Assunção,
26 nov (Prensa Latina) Para Federico Encizo, secretário geral da
Federación de Estudiantes Secundarios do Paraguai, as intenções do
governo são claras quanto à ameaça de entregar o sistema educativo
estatal ao setor privado.
Em sua resposta às perguntas da Prensa Latina não fica a menor dúvida
de que esse é o propósito do Executivo e para isso se pretende utilizar
a recém aprovada Lei de Aliança Público-Privada, pelo qual os
estudantes pedem sua revogação.
É uma lei inconstitucional e os
temores surgem de que, ao invés de aprovarem recursos necessários para
investir na educação, única ferramenta para livrar pessoas da pobreza,
se promulga essa lei, apontou.
Impetuoso, de fala rápida e muito
direto, o máximo dirigente dos estudantes do ensino secundário, relatou
os esforços feitos para conseguir que a ministra de Educação, Marta
Lafuente, lhes recebesse a fim de escutar suas reclamações e argumentos.
Frente a esse fracasso fizemos uma análise nacional dos estudantes
sobre os primeiros 100 dias do governo de Horacio Cartes e não temos
encontrado resultados positivos, vemos intransigência para os docentes e
um corte de 30 por cento do orçamento, disse.
Reiterou que o
grande medo é que a educação se privatize porque no artigo 52 da Lei de
Aliança Público-Privada essa possibilidade se incluiu e isso
impossibilita uma mobilização nacional, e se analisa o eventual chamado a
uma greve geral estudantil.
No momento, os cortes orçamentais
afetam a merenda escolar, os artigos necessários e o possível regresso
ao pagamento da matrícula, algo eliminado em governos anteriores.
Culpam nossos professores de serem medíocres e reduzem os fundos
destinados à sua capacitação e por isso vamos seguir em aliança com eles
e com todos os setores populares, pois nos acompanham camponeses,
grêmios e também os pais, assegurou.
Recordou que a privatização
não é o único perigo pois o Congresso e as leis aprovadas atribuíram
poderes especiais ao presidente da República apesar de que a
Constituição fala claramente do equilíbrio de poderes, e para com isso
ter mãos livres para privatizar.
Alertou a má situação física
que têm os centros educativos em todo o país que obrigou, inclusive, ao
fechamento de uma universidade em Carapeguá.
Não há uma linha,
uma estratégia para demonstrar que querem transformar a educação para
atingir o desenvolvimento, mas que há um desperdício de dinheiro no
Congresso e outras instituições. Por isso protestamos e seguiremos o
fazendo, finalizou.
*tgj/*jrr/cc |
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