
A abertura da Copa Mundial FIFA 2014, que começa nesta quinta-feira, 12 de junho, no Brasil, será marcada por atos públicos em várias partes do país. A expectativa é de que haja mobilização em quase todas as 12 cidades-sede, algumas delas com maior articulação. A pretensão é estar presente nas FIFA Fan Fests, arenas de festas oficial do megaevento para transmissão de partidas e shows, e principais pontos das cidades.
A ideia é levar o debate sobre a série de violações da organização do evento à população e aos visitantes que chegam nesse momento ao país para acompanhar o Mundial. Estão previstos: distribuição de panfletos, passeatas, oficinas de cartazes, dentre outras ações.

Os manifestantes adiantam que deverão fazer atos pacíficos e garantem que a transgressão às regras da Federação Internacional de Futebol (FIFA) será palavra de ordem. "Vamos dialogar com a população e fazer um ato pacífico, lúdico, com muita alegria, animação e orgulho por estarmos mudando o país, mas sem abrir mão de desobedecer as regras da FIFA, pois não são regras para o povo!”, garante o Comitê Popular da Copa da cidade de Brasília, capital do país.
"Não somos contra o futebol, mas denunciamos os absurdos que a FIFA impõe e dos quais o Estado é cúmplice”, destaca o Comitê Popular da Copa de Fortaleza, Estado do Ceará, que promoverá manifestação no dia da abertura dos jogos durante a Fan Fest, na Av. Beira Mar, a partir das 15h. No sábado, 14, será a vez da mobilização se concentrar nas imediações do estádio Castelão, onde haverá jogo da seleção brasileira. "É muito importante que seja socializado que a gente não tem nenhum problema com os jogos; este, na verdade, é o momento menos contraditório de todos”, explica Roger Pires, membro do Comitê, em entrevista à Adital.
No Rio de Janeiro, cidade do encerramento dos jogos e uma das mais visadas do país, o ato "Nossa Copa é na rua” deverá se concentrar a partir das 10h, na Candelária, com saída ao meio-dia em direção à Lapa. Será o primeiro de quatro atos programados para serem realizados na cidade. Em Cuiabá, Estado do Mato Grosso, haverá panfletagem e diálogo com a população da Fan Fest, com concentração a partir das 16h na Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). No dia seguinte, 13, haverá o ato público "Você foi escalado para manifestar! Copa pra quê(m)?”, com concentração no estádio Dutrinha, a partir das 10h.
"Chamamos a juventude a construir essa jornada assim como construímos as Jornadas de junho do ano passado: com independência política, combatividade, democracia, ação direta e internacionalismo. É de baixo para cima que vêm nossas decisões. Assim, vamos deixando para trás toda a poeira da velha burocracia, assim como fizeram os garis”, convida o Comitê dos Atingidos pela Copa de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais.
Em Recife, Estado de Pernambuco, o ato público de abertura do que a articulação nacional chama de "Copa das Manifestações” promoverá distribuição de panfletos, oficina de cartazes e apresentações culturais, dentre outras atividades. Além das cidades-sede, estão previstas manifestações nas cidades de Taubaté (São Paulo), Juiz de Fora (Minas Gerais), Barreiro (Minas Gerais), Macapá (Amapá), São Luís (Maranhão), Goiânia (Goiás) e Juazeiro do Norte (Ceará). Fora do Brasil, há informações de protestos agendados na cidade de Turim (Itália) e Paris (França).
Megaevento se prepara com força policial 
A Assessoria de Comunicação do megaevento divulgou que um total de 180 mil agentes policiais e R$ 1,87 bilhão serão o investimento em segurança durante os jogos em todo o Brasil. Haverá atuação conjunta dos Ministérios da Justiça, Defesa e Casa Civil, assessorada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O sistema integrado de segurança e defesa atuará em 14 estados e no Distrito Federal.
Centros passaram a funcionar nas 12 cidades-sede dos jogos da Copa e outras três cidades onde há centros de treinamento de seleções que disputarão o Mundial — nos estados de Sergipe, Alagoas e Espírito Santo. Tropas das forças de contingência estarão prontas para agir em defesa de estruturas estratégicas em torno dos estádios, como torres de energia e de telecomunicação.
Segundo informações da Mídia Ninja, a Polícia Cívil do Rio de Janeiro já começou a executar uma série de detenções. Na manhã desta quarta-feira, 11 de junho, as ativistas Elisa Quadros (conhecida como Sininho), a advogada Eloisa Samy e o cinegrafista Thiago Ramos, foram presos em casa , e estão sendo levados para investigação na DRCI - Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática. Na última semana em Goiânia, mandatos de busca e apreensão já haviam sido utilizados como forma de cerceamento ao direito de manifestação e tática de coerção contra a parcela da população que pretende manifestar suas indignações durante o evento da FIFA.
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