O Olhar Comunista fecha a semana comentando as declarações do comandante da 1ª Divisão de Exército, José Alberto da Costa Abreu, acerca da possibilidade de protestos durante a Jornada Mundial da Juventude - e a atitude que as Forças Armadas tomarão nesses casos.
Esse Olhar preferia discorrer as já costumeiras críticas sobre a presença das Forças Armadas com função de polícia em eventos como esse, o uso de recursos do Estado na promoção de eventos religiosos, e o esvaziamento forçado da cidade (no caso, o Rio de Janeiro), com cancelamento de aulas e jornada de trabalho, para benefício de tais atividades.
Ocorre que, como confirmação de surrealismo, as coisas ainda podem ficar pior, como provam as declarações de Costa Abreu. Segundo ele, pessoas que exibirem cartazes com mensagens de protesto durante os eventos com a presença do papa Francisco poderão ser retiradas dos locais. De acordo com ele, as possíveis manifestações, mesmo que individuais, serão analisadas pelos militares "de acordo com o calor do momento" e se for constatado algum ato com "potencial ofensivo ao papa", "a pessoa poderá ser convidada a se retirar", de acordo com o general.
Gostaríamos de perguntar quem, quando e como, definirá "o calor do momento" e o "potencial ofensivo ", bem como o que será feito se a pessoa gentilmente recusar o "convite a se retirar"...
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