imagem e o corpo da mulher associados a venda de produtos. Essa mercantilização, traz quais consequências para o dia a dia das mulheres?
A mercantilização da mulher acontece de maneira bem rasteira pelo sistema capitalista e são graves as consequências. Temos a imposição às mulheres para aderir um padrão de beleza, por exemplo, apenas para os capitalistas venderes seus produtos de cosméticos, e isso causa a exclusão daquelas que não seguem o padrão de beleza imposto. O fato da mulher não ter o cabelo lisinho das meninas da TV ou não ter o corpinho de determinada famosa, gera preconceito e exclusão.
Há ainda os problemas mais graves causado pela mercantilização, a violência verbal e até mesmo física. Receber cantada de homens quando passamos na rua é um ato de violência, as mulheres não gostam, isso é constrangimento. Não merecemos ser vistas apenas como um objeto a disposição dos homens, ou como meras consumistas. Como diz a palavra de ordem, “Somos Mulheres e não Mercadorias”. E aos que não sabem, merecemos e devemos sim, ser respeitadas!
REBELIÃO: Quais as principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres para conquistar sua formação universitária? A universidade é um ambiente igualitário para homens e mulheres?
Esse tipo de violência faz com que muitas estudantes desistam da universidade. Além disso, para as estudantes trabalhadoras a jornada é ainda mais exaustiva, muitas também são mães, e as instituições não oferecem nenhum auxílio, o que dificulta vencer a barreira da tripla jornada que essas estudantes enfrentam diariamente.
REBELIÃO: Há uma serie de regras impostas na sociedade sobre o comportamento das mulheres: o que fazer, quando e como. Essas imposições sociais limitam a vida e a liberdade das mulheres?
Existem milhares de outros exemplos de como há feminilidade imposta a nós, sem citar também heterossexualidade compulsória, gravidez compulsória, monogamia, etc. Isso tudo existe porque o patriarcado considera o gênero feminino como um segundo sexo, uma sub-espécie. A luta feminista é contra esses estereótipos de gênero, contra essas imposições que fazem com que não tenhamos a sensação de que somos humanas e sim de que somos a ideia patriarcal do que é ser mulher.
Coordenação Nacional da UJR
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