quarta-feira, 28 de maio de 2014

Serra Leoa confirma segunda morte causada por ebola


Segundo OMS, epidemia ainda não está sob controle e a situação é grave
   

Serra Leoa confirmou nesta quarta-feira (28/05) a segunda morte causada pelo vírus ebola, de acordo com o informado pelo Ministério da Saúde na capital Freetown. Segundo as autoridades, uma mulher morreu na terça-feira (27), vítima da doença, em um hospital do leste do país. No começo da semana, o governo já havia anunciado a morte de um homem, a primeira por ebola.
Outros 16 casos suspeitos foram detectados em Serra Leoa, dos quais sete foram confirmados como sendo ebola em laboratório. Sete pessoas já morreram, mas, até agora, só as duas mortes anunciadas pelo governo foram confirmadamente causadas pelo vírus.
Até o momento, foram contabilizados 281 casos suspeitos e 185 mortes na Guiné. Destes, 160 casos e 103 mortes puderam ser confirmados em laboratório. Dois novos casos, incluindo uma morte, foram detectados na capital do país, Conakry, entre 25 e 27 de maio. Foram os primeiros detectados desde o dia 26 de abril.

Agência Efe

Médica guineana examina paciente na fronteira da Guiné com Guiné-Bissau: epidemia não está sob controle
O surto teve início há cerca de dois meses em uma região remota da Guiné, de onde se espalhou para Conakry, a Libéria e Serra Leoa. Uma epidemia em Conakry representa a maior ameaça, uma vez que a cidade é o centro de viagens internacionais da Guiné.
As autoridades do país disseram que o surto estava sob controle, mas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não é o caso. De acordo com o órgão, a epidemia - a primeira de ebola na África Ocidental - é grave e continua em expansão.
"A situação é grave. Você não pode dizer que está sob controle quando os casos continuam e estão se espalhando geograficamente", disse Pierre Formenty, especialista da OMS, que retornou recentemente da Guiné, em entrevista coletiva em Genebra nesta quarta-feira. "Não houve declínio. Na verdade, é porque não estamos conseguindo detectar todo o surto, que estamos com a impressão de que houve uma queda", acrescentou.

A hipótese de Formenty é que a epidemia tenha se iniciado em Gueckedou, no sudeste de Guiné - próximo à fronteira com Serra Leoa e Libéria - e tenha se propagado de cidade em cidade por meio de funerais. Nessa região da África, é comum que se lavem os corpos das pessoas mortas e, até mesmo, que se beije e abrace os mortos, provocando o contágio.
"A pele contém o vírus. Assim, o contato direto com ela é uma via de transmissão muito clara", explicou Formenty. Aboubacar Sidiki Diakité, militar responsável pelos esforços para conter a disseminação do vírus, disse que “o problema é que existem famílias que se recusam a dar informações aos profissionais de saúde. Elas escondem seus doentes para tentar tratá-los através de métodos tradicionais".
Segundo a OMS, outros focos de ebola surgiram na Guiné: Télimélé e Boffa, dois distritos ao norte da capital, tiveram casos confirmados em laboratório e houve suspeitas de que pacientes tinham a doença nos distritos adjacentes de Boke e Dubreka. Diakité afirma que a origem de todos esses novos focos foram rastreadas até Conakry.
Formenty frisou que a doença continua em expansão, especialmente por causa do comportamento social relacionado a ela, mas também mostrou uma perspectiva positiva. "Não podemos dizer que a epidemia está controlada porque segue se expandindo, mas devemos acabar com ela, e estou convencido que a venceremos", pontuou.


Fonte: Opera Mundi
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