quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Exército colombiano espionou negociadores das Farc com o governo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014




De acordo com uma denúncia da revista Semana nesta terça-feira (4), o Exército colombiano espionou membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) integrantes da comissão que realiza os Diálogos de Paz, com o governo do presidente Juan Manuel Santos em Havana, Cuba. Ativistas e militantes do país também foram espionados. Ao saber do conteúdo da denúncia, Santos pediu rigor na investigação para descobrir o intuito da medida.


Para realizar tais operações, os militares criaram um estabelecimento de fachada onde havia um restaurante e eram oferecidos cursos de informática. Por 15 meses, a revista realizou a investigação, conversou com mais de 25 fontes – preservando o sigilo de todas elas – incluindo agentes de inteligência estadunidenses, altos postos do Exército, militares da inteligência e contrainteligência e funcionários do Estado.

Como resultado da investigação, foram descobertas fotos, documentos e uma série de evidências de que foram realizadas interceptações ilegais por parte de setores do Exército Nacional. O centro de coleta de dados foi montado um mês antes do início dos diálogos de paz, tornando evidente a relação entre os ambos os fatos.

“O que se fazia ali era muito delicado. Não era possível fazer o controle de vozes, mas se fazia o controle de dados, que essencialmente são e-mails, pins (dos celulares Blackberry), etc. Os alvos eram pessoas relacionadas com as ONGs: Piedad [Córdoba], Cepeda [Iván], os de sempre. Mas também e principalmente, alguns dos plenipotenciários e assistentes”, contou à revista uma das fontes.

"Jaramillo (Sergio Jaramillo), Eder (Alejandro Eder) ou De la Calle (Humberto de la Calle) foram alguns dos que eu me lembro. A ideia era obter o máximo de informações sobre o que falavam e como iam. Algumas das informações coletadas não eram de todo relevante, pois era claro que o que era importante não tratavam por e-mail ou PIN”, contou outra fonte.

Os entrevistados afirmaram desconhecer o destino final das informações. A única coisa que sabem é que os dados eram enviados ao capitão, que por sua vez deveria entregá-los ao comandante de Inteligência Técnica do Exército número 1 (Bitec). Deste em diante, é incerto quem recebeu o material. De acordo com as próprias fontes, o alto governo não tinha ideia do que ocorria.

Após tomar conhecimento do caso, o presidente Juan Manuel Santos declarou que as espionagens ilegais são “inaceitáveis” e pediu ao ministro de Defesa, Rodolfo Palomino, uma “investigação a fundo do caso”.

Da Redação do Portal Vermelho,
com informações da Revista Semana
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