sexta-feira, 12 de julho de 2013
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O governo Dilma, ao invés de fortalecer a Petrobrás,
contraditoriamente quer privatizá-la. A mesma tramóia utilizada por FHC
para viabilizar as privatizações estão sendo utilizada agora para
facilitar a realização dos leilões de petróleo e o desinvestimento.
Por Emanuel Cancella*
A Petrobrás foi apontada em 2012 pela principal entidade mundial do
setor, a Agência Internacional de Energia – AIE, como a mais brilhante
entre todas as empresas de petróleo no mundo. Em 1992, a estatal
brasileira já havia recebido o prêmio da Offshore Technology Conference
em reconhecimento à tecnologia na produção em águas profundas. Depois do
prêmio em 92, a Petrobrás desenvolveu tecnologia inédita no mundo que
propiciou a descoberta do pré-sal. Um dos campos do pré-sal, Libra, na
bacia de Santos, é a maior descoberta da Petrobrás e um dos maiores
campos de petróleo do mundo. A companhia financia mais da metade das
obras do PAC e investe cerca de 80% de seu faturamento no Brasil. É
também quem mais paga imposto a União, estados e municípios.
O governo Dilma, ao invés de fortalecer a Petrobrás, contraditoriamente
quer privatizá-la. A mesma tramóia utilizada por FHC para viabilizar as
privatizações estão sendo utilizada agora para facilitar a realização
dos leilões de petróleo e o desinvestimento, que é a venda dos ativos da
Petrobrás: a propaganda negativa! A ampla maioria das reportagens e
artigos na mídia diariamente é para falar mal da Petrobrás. E a medida
que se aproximar o leilão de Libra, marcado para 22 de outubro, com
certeza essas criticas vão ficar mais intensas. Lembrar que os grandes
beneficiários das privatizações no Brasil foram as multinacionais e o
sistema financeiro globalizado. E agora essas mesmas forças estão de
volta para se apoderarem de nosso petróleo.
No governo de FHC, a categoria fez a maior greve da história e impediu a
privatização da Petrobrás. Provavelmente, eles perceberam que
privatizar a empresa é quase impossível. E resolveram deixar a estatal
verde e amarela em paz e levar nosso petróleo através dos leilões e do
de-sinvestimento. E como são muito ambiciosos, além do petróleo, querem
os principais ativos da Petrobrás, suas refinarias e terminais, não o
todo, porém a parte mais lucrativa. A própria presidenta Dilma já
anunciou o leilão de Libra para o dia 22 de outubro. A presidente da
Petrobrás, Maria das Graças Foster, já realizou a venda de vários ativos
da companhia e as revistas semanais brasileiras já anunciaram a imensa
lista de ativos a serem entregues.
Não temos duvidas que Graças Foster é a continuidade de Henri Philippe
Reichstul, que nomeado presidente da companhia por FHC, tentou destruir a
Petrobrás. As mesmas corporações de comunicação que apoiaram as
privatizações de FHC e agora apoiam os leilões de petróleo e o
desinvestimento, não por acaso, apontam Foster como uma das mulheres
mais poderosas do planeta. Vale registrar que as ações da Petrobrás no
comando de Graças Foster só fizeram despencar.
Provavelmente inspirados pela maior campanha cívica desse país na década
de 40 e 50, “O Petróleo é Nosso!”, que deu origem a Petrobrás e ao
monopólio estatal do petróleo, os petroleiros com apoio da sociedade
voltaram às ruas para impedir a privatização da Petrobrás na década de
90 no governo FHC. Agora no governo Dilma, no dia 11 de julho, vamos
realizar greves e passeatas para exigir o fim do desinvestimento e o
cancelamento do leilão do campo de Libra. Essa luta é de todo o povo
brasileiro. Vem pra rua!
Emanuel Cancella é diretor do Sindipetro-RJ e da FNP.
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