sexta-feira, 6 de setembro de 2013
É bem
conhecido que os dinossauros foram aniquilados 66 milhões de anos
atrás, quando um grande impacto de meteoro ocorreu no que é hoje o sul
do México. Agora, novas evidências corroboram a ideia de que um impacto
que mudou o clima terrestre teve um papel decisivo na maior extinção de
todas, no fim do período Permiano, mas em um local diferente. Embora a
teoria do meteoro e da extinção já seja bem aceita há um bom tempo,
faltava uma cratera adequada para confirmá-la. O Professor Eric Tohver,
da Universidade Ocidental da Austrália, acredita ter encontrado a
cratera de impacto que define que essa foi, mesmo, a causa da extinção
dos dinos, mas com detalhes significativamente diferentes.
No ano passado, o Dr. Tohver estudou uma
estrutura de impacto que fica na fronteira dos estados de Mato Grosso e
Goiás, no Brasil – a chamada cratera do Araguainha, com 254,7 milhões de
anos, com uma margem de erro de 2,5 milhões, mais ou menos. Estimativas
anteriores tinham sugerido que o Araguainha era 10 milhões de anos mais
jovem, mas o Dr. Tohver a colocou em uma distância geológica próxima da
data de extinção permiana. A cratera de Chicxulub, no México, tem 180
km de diâmetro, enquanto o Araguainha tem apenas 40 quilômetros – o que
era considerado muito pequeno para ter causado a reação em cadeia que
provocou tal extinção em massa.
Araguainha
“Eu tenho trabalhado com Fred Jourdan na
Universidade de Curtin (Austrália) e meu colega de pós-doutorado Martin
Schmieder para estabelecer melhores idades para várias estruturas de
impacto na Austrália e no exterior. Estávamos particularmente
interessados na cratera do Araguainha, desde que a idade inicial
determinada na década de 1990 era relativamente perto do limite
Permo-Triássico. os aperfeiçoamentos nas técnicas geocronológicas que
estamos aplicando estão ajudando a revelar a verdadeira idade dessas
estruturas”, disse o Dr. Tohver. Os resultados de uma extensa pesquisa
geológica da cratera de Araguainha, publicados em “Palaeogeography,
Palaeoclimatology, Palaeoecology”, revelam uma quantidade considerável
de óleo de xisto nas rochas.
Os pesquisadores calcularam que o impacto
teria gerado milhares de terremotos de até magnitude 9,9 por centenas de
quilômetros ao redor, significativamente mais poderosos do que o maior
deles já registrado por sismólogos modernos, liberando enormes
quantidades de petróleo e gás das rochas quebradas.
O Dr. Tohver acredita que a explosão teria
liberado metano na atmosfera, o que resultaria em um aquecimento global
instantâneo, tornando o ambiente muito quente durante a maior parte da
vida animal do planeta. “Martin Schmieder e eu estamos atualmente
trabalhando em documentar alguns dos efeitos ambientais mais extremos do
impacto, incluindo tsunamis gigantes. Além disso, o trabalho em curso
com colegas da Universidade Curtin será fundamental para documentar
mudanças na geoquímica orgânica das rochas estudadas”, disse o Dr.
Tohver. Estima-se que mais de 90% de todas as espécies marinhas e cerca de 70% das espécies terrestres desapareceram na grande extinção do Permiano.
Fonte: hypescience.com
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