Moscou,
18 mai (Prensa Latina) A detenção de um funcionário da Agência Central
de Inteligência (CIA) com fachada diplomática no meio de um amplo
escândalo midiático foi uma das notícias mais destacadas na Rússia nesta
semana.
A intenção de dar uma sanção ficou evidente na ampla informação
gráfica, escrita e eletrônica sobre o incidente e inclusive na presença
da Chancelaria de um atribulado embaixador estadunidense Michael McFaul
diante das câmeras, quem foi convocado.
Meios impressos e
audiovisuais reiteraram com bastante detalhes as imagens da captura de
Ryan Christopher Fogle, estigmatizado já pelo russo como "o homem da
peruca" pela peruca loira que levava no momento da sua captura.
O
Serviço Federal de Segurança (FSB por suas siglas em russo) confirmou a
detenção na noite de 13 para 14 de maio, quando o espião tentava
recrutar um oficial da alta hierarquia desse corpo, responsável pela
luta antiterrorista no Cáucaso Norte.
Fogle, com cargo de
terceiro secretário na seção política da delegação, tinha dispositivos
técnicos especiais, e instruções para o agente que tentava contratar,
uma gorda quantia de dinheiro em espécie e meios para mudar de
aparência.
Uma vez capturado "em flagrante", o funcionário da
CIA foi conduzido aos escritórios do FSB, onde testemunhou sobre o
delito cometido, e depois de vários trâmites foi entregue aos
representantes da embaixada, devido a imunidade diplomática.
Além das imagens, a televisão transmitiu gravações nas que o espião
oferecia ao seu contato 100 mil dólares em espécie e um milhão após a
mudança de uma resposta afirmativa imediata sobre cooperação em longo
prazo.
Nos últimos tempos, o aparelho estadunidense de
espionagem tem tentado recrutar agentes dentro dos corpos de segurança
russos, casos registrados e controlados pelo FSB, segundo foi informado.
Uma nota do Ministério de Assuntos Exteriores confirma que Fogle foi
declarado "pessoa non grata" motivo pelo qual deverá abandonar Moscou o
mais rápido possível.
Ações semelhantes inspiradas no espírito
da Guerra Fria não contribuem ao fomento da confiança recíproca, deploró
a Chancelaria em um texto publicado.
Ao comentar a detenção de
Fogle, o deputado da Câmara baixa parlamentar Vladimir Ovsiánikov
denunciou que os Estados Unidos tratam de provocar a instabilidade no
Cáucaso Norte para que Moscou se desgaste em conflitos internos e não
respalde a Síria.
Recentemente o presidente, Vladimir Putin,
informou que entre os assessores de Anatoli Chubais, arquiteto das
privatizações na Rússia nos anos 90 e atualmente chefe da corporação
nacional de nanotecnologia, tinha agentes da CIA.
Essa prática
não tem cessado desde então, e nos últimos tempos tomou um caráter mais
agressivo, segundo declarou à televisora Russia Today um porta-voz do
FSB.
A detenção de Ryan Fogle fez-se pública para castigar o
descaro da CIA. Têm cruzado a "linha vermelha", comentou o representante
da autoridade.
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