segunda-feira, 2 de junho de 2014

O putsch de Kiev: Trabalhadores rebeldes tomam o poder no Leste

O putsch de Kiev: Trabalhadores rebeldes tomam o poder no Leste



02.Jun.14 :: Colaboradores
James PetrasA luta na Ucrânia não é entre os EUA e a Rússia; é entre, de um lado, uma junta imposta pela NATO composta por oligarcas neoliberais e fascistas e, do outro, pelos trabalhadores industriais e as suas milícias locais e conselhos democráticos. Os primeiros defendem e obedecem ao FMI e a Washington; os últimos apoiam-se na capacidade produtiva da indústria local e governam respondendo perante a maioria.


Introdução
Nunca, desde que os EUA e a UE tomaram conta da Europa de Leste, incluindo os países bálticos, a Alemanha Oriental, a Polónia e os Balcãs, e os converteram em postos avançados militares da NATO e vassalos económicos, se moveram as potências ocidentais tão agressivamente para se apoderarem de um país estratégico como é a Ucrânia, colocando uma ameaça vital à Rússia.
Até 2013, a Ucrânia era um “estado tampão”, basicamente um país não-alinhado, com laços económicos tanto com a UE, como com a Rússia. Governada por um regime intimamente ligado a oligarcas locais, europeus, israelitas e russos, a elite polítca era produto do levantamento político de 2004 financiado pelos EUA (a chamada “revolução laranja”). De seguida, durante a maior parte da década, a Ucrânia seguiu uma experiência falhada de políticas económicas “neoliberais” apoiadas pelo Ocidente. Após aproximadamente duas décadas de penetração política, os EUA e a UE ficaram profundamente envolvidos no sistema político através do financiamento de longa prazo de organizações chamadas não-governamentais (ONG’s), partidos políticos e grupos para-militares.
A estratégia dos EUA e da UE consistiu na instalação de um regime flexível que levaria a Ucrânia até ao mercado comum europeu e à NATO como estado cliente subordinado. As negociações entre a UE e o governo da Ucrânia prosseguiram lentamente. Mais tarde, falharam devido às condições onerosas exigidas pela UE e devido às concessões e subsídios económicos mais favoráveis oferecidos pela Rússia. Tendo falhado a negociação da anexação da Ucrânia à UE e não querendo esperar pelas eleições constitucionais que estavam programadas, as potências da NATO ativaram as suas bem organizadas e financiadas ONG’s, dirigentes políticos e grupos para-militares armados para o derrube violento do governo eleito. O putsch violento resultou e a junta civil e militar designada tomou o poder.
A junta era composta por “ministros” neoliberais flexíveis e por neofascistas chauvinistas. Os primeiros foram escolhidos a dedo pela UE para imporem e administrarem uma nova ordem política e económica, incluindo a privatização das empresas e recursos públicos, acabarem com os laços de comércio e de investimento com a Rússia, eliminarem o tratado que autorizava a base naval russa na Crimeia e extinguirem as exportações militares-industriais para a Rússia. Foram nomeados neofascistas e setores dos militares e da polícia em posições ministeriais para a repressão violenta de toda a oposição pró-democracia no Ocidente e no Leste e para a supervisão. da repressão de porta-vozes, instituições e práticas bilingues (russo-ucranianas), tornando a oposição ao regime golpista imposto pelos EUA e NATO numa oposição étnica. Sanearam todos os eleitos para cargos oficiais da oposição a Ocidente e no Leste e nomearam governadores locais de confiança, criando essencialmente um regime de lei marcial.
Os alvos estratégicos da junta da NATO
A tomada violenta e de elevado risco da Ucrânia pela NATO obedeceu a vários objetivos militares estratégicos. Incluíram:
1.) O afastamento da Rússia das suas bases militares na Crimeia, tornando-as bases da NATO frente à Rússia.
2.) A conversão da Ucrânia num tranpolim de penetração no sul da Rússia e Cáucaso, posto avançado para a direção política e apoio a partidos liberais e ONG’s pró-NATO do interior da Rússia.
3.) A perturbação de setores-chave da indústria de defesa militar russa, ligada a fábricas ucranianas, acabando com a exportação para a Rússia de motores e componentes críticos.
A Ucrânia tinha sido desde há muito uma parte importante do complexo militar-industrial da União Soviética. Os estrategas da NATO por detrás do putsch eram perfeitamente conhecedores de que um terço da indústria de defesa soviética tinha permanecido na Ucrânia depois da dissolução da URSS e de que quarenta por cento das exportações da Ucrânia para a Rússia consistiam até recentemente de armamento e maquinaria afim. Mais especificamente, a fábrica Motor-Sikh na Ucrânia de Leste fabricava a maior parte dos motores para os helicópteros militares russos, incluindo um contrato atual para o fornecimento de motores para um milhar de helicópteros militares. Os estrategas da NATO ordenaram imediatamente aos seus fantoches políticos em Kiev a suspensão de todos os fornecimentos militares à Rússia, incluindo mísseis ar-ar de médio-alcance, misseis balísticos intercontinentais, aviões de transporte e foguetões espaciais (Financial Times, 21/04/14, p.3). Os estrategas militares dos EUA e UE viram o putsch de Kiev como uma forma de minarem as defesas aéreas, marítimas e terrestres russas. O presidente Putin reconheceu o prejuízo mas insiste que a Rússia será capaz de realizar dentro de dois anos a substituição dos componentes críticos por produção nacional. Isto significa a perda de milhares de postos fabris especializados na Ucrânia de Leste.
4.) O cerco militar à Rússia com bases avançadas da NATO na Ucrânia, à imagem das que vão do Báltico aos Balcãs, da Turquia ao Cáucaso e pelo interior da Geórgia até à Federação Russa autónoma.
O cerco dos EUA e UE à Rússia é destinado a acabar com o acesso russo ao Mar do Norte, Mar Negro e Mediterrâneo. Cercando e confinando a Rússia a uma massa de terra isolada sem “saídas para o mar”, os criadores do império EUA-UE procuram limitar o papel da Rússia como centro de poder rival e possível contrapeso às suas ambições imperiais no Médio-Oriente, Norte África, Sudoeste Asiático e Atlântico Norte.
O putsch ucraniano: inteiramente para a expansão imperial
Os EUA e a UE têm a intenção de destruir em todo o mundo os governos independentes, nacionalistas e não-alinhados e convertê-los em satélites imperiais, usando qualquer meio que seja eficaz. Por exemplo, a atual invasão da Síria por mercenários armados pela NATO está dirigida para o derrube do governo nacionalista e secular de Assad, estabelecendo um estado vassalo pró-NATO, sem querer saber das consequências sangrentas para os diversos povos sírios. O ataque à Síria serve múltiplos objetivos: eliminar um aliado russo e a sua base naval no Mediterrâneo; minar um apoiante da Palestina e adversário de Israel; cercar a República Islâmica do Irão e o poderoso partido Hezbollah no Líbano e estabelecer novas bases militares em solo sírio.
A tomada da Ucrânia pela NATO tem um efeito multiplicador que alcança “para cima” a Rússia e “para baixo” o Médio Oriente e que consolida o controle sobre a sua vasta riqueza em petróleo.
As recentes guerras da NATO contra os aliados ou parceiros comerciais da Rússia confirmam este prognóstico. Na Líbia, a política independente e não-alinhada do regime de Kadhafi estavam em franco contraste com os servis satélites ocidentais como Marrocos, Egipto, e Tunísia. Kadhafi foi deposto e a Líbia destruída através de um ataque aéreo massivo da NATO. A rebelião e a emergente democracia popular de massas anti-Mubarak foram subvertidas por um golpe militar que mais tarde fez o país regressar sob brutal ditadura à órbita de EUA, Israel e NATO. As incursões armadas do procurador da NATO, Israel, contra o Hamas em Gaza e contra o Hezbollah no Líbano, assim como as sanções dos EUA e UE contra o Irão estão todas dirigidas contra potenciais aliados ou parceiros comerciais da Rússia.
Os EUA passaram vigorosamente do cerco à Rússia através de “eleições e livre mercado” na Europa de Leste, para o apoio na força militar, em esquadrões da morte, no terror e em sanções económicas na Ucrânia, no Cáucaso, no Médio Oriente e na Ásia.
Mudança de regime na Rússia: de potência global a estado-vassalo
O objetivo estratégico de Washington é isolar a Rússia do exterior, minar a sua capacidade militar e erodir a sua economia, de forma a reforçar os colaboradores políticos e económicos da NATO no interior da Rússia, levando à sua posterior fragmentação e regresso ao estatuto de semi-vassalo.
O objetivo estratégico imperial é colocar agentes políticos neoliberais no poder em Moscovo, como aqueles que dirigiram a pilhagem e destruição da Rússia durante a infame década de Yeltsin. A tomada de poder dos EUA e EU na Ucrânia é um grande passo nesse sentido.
Avaliação da estratégia de cerco e conquista
Até agora, a tomada da Ucrânia pela NATO não avançou conforme planeado. Primeiro, a tomada violenta do poder pelas elites pró-NATO, renegando abertamente tratados militares acordados com a Rússia sobre bases na Crimeia, forçou a Rússia a intervir em apoio da população local esmagadoramente de etnia russa. A seguir a um referendo livre e aberto, a Rússia anexou a região e garantiu a sua presença militar estratégica.
Enquanto a Rússia mantinha a sua presença naval no Mar Negro, a junta da NATO em Kiev desencadeava uma ofensiva militar em larga escala contra a maioria russófona pró-democracia e anti-golpe da metade oriental da Ucrânia que tem pedido uma forma de governo federal refletindo a diversidade cultural da Ucrânia. Os EUA e a UE promoveram uma “resposta militar” à dissidência das massas populares e encorajaram o regime golpista a eliminar os direitos civis da maioria russófona através do terror neo-nazi e a forçar a população a aceitar os governantes regionais indicados pela junta em substituição dos dirigentes eleitos. Em resposta a esta repressão, surgiram imediatamente comités populares de autodefesa e milícias locais e o exército ucraniano foi inicialmente forçado a recuar com milhares de soldados recusando-se a atingir os seus próprios compatriotas a mando do regime instalado pelo Ocidente em Kiev. Durante um tempo a junta da coligação neoliberal-neofascista apoiada pela NATO teve que enfrentar a desintegração da sua “base de poder”. Ao mesmo tempo, a “ajuda” da UE, FMI e EUA não conseguiu compensar o corte com o comércio russo e os subsídios à energia. A conselho de Brenner, diretor da CIA em visita, a junta de Kiev destacou as suas “forças especiais” de elite treinadas pela CIA e pelo FBI para efetuarem massacres contra milícias civis e populares pró-democracia. Enviaram bandidos armados para a cidade dissidente de Odessa que montaram um massacre “exemplar”. Deitaram fogo à sede do maior sindicato da cidade e massacraram 41 civis na maior parte desarmados que ficaram enclausurados no edifício com as saídas bloqueadas pelos neo-nazis. Entre os mortos, contaram-se muitas mulheres e adolescentes que tinham procurado refúgio da violência dos neo-nazis. Os sobreviventes foram brutalmente espancados e presos pela “polícia” que tinha assistido passivamente enquanto o prédio ardia.
O colapso próximo da junta do putsch
A tomada de poder da Ucrânia por Obama e as suas tentativas para isolar a Rússia provocaram alguma oposição na UE. As sanções dos EUA prejudicam claramente as grandes multinacionais europeias com ligações profundas na Rússia. O aumento da presença militar americana na Europa de Leste, nos Balcãs e no Mar Negro faz subir tensões e ameaça uma conflagração militar de grande escala interrompendo os grandes contratos económicos. As ameaças dos EUA e UE nas fronteiras da Rússia aumentaram o apoio popular ao presidente Putin e reforçaram a liderança russa. A estratégica tomada de poder na Ucrânia radicalizou e aprofundou a polarização da política ucraniana entre as forças neofascistas e pró-democracia.
Enquanto os estrategas imperiais alargam e aumentam o desenvolvimento militar na Estónia e na Polónia e despejam armas na Ucrânia, todo o assalto ao poder assenta em bases económicas e políticas muito precárias que podem colapsar dentro de um ano no meio de uma guerra civil e uma chacina inter-étnica.
A junta da Ucrânia perdeu já o controle político de cerca de um terço do país para os movimentos anti-golpe pró-democracia e as milícias de auto-defesa. Ao cortar as exportações estratégicas para a Rússia ao serviço dos interesses militares dos EUA, a Ucrânia perdeu um dos seus mais importantes mercados, que não pode ser substituído. Sob controle da NATO, a Ucrânia vai ter de comprar material militar específico da NATO que vai levar ao fecho das suas fábricas, preparadas para o mercado russo. A perda do comércio russo já está a levar ao desemprego em massa, especialmente entre os trabalhadores industriais especializados do Leste que se podem ver forçados a emigrar para a Rússia. Défices comerciais galopantes e a erosão dos rendimentos estatais vão levar a um total colapso económco. Em terceiro lugar, como resultado da submissão da junta à NATO, a Ucrânia perdeu milhares de milhões de dólares em subsídios à energia da Rússia. Custos elevados de energia tornam as indústrias ucranianas não competitivas nos mercados globais. Em quarto lugar, para garantir empréstimos do FMI e da UE, a junta concordou eliminar os subsídios aos preços da comida e da energia, deprimindo severamente os rendimentos das famílias e lançando os pensionistas na miséria. As falências aumentam à medida que as importações da UE e de outras origens substituem as indústria locais anteriormente protegidas.
Não há novos investimentos devido à violência, à instabilidade e aos conflitos entre neofascistas e neoliberais dentro da junta. Só para estabilizar as operações correntes do governo, a junta precisaria de uma doação de 30 mil milhões de dólares dos seus patrões da NATO, quantia que não está próxima nem agora, nem no futuro imediato.
É evidente que os “estrategas” da NATO que planearam o putsch pensavam apenas em enfraquecer a Rússia militarmente e não pensaram minimamente nos custos políticos, económicos e sociais da sustentação de um regime fantoche em Kiev quando a Ucrânia tinha estado tão dependente dos mercados, empréstimos e energia subsidiada da Rússia. Além disso, parece terem desprezado a dinâmica política, industrial e agrícola das regiões Leste do país, previsivelmente hostis. Em vez disso, os estrategas de Washington parece terem baseado os seus cálculos na instigação de uma rotura ao estilo da Jugoslávia, acompanhada de limpeza étnica massiva no meio da deslocação e do massacre de populações. Insensível às mortes de milhões de civis, Washington considera a sua política de desmantelamento da Jugoslávia, do Iraque e da Líbia como grandes êxitos político-militares.
Certamente que a Ucrânia vai entrar numa prolongada e profunda depressão, incluindo um rápido declínio das exportações, do emprego e da produção. Possivelmente, o colapso económico levará a protestos de dimensão nacional e à instabilidade social que se estenderá de Lste para Oeste e de Sul para Norte. A insurreição social e a miséria em massa podem depois minar o moral das forças armadas ucranianas. Mesmo agora, Kiev mal consegue alimentar os soldados e tem que se apoiar nas milícias de voluntários neofascistas que podem ser difíceis de controlar. EUA e UE não é provável que intervenham com uma campanha de bombardeamentos tipo Líbia, uma vez que enfrentariam uma guerra prolongada na fronteira com a Rússia numa altura em que a opinião pública nos EUA está a sofrer com a exaustão da guerra imperial e quando os interesses comerciais europeus ligados às empresas russas de recursos estão renitentes às sanções.
O putsch dos EUA e da UE deu origem a um regime falhado e a uma sociedade atravessada por conflitos violentos envoltos em aberta violência étnica. O que de facto resultou foi um sistema de poder dual com antagonistas de um e outro lado de limites regionais. À junta de Kiev falta a coerência e a estabilidade para que sirva como ligação militar fiável da NATO no cerco à Rússia. Pelo contrário, as sanções, as ameaças militares e a retórica belicista dos EUA e UE estão a obrigar os russos a repensarem rapidamente a sua “abertura” ao Ocidente. As ameaças estratégicas à segurança nacional estão a levar a Rússia a rever as suas ligações aos bancos e empresas ocidentais. A Rússia pode ter que recorrer a uma política de industrialização alargada através de investimento público e da substituição de importações. Os oligarcas russos que perderam as suas participações estrangeiras podem tornar-se menos centrais na política económica da Rússia.
O que é claro é que a tomada de poder em Kiev não vai resultar numa “faca apontada ao coração da Rússia”. A derrota final e a destituição da junta de Kiev pode levar a uma Ucrânia auto-governada e radicalizada com base em movimentos democráticos e numa consciência operária em ascensão. Isso terá que surgir da luta contra os programas de austeridade do FMI e contra a limpeza de ativos dos recursos e empresas ucranianos pelo Ocidente. Os trabalhadores industriais da Ucrânia que conseguirem libertar-se do jugo dos vassalos ocidentais em Kiev não têm intenção de se submeter ao jugo dos oligarcas russos. A sua luta é por um estado democrático, capaz de desenvolver uma política económica independente, livre de alianças militares imperiais.
Epílogo:
Festa de Maio de 2014: poder popular dual no Leste, fascismo crescente a Ocidente
O previsível desentendimento entre os parceiros neofascistas e neoliberais foi posto em evidência pelos distúrbios em grande escala entre gangs de rua rivais e polícia na Festa de Maio. A estratégia EUA-UE previa usar os neofascistas como “tropas de choque” e agitadores de rua para o derrube do regime eleito de Yankovich e mais tarde abandoná-los. Conforme exemplificado pela conhecida conversa gravada entre a Secretária de Estado Assistente, Victoria Nuland, e o embaixador americano em Kiev, os estrategas dos EUA e UE promovem os seus próprios procuradores neoliberais escolhidos a dedo para representarem o capital estrangeiro, imporem políticas de austeridade e assinarem tratados sobre bases militares estrangeiras. Em contraste com isso, as milícias e partidos neofascistas preferem políticas económicas nacionalistas, mantendo as empresas estatais, e provavelmente seriam hostis aos oligarcas, especialmente os de “dupla cidadania” Israel-Ucrânia.
A incapacidade da junta de Kiev para desenvolver uma estratégia económica e a tomada violenta do poder e a repressão dos dissidentes pró-democracia no Leste levaram a uma situação de “poder dual”. Em muitos casos, as tropas enviadas para a repressão de movimentos pró-democracia largaram as armas, abandonaram a junta de Kiev e juntaram-se aos movimentos de auto-governo no Leste.
Tirando os apoiantes externos, Casa Branca, Bruxelas e FMI, a junta de Kiev foi abandonada pelos seus aliados de direita em Kiev por ser demasiado subserviente à NATO e tem tido a resistência do movimento pró-democracia no Leste por ser autoritária e centralista. A junta de Kiev caíu entre duas cadeiras: falta-lhe legitimidade entre a maior parte dos ucranianos e perdeu o controle do território, exceto uma pequena zona ocupada pelos edifícios do governo em Kiev e mesmo estes sob o cerco da direita neofascista e, cada vez mais, dos seus próprios apoiantes iniciais desiludidos.
Sejamos absolutamente claros: a luta na Ucrânia não é entre os EUA e a Rússia, é entre, de um lado, uma junta imposta pela NATO composta por oligarcas neoliberais e fascistas e, do outro, pelos trabalhadores industriais e as suas milícias locais e conselhos democráticos. Os primeiros defendem e obedecem ao FMI e a Washington; os últimos apoiam-se na capacidade produtiva da indústria local e governam respondendo perante a maioria.

Tradução: Jorge Vasconcelos
   Fonte: ODiario.info
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