Chris Hani,um herói sul-africano*
04.Mai.13 :: Colaboradores
Na altura secretário-geral do Partido Comunista da África do Sul (SACP) e antigo chefe do estado-maior do UmkhontoweSizwe (MK) – «A Lança da Nação», braço armado do Congresso Nacional Africano (ANC) durante a luta anti-racista –,Hanifoi morto a tiro em Abril de 1993, um ano antes das primeiras eleições democráticas que puseram fim ao apartheid. O autor do crime, um imigrante polaco, estavaa soldo de uma organização nazi.
Nascido em 1942, ChrisHani juntou-se à Liga da Juventude do ANC ainda estudante. Depois de uma passagem pelas prisões do apartheid, exilou-se no Lesotho em 1963. Recebeu treino militar na União Soviética e, nas fileiras do MK, participou de armas na mão em acções contra a Rodésia de Ian Smith e o regime racista de Pretória. Depois de permanências no Lesotho e na Zâmbia, em meados dos anos 70 regressou clandestinamente à África do Sul e trabalhou na organização da resistência. Em 1991 substituiu Joe Slovo à frente do SACP.
Dois anos depois, a sua morte marcou um ponto de viragem na história recente da África do Sul. As tensões raciais explodiram e Nelson Mandela teve de fazer um apelo dramático à nação: «O assassinato a sangue-frio de Chris Hani provocou ondas de choque através do país e do mundo. É agora tempo de todos os sul-africanos se manterem juntos contra os que, de qualquer quadrante, querem destruir aquilo por que Chris Hani deu a vida – a liberdade de todos nós».
O processo de negociações já então em curso acelerou-se e as duas partes – o ANC e os partidos do apartheid – rapidamente chegaram a acordo. As primeiras eleições democráticas realizaram-se em Abril de 1994, um ano depois da morte de Hani. A vitória esmagadora do ANCde Mandela marcou ocomeço do desmantelamento do apartheid.
O socialismo é o futuro
Nestes dias, duas décadas após o seu desaparecimento, as homenagens a Chris Hani chegaram de todos os lados.
MbuleloMusi, um antigo combatente, recordou que a morte de Hani foi um rude golpe para a aliança revolucionária (que inclui o ANC, o SACP e a central sindical COSATU), para a nação e a humanidade progressista. «Ele era um internacionalista que ensinou com palavras e actos que a libertação da África do Sul estava estreitamente ligada à libertação do continente e do mundo», lembrou. E mais: «A sua dedicação e o seu compromisso no combate pela liberdade, igualdade, justiça, paz e democracia, a sua visão, as suas qualidades de dirigente corajoso e a sua compaixão pelos pobres e vulneráveis do nosso país motivaram numerosos jovens a desafiar a morte para libertar o povo sul-africano».
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