sexta-feira, 31 de maio de 2013

Empresa do vice-Presidente de Angola vende participação em bloco petrolífero a empresa do Estado (!)

Sonagol compra 15% de bloco petrolífero da Nazaki, uma sociedade detida por Manuel Vicente e por dois generais.




Manuel Vicente foi presidente da Sonangol até 2012
A empresa estatal angolana Sonangol vai comprar parte da participação que a Nazaki, sociedade do vice-Presidente do país, Manuel Vicente, e de outros altos dirigentes, tem num bloco de exploração petrolífera.
A notícia foi dada pela agência Bloomberg, que consultou o decreto legal que autoriza a operação, datado de 28 de Fevereiro. A aquisição de 15% do bloco 21-09 será feita pela Sonangol Pesquisa e Produção, subsidiária do grupo Sonangol.
A Nazaki Oil & Gaz é detida, em partes iguais, para além de Manuel Vicente, por Manuel Helder Vieira Dias, conhecido como Kopelipa, ministro de Estado da Casa Militar do Presidente José Eduardo dos Santos, e pelo general Leopoldino Fragoso do Nascimento, consultor de Kopelipa.
A transacção dará à Sonangol 35% do bloco. A maior quota pertence à Cobalt International Energy, com 40%. A Nazaki conservará 15% e os restantes 10% são da Alper Oil Ltda, uma empresa em que, segundo o site Maka Angola, dirigido pelo activista Rafael Marques, Manuel Vicente também tem interesses através de terceiros.
O vice-Presidente de Angola foi até ao ano passado presidente da Sonangol. A sua participação na Nazaki foi, segundo a Lusa, confirmada pelo próprio Manuel Vicente numa entrevista ao Financial Times, em 2012.
A compra de metade da participação da Nazaki no bloco 21-09 deverá contribuir para que a Sonangol alcance a meta de produção de dois milhões de barris por dia até 2017, um crescimento de mais de 10%.
A operação no bloco é assegurada pela Cobalt International Energy, que em Março anunciou que os testes tinham sido “excepcionais” e que a produção devia arrancar em 2016.
A Cobalt, com sede em Houston, Estados Unidos, é, segundo a Bloomberg, detida, entre outros, pelo Goldman Sachs, First Reserve, Riverstone Holdings, Carlyle Group e KERN Partners. As ligações da Nazaki a dirigentes angolanos motivaram uma investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e da U.S. Securites and Exchange Comission, equivalente à comissão de valores mobiliários, à Cobalt, em 2011, recorda a Bloomberg.
A Bloomberg noticiou também que existe outro decreto que autoriza a compra de 15% do bloco 15-06 à Total SA, mostrando que a Sonangol está a dar corpo à estratégia de investir mais de oito mil milhões de dólares na exploração de petróleo na próxima década.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África a seguir à Nigéria.
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  Nota do blog pensarnetuno:

   O MPLA de bussines capitalistas de hoje não tem a substância e nem o objetivo popular que tinha antes, com Agostinho Neto. Até onde irá a paciência do povo angolano com isso não sabemos.

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