quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Acidente: Cinco o número de mortos em explosão de navio no ES

12/02/2015 09h06 - Atualizado em 12/02/2015 11h09

Sobe para cinco o número de mortos em explosão de navio no ES

Acidente em navio-plataforma deixou 14 feridos e 4 desaparecidos.
Bombeiros fazem buscas por sobreviventes no litoral Norte do estado.

Victoria Varejão e Rodrigo RezendeDo G1 ES
Imagem de arquivo da plataforma FPSO da Petrobras, em São Mateus, Espírito Santo (Foto: Divulgação)Imagem de arquivo da plataforma da Petrobras,
em São Mateus, Espírito Santo (Foto: Divulgação)
O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo(Sindipetro-ES) informou, na manhã desta quinta-feira (12), que dois corpos foram encontrados na sala de máquinas do navio-plataforma que explodiu no litoral Norte do Espírito Santo. Agora, o número de mortes no acidente subiu para cinco, sendo que quatro pessoas continuam desaparecidas e 14 feridos foram internados em dois hospitais da Serra, cidade da região metropolitana de Vitória. Procurada pelo G1, a BW Offshore, empresa que administra o navio, confirmou, em nota, o total de mortos. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) e para o Corpo de Bombeiros informaram que não vão se manifestar.
Uma explosão no navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus deixou, até a manhã desta quinta-feira (12), cinco mortos, 14 feridos e quatro desaparecidos, no litoral de Aracruz, Norte do Espírito Santo. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), 74 pessoas estavam no navio-plataforma. Não houve vazamento de óleo no mar. Dos feridos, 12 foram internados no Vitória Apart Hospital e dois, no Hospital Metropolitano, ambos na Serra, Grande Vitória. Os demais trabalhadores foram resgatados e levados para um hotel em Vitória.
(O G1 acompanha em tempo real o resgate das vítimas)
Feridos
O Vitória Arpat Hospital recebeu 12 feridos. Até as 10h desta quinta-feira, três deles já foram liberados. Dos nove que estão no hospital, oito seguem internados e um está em observação no pronto-socorro. Dois devem ser liberados ainda nesta manhã. Dos sete que não receberão alta nesta quinta, três estão em estado grave, com risco de morte. Segundo a direção do hospital, todos chegaram queimados. O outro hospital particular que está com dois feridos no acidente ainda não informou o estado de saúde dos pacientes.
O diretor do Vitória Apart explicou que, entre as pessoas que estão em estado grave, um é filipino. "O paciente filipino foi o único que chegou ao hospital sedado, os outros chegaram conscientes. Os que têm ferimentos mais leves não estão recebendo menos atenção, pois ainda podem aparecer traumas. Soubemos que um dos feridos ficou preso em um elevador e inalou muita fumaça, o que foi bastante prejudicial", disse.
Hotel Bristol, em Vitória, onde estão sobreviventes e parentes de vítimas de explosão em navio-plataforma (Foto: Naiara Arpini/G1)Hotel Bristol, em Vitória, onde estão sobreviventes e parentes de vítimas de explosão em navio-plataforma (Foto: Naiara Arpini/G1)
A unidade informou que a Petrobras não autorizou a divulgação dos nomes dos pacientes. Os familiares de feridos que estão no hospital estão sendo atendidos por assistentes sociais. Ainda não há informações sobre os outros dois feridos que estão em um hospital particular na Serra.
Buscas
Uma equipe de nove bombeiros foi enviada, na noite desta quarta-feira, para o navio-plataforma para buscar as pessoas que estão desaparecidas. O grupo de resgate em ambiente fechado foi ao local em dois helicópteros da Marinha para procurar dentro da embarcação.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), a suspeita dos bombeiros é que os funcionários estejam isolados em alguma sala não atingida pela explosão e que não tenham uma forma de se comunicar. O navio-plataforma está sem iluminação, o que tornaria ainda mais difícil a tarefa dos desaparecidos de sair de onde estão.
O navio-plataforma está sem iluminação, o que dificulta o resgate. Por conta disso, os bombeiros utilizariam lanternas dos capacetes e de mão para auxiliar nos trabalhos.
Dentre os equipamentos levados para auxiliar no resgate, está o conjunto de respiração autônomo, com oxigênio, necessário em ambientes confinados. Cada bombeiro conta, ainda, com equipamentos individuais de proteção, incluindo os necessários para rapel. Eles também estão equipados com macas rígidas e outras articuladas, que garantem mais flexibilidade para resgate em locais apertados.
O Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) informou que três pessoas da Brigada de Incêndio da plataforma iniciaram as bucas antes da chegada dos bombeiros.
BW Offshore
Segundo a BW Offshore, por motivos de segurança, todos os funcionários foram retirados da embarcação. Os parentes das vítimas foram informados e os funcionários estão sendo atendidos por uma equipe de apoio montada pela BW Offshore Brasil.
A produção foi paralisada e a unidade fechada. A unidade é operada para a Petrobras pela BW Offshore. O navio FPSO opera nos campos de Camarupim e Camarupim Norte no litoral do Espírito Santo a aproximadamente 120km da costa. "É um dia trágico para nós, nosso foco é nos funcionários e suas famílias. Não vamos descansar enquanto não encontrarmos os quatro desaparecidos. Somos gratos à Petrobras e às autoridades brasileiras pelo esforço incansável e gostaríamos de agradecer o apoio deles nesse momento", diz Carl Arnet, CEO da BW Offshore.
Ibama
A coordenadora geral de emergências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Fernanda Pirillo, informou que não há evidências de poluição ou quaisquer danos ambientais após a explosão do navio-plataforma em Aracruz. Mesmo assim, o Ibama vai realizar um sobrevoo no local, junto à Petrobrás, para avaliar a situação.
O QUE É FPSO
Floating Production Storage and Offloading
É um navio adaptado para funcionar como plataforma de produção, armazenamento e transferência de gás ou petróleo para outras embarcações.
Petrobras
O navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus é operado pela BW Offshore e afretado (contratado) pela Petrobras, que confirmou o número de vítimas e informou que havia 74 pessoas embarcadas no total – mas não especificou quantas trabalham para a petroleira.
"A unidade opera, desde junho de 2009, no pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, no litoral do Espírito Santo, a cerca de 120 km da costa", afirma o texto.
A plataforma, que armazena e produz petróleo e gás, tem foco maior na produção de gás. Segundo a ANP, sua produção é de 2,250 milhões de metros cúbicos de gás/dia e 350 metros cúbicos de óleo/dia.
O FPSO Cidade de São Mateus foi o primeiro para gás instalado no Brasil. O contrato entrou em vigor em 2009 e tem duração até 2018.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, comentou nesta tarde o acidente: “A diretora de Abastecimento e Gás [da Petrobras] já se deslocou até o local, estamos esperando um relatório do ocorrido. Mas quero desde já, em nome do governo federal, prestar condolências aos familiares das vítimas e pedir a Deus que aqueles que foram feridos tenham o pronto restabelecimento.”
O ministro disse que estava com a presidente Dilma Rousseff quando recebeu a notícia da explosão na plataforma. “A presidente lamentou muito e ficou muito sentida porque, afinal de contas, houve perda de vidas humanas”, disse Braga.
Acidente em plataforma a serviço da Petrobras no ES - VALE ESTE (Foto: Arte/G1)Acidente em plataforma a serviço da Petrobras no ES - VALE ESTE (Foto: Arte/G1)
Investigações
A Marinha do Brasil, por meio da Capitania dos Portos do Espírito Santo (CPES), informou que tomou conhecimento da explosão na plataforma e encaminhou um navio e duas aeronaves para a área, “com a prioridade inicial de realizar a evacuação de pessoal e remover as vítimas para os hospitais da Grande Vitória". 
A CPES diz ainda que será aberto um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), para esclarecer as causas e responsabilidades pelo ocorrido na plataforma. "O prazo para a conclusão do inquérito é de 90 dias”, diz a nota.
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Comentário do blog netuno1917: 
As terceirizações facilitam os acidentes como afirmam vários sindicalistas da Petrobrás. E as pressões para aumentar o índice de desnacionalização da empresa, tentam se alimentar dos erros das diretorias e oportunisticamente também dos acidentes.
Conclusão: A Petrobrás deve ser reestruturada como estatal .
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