terça-feira, 10 de dezembro de 2013

África do Sul, lembranças de Chris Hani

Chris Hani,um herói sul-africano*



04.Mai.13 :: Colaboradores
A forma como na África do Sul vários dos mais destacados dirigentes do país homenagearam Chris Hani, no 20º aniversário do seu assassínio, tem um significado relevante. Porque este comunista, heróico combatente contra o apartheid, nunca esqueceu que o objectivo da sua luta não era apenas a derrota desse regime, mas a transformação revolucionária da sociedade no caminho do socialismo.

Os comunistas e outros democratas sul-africanos prestaram homenagem a um dos seus heróis mais queridos, Chris Hani, no 20.º aniversário do seu assassinato.Com a convicção de que milhões de pessoasencontram hoje na vida exemplar do combatente caídoum modeloque deveria inspirar os actuais dirigentes da pátria de Mandela.
Na altura secretário-geral do Partido Comunista da África do Sul (SACP) e antigo chefe do estado-maior do UmkhontoweSizwe (MK) – «A Lança da Nação», braço armado do Congresso Nacional Africano (ANC) durante a luta anti-racista –,Hanifoi morto a tiro em Abril de 1993, um ano antes das primeiras eleições democráticas que puseram fim ao apartheid. O autor do crime, um imigrante polaco, estavaa soldo de uma organização nazi.
Nascido em 1942, ChrisHani juntou-se à Liga da Juventude do ANC ainda estudante. Depois de uma passagem pelas prisões do apartheid, exilou-se no Lesotho em 1963. Recebeu treino militar na União Soviética e, nas fileiras do MK, participou de armas na mão em acções contra a Rodésia de Ian Smith e o regime racista de Pretória. Depois de permanências no Lesotho e na Zâmbia, em meados dos anos 70 regressou clandestinamente à África do Sul e trabalhou na organização da resistência. Em 1991 substituiu Joe Slovo à frente do SACP.
Dois anos depois, a sua morte marcou um ponto de viragem na história recente da África do Sul. As tensões raciais explodiram e Nelson Mandela teve de fazer um apelo dramático à nação: «O assassinato a sangue-frio de Chris Hani provocou ondas de choque através do país e do mundo. É agora tempo de todos os sul-africanos se manterem juntos contra os que, de qualquer quadrante, querem destruir aquilo por que Chris Hani deu a vida – a liberdade de todos nós».
O processo de negociações já então em curso acelerou-se e as duas partes – o ANC e os partidos do apartheid – rapidamente chegaram a acordo. As primeiras eleições democráticas realizaram-se em Abril de 1994, um ano depois da morte de Hani. A vitória esmagadora do ANCde Mandela marcou ocomeço do desmantelamento do apartheid.
O socialismo é o futuro
Nestes dias, duas décadas após o seu desaparecimento, as homenagens a Chris Hani chegaram de todos os lados.
MbuleloMusi, um antigo combatente, recordou que a morte de Hani foi um rude golpe para a aliança revolucionária (que inclui o ANC, o SACP e a central sindical COSATU), para a nação e a humanidade progressista. «Ele era um internacionalista que ensinou com palavras e actos que a libertação da África do Sul estava estreitamente ligada à libertação do continente e do mundo», lembrou. E mais: «A sua dedicação e o seu compromisso no combate pela liberdade, igualdade, justiça, paz e democracia, a sua visão, as suas qualidades de dirigente corajoso e a sua compaixão pelos pobres e vulneráveis do nosso país motivaram numerosos jovens a desafiar a morte para libertar o povo sul-africano».
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