A costa Norte Fluminense está sendo sitiada e loteada. O mar definitivamente não vai estar para os pescadores artesanais!
Estou
escrevendo mais um artigo científico sobre o caso do Porto do Açu e
resolvi construir um mapa com todos as unidades portuárias projetadas ou
em construção apenas entre os municípios de Presidente Kennedy (ES) e
Macaé (RJ), e o resultado vai logo abaixo para deleite ou pânico dos
leitores deste blog.
Como a minha
equipe de pesquisa também analisando o Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA) apenas do Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB), posso
adiantar que já elencamos os tipos de impactos esperados por tipo de
meio afetado (por ex: físico, biota e sociedade) e identificamos um
padrão que não atingiu padrões internacionais de transparência para a
confecção deste tipo de documento usado em licenciamentos ambientais.
Além disso, o mais preocupante é que dos 70 impactos elencados no
RIMA do DISJB (27 no físico, 10 na biota e 33 no social), apenas 10
seriam positivos e não requereriam medidas de mitigação!
Os problemas
referentes à confecção de EIA/RIMA também apareceu recentemente em mais
uma unidade que aparece na figura acima, o Terminal Portuário de Macaé.
Diante disto eu fico me perguntando se alguém no INEA ou no IBAMA está
se preocupando em ter um olhar integrado sobre todos esses
empreendimentos cujo potencial impactante, quando tomados de forma
global, deverá ser muito mais amplo do que o que aparece nos EIAs
individuais. Um exemplo disso é a questão das áreas de exclusão para
pesca que todos esses empreendimentos devem ter, mas poderíamos também
considerar a expropriação de terras de agricultores familiares, apenas
para começo de conversa.
Mas uma
coisa é certa: material para pesquisa é que não vai falar. Pena que
ninguém possa comer ou sobreviver apenas do conhecimento que os estudos
vão produzir.
0 comentários:
Postar um comentário