Brasília,
14 nov (Prensa Latina) A presidenta brasileira, Dilma Rousseff, recebeu
hoje aqui com honras militares os restos mortais do ex-presidente João
Goulart, que serão submetidos a um exame pericial para determinar se
sofreu morte natural ou foi envenenado.
Acompanhada dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando
Collor de Mello e José Sarney; além do líder do Senado, Renan Calheiros,
Rousseff presidiu a cerimônia de recepção dos restos mortais de
Goulart, na base aérea militar do aeroporto da capital.
Hoje é
um dia de encontro do Brasil com sua história, destacou a chefa de
Estado depois de prestar homenagem a Goulart, único presidente morto no
exílio, na Argentina em 1976, em circunstâncias ainda por esclarecer.
Esta cerimônia que o Estado do Brasil realizou, nesta quinta-feira, a
João Goulart, trata-se de um ato de reafirmação de nossa democracia,
afirmou.
O translado dos restos mortais a esta capital foi
efetuado esta madrugada, depois da conclusão do processo de exumação no
cemitério Jardim da Paz, localizado na cidade de São Borja, estado do
Rio Grande do Sul, sul do país.
Um avião da Força Aérea
transportou o caixão com o corpo do ex-presidente até Brasília, enquanto
outra aeronave trouxe seus familiares e os peritos brasileiros,
argentino, uruguaio e cubano que participaram deste trabalho.
Concluído o ato, o caixão foi transportado em um veículo fechado, com
escolta da Polícia Federal até a instalação de análise forense militar
de Brasília.
Nesse local serão efetuadas as análises, que
incluem exames de toxicologia e as evidências serão enviadas a
laboratórios no exterior, segundo uma nota oficial.
A família do
ex-chefe de Estado tem grande interesse em esclarecer a causa da morte
de Goulart, deposto em 1964 por um golpe de Estado militar e falecido na
Argentina, segundo consta, de um ataque cardíaco.
Suspeita-se
que o ex-governante foi envenenado por repressores no contexto do Plano
Condor, impulsionado pelos regimes militares de então na América do Sul.
João Marcelo Goulart, um de seus netos, disse que o fato é histórico
para o país e todas as famílias de assassinados, desaparecidos,
torturados e exilados da ditadura militar (1964-1985).
A
Comissão Nacional da Verdade e a secretaria de Direitos Humanos
consideram que a análise pericial dos restos mortais permitirá reunir as
provas que estabeleçam as circunstâncias da morte do ex-chefe de
Estado.
mgt/lgo/es |
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